1¦Eles Estão Voltando

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Já  fazia duas semanas que Endy tinha voltado da maternidade eu não conseguia dormir,Bernardo não parava de chorar, ele ficava a madrugada toda esperneando e isso estava acabando comigo.

Callum tinha ido umas duas vezes lá em casa e mantinha distância do bebê, a única vez que pegou Bernardo no colo ele mijou em Callum,o que o deixou muito irritado.  Callum não era muito atencioso com crianças, ele tratava bem e as respeitava, mas não gostava de ter alguma sempre por perto, o que não era um surpresa pra mim, ele mal conseguia manter relações com adultos.

Eu ia para a faculdade na marra e dormia na maioria das aulas,minha faculdade ficava em uma cidade perto, cerca de meia hora de viagem. As vezes eu pegava ônibus ou Callum me levava e buscava.

Era por volta das nove da noite quando bati no apartamento de Callum, ele abre a porta meio perdido, provavelmente estava dormindo.   Callum está mais lindo do que de costume, seus cabelos bagunçados, barba por fazer e olhos incrivelmente azuis.

— Oi querida. — Ele sorri fraco e eu entro.

— Te acordei? — Pergunto enquanto tiro meu casaco.

—Sim, mas não tem problema, já já irei trabalhar. — Ele vem até mim e me abraça forte.

— Faz duas semanas que eu não durmo direito por causa daquele bebê. — Murmuro.

— O que acha de dormir aqui esses dias? Até a Endy saber fazer o bebê parar de chorar. — Callum sugere e me olha.

— Não sei não... — Digo.

—Você  sempre dorme aqui mesmo. — Ele dá de ombros. — Vou ligar no trabalho e falar que não posso ir.  Vou ter uma bela noite de sono com você hoje.

—Callum.... Não quero te atrapalhar. — Respondo.

— Você nunca atrapalha querida. — Ele sorri e coloca a mão em meu rosto. — Nas últimas semanas não temos tido muito tempo juntos.

— Verdade. — Lhe dou um leve beijo. — Amanhã vai ter uma festa na casa do Aquiles,juntando o povo da faculdade, você vai?

— Não sei.... Já fui em tantas festas.. E bem, você não curte festas— Callum caminha até o sofá e se senta.

— Isso é verdade, mas se você quiser ir,eu vou com você. — Me sento ao seu lado.

— Você se oferecendo pra ir em uma festa? Essa é nova — Ele ri. — Mas você não precisa dormir? Essas festas ocupam a noite toda. — Pergunta.

— Fica tranquilo, qualquer coisa eu durmo no quarto do Aquiles. — Sorrio fraco

— E a Endy, como está? — Ele pergunta e eu arregalo os olhos, Callum nunca pergunta sobre ela.

— Bem... O Alex está ajudando ela. — Respondo.

— Ela vai na sua casa todos os dias?

— Claro Callum, ele é o pai do Bernardo. Por que? — Vejo Callum trancar o maxilar.

— Você sabe o que eu penso sobre ele.

— Claro que sei, mas não posso impedir ele de ir ver o filho. Não tem que ter ciúmes.

— Abbie, eu sou homem, e sei como homem pode ser escroto quando quer ficar com uma mulher. — Ele diz e eu rolo os olhos

— O Alexander não quer mais nada comigo Callum, sai dessa. — Respondo

— Você esqueceu de tudo que ele fez? Das merdas que ele te disse? Poxa Abbie, puta que pariu. — Callum coloca as mãos na cabeça.

— Eu não esqueci Callum, mas ele é o pai do filho da Endy,não posso impedir ele de ir ver o filho. — Me levanto.

— Você tem razão... — Callum parece pensar. — Mas se esse cara se aproximar de você eu mato ele. — Callum diz e me puxa pela cintura.

— Você tem que parar de sentir tantos ciúmes, já te disse que o Alex e o Trevor são só meus amigos. — Sorrio fraco e ele rola os olhos.

—Eu sou seu amigo, meu bem, se você quiser eu sou até o batman. — Seu tom é brincalhão e seus ombros relaxam.


O dia amanheceu com chuva, abri os olhos lentamente e agradeci por hoje ser domingo, olho pro lado e vejo Callum dormindo, ele parecia estar exausto, a rotina corrida dele no hospital estava o esgotando.

Me levantei lentamente para não acordá-lo e fui fazer torradas e café, sabia que Callum acordaria esfomeado.

Estava tentando resolver uns exercícios da faculdade quando vejo Callum saindo do quarto, devia ser por volta das dez da manhã.   Seus olhos estavam perdidos e ele andava meio tonto.

— Bom dia. — Falo e ele me olha.

— Bom dia querida. — Sua voz daí rouca e ele caminha até a cozinha.

Me ajeito no sofá e volto a concentração para minhas atividades quando ouço o celular de Callum tocar por uns segundos.

— Oi Agatha. — Callum diz com um suspiro.
— E o que eu tenho a ver com isso?
— Não, nem pensa nisso.
—Agatha, não!
—Depois a gente conversa.

Então tudo fica em silêncio,decido ir até ele e perguntar o que Agatha disse que o deixou tão irritado.

Quando entro na cozinha vejo ele com as mãos apoiadas no balcão e a cabeça baixa.

— O que ela queria? — Coloco minha mão em seu ombro e ele se afasta.

— Nada. — Sua voz é rude e ele se encosta na pia.

—Callum.... Me fala o que aconteceu,por que está tão tenso? — Pergunto e ele abre os olhos lentamente.

— Ela e meu pai vem para cá passar uns dias daqui dois meses.  Ela quer que eu veja meu pai. — Ele rola os olhos.

— E você?

— Você ainda pergunta? Claro que não quero ver ele, quero distância. Não o vejo há anos e espero que continue assim.

— Mas Callum...

— Mas nada Abbie, você sabe como eu odeio falar disso. — A voz de Callum é firme e ele dá um soco na pia. Toda vez que eu tocava no nome de seu pai Callum se alterava, mudava totalmente.

— Eu sei...

— Minha manhã já começou bem. — Ele sai da cozinha

— Onde você vai? — Pergunto.

— Trabalhar. — Ele grita de volta.

— Pensei que você tinha tirado folga. — Vou atrás dele.

— Não vou mais, preciso ocupar a cabeça. —
Callum bate a porta atrás de si e eu me sento no sofá.


Callum era uma bomba relógio, pronta para explodir.

Crazy about Callum Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora