Capítulo 30|ótimo

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Acordei com Callum acariciando meus cabelos,estávamos deitados na cama do quarto de hospedes do Marcus.

- Como eu pude ficar tanto tempo sem você ?- Ele me olha nos olhos e eu sorrio.

- Também me pergunto isso.- Respondo.

- A única coisa que me manteve distraído foi as cirurgias e emergências do hospital,tá chegando a prova da residencia e estive estudando muito.- Callum suspira e eu me sento o olhando.

- Se distraiu com uma medica também.- Meu tom é brincalhão e ele rola os olhos.

- E você com o Trevor.- Ele diz o nome do Trevor de forma debochada e eu sorrio.

- Nunca fiquei com ele Callum.- Digo e ele parece surpreso.

- Mas ouvi ele dizer que dormiu na sua casa....

- Sim,mas,não rolou nada,não podia ficar com ele amando outro homem..- Encaro a cama e sinto Callum se aproximar.

- Foi um erro ter ficado com a Janice,eu sei,me arrependo disso todos os dias.- Callum suspira

- Tudo bem..- Respondo e suspiro.

- E sobre o TEI?- Pergunto sobre seu transtorno e ele se ajeita na cama.

- É difícil,mas,o meu é um grau mais leve.

- Você não está tratando?- Questiono.

- Havia parado,essa correria toda.... o tratamento se resume a antidepressivos,terapia e etc...

- Promete voltar a tratar isso?- O olho.

- Prometo.- Ele sorri.

Por volta das cinco horas eu e Callum fomos até uma cafeteria comer algo,fomos a pé,conversar com ele no caminho foi tão bom,finalmente estava tudo voltando ao normal,mas,quando ele tocava no nome de Othon eu trocava de assunto,não estava pronta pra falar disso agora.

Assim que chegamos na cafeteria a garçonete veio nos atender,eu pedi um chocolate quente e Callum um café forte.

- Não sabia que gostava de café puro.- Digo e ele sorri.

- Aprendi a gostar no hospital,pra não sentir sono nos plantões,tem gente que mistura coca com café.

- Como está sendo?muitos pacientes entre a vida e a morte?- Pergunto e a garçonete entrega nossos pedidos.

- Doideira,semana passada acompanhei a retirada de uma barra de ferro da cabeça de um operário,foi muita sorte não ter afetado nenhuma área importante.- Ele fala com um brilho nos olhos eu sorrio.

ele amava aquilo.

- Deve ser incrível salvar vidas- Digo e ele suspira.

- Sim ,mas já perdi pacientes,é horrível,ter que dar a noticia para a família....

- Mas devemos nos concentrar nas coisas boas,certo?- Sorrio e ele faz o mesmo.

- Te amo.- Ele sussurra e eu respondo de volta.- Como vai a faculdade?

- Vai bem,muitos cálculos...- Falo e ele sorri.

- Algum dos dois tinha que curtir mais números,apesar de medicina ter conta pra caramba.- Ele ri.

- O que deve ter pra caramba também é pacientes dando em cima de você.- Brinco e ele ri novamente.

- Não posso negar,tem umas bem descaradas,mas além de ser antiético eu não sinto um pingo de atração. - Ele dá de ombros e eu o encaro.

- Amém.- Levanto as mãos pra cima.

- Amanhã cedo vou pegar um plantão de 40 horas,mas,assim que eu folgar vou te levar pra um encontro,o que acha?- Ele pergunta.

- Acho ótimo. - Respondo e encaro a janela.

- Precisamos falar sobre o que aconteceu no bar querida...- Callum me fita e eu engulo seco.

- Eu sei,mas não agora,quero aproveitar esse momento.... depois decido o que fazer.- Digo e ele suspira.

- Você sabe que o aconteceu é algo serio certo?não pode deixar nenhum homem fazer essas merdas e ficar impune.- Ele se ajeita na cadeira e volta a me olhar. 

- Eu sei.- Afirmo. - Ele não vai ficar impune.

Na manhã seguinte,Callum me deixou na faculdade antes de ir trabalhar,como nos velhos tempos.   

Naquela manhã tive que fazer uma serie de provas,estava no fim desse período e estava torcendo pra não ficar em nenhuma matéria.  Era por volta das onze e meia da manhã quando saí do prédio e vi um homem para a entrada de costas.

Quando ele se vira eu paraliso,é Othon,ele está com uma bermuda e camiseta,ele está com a boca inchada,nariz cortado e assim que tira os óculos escuros dá pra ver seu olho roxo.

O que ele está fazendo aqui?

Crazy about Callum Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora