Diário de uma sombra, nas sombras

XI - Medo.

Uma das características mais desprezíveis no ser humano é a capacidade de acreditar que tudo durará para sempre, mas não... Isso não acontece. Quantas vezes você desejou que um amor durasse para sempre? Quantas vezes já desejou que a morte durasse para sempre? O fato é que mesmo após tudo que passamos e sentimos temos a esperança de que aquilo durará para sempre seja o momento de alegria ou puro sofrimento.

( ??? eles ainda gritam, eles ainda choram, se cortam, se matam, se beijam, se pisam e se pisam ainda mais a paisagem ficou vermelha e o ar se tornou turvo o que eles anseiam descanso... O que eles anseiam a morte. Não uma morte comum, mas sim uma morte da maldita vida ???).

(História)

Ainda caminhavámos para onde? Não sei, quando chegaríamos eu ainda não sei, mas a luz que uma vez era de bela me irritava. Os tropeços nas pedras e os cortes pareciam ainda mais atraentes. Naquele momento, o que mais me incomodava era a distância que Yoni estava de mim e que eu estava dela (mas, ela estava ao meu lado)... De certa forma aquilo me fazia sentir da mesma forma que quando havia visto o Barão... Não... Não era o ódio que eu queria. Como eu poderia odiar alguém que sempre foi gentil comigo? (Mas o ódio havia ha muito tempo se tornado meu melhor amigo).

- Yoni!-gritei eu afim de chamar sua atenção (mas ela estava do meu lado).

Ela continuou e eu parei. Sua luz estava fraca... Estava quase sumindo.

- Yoni...-disse agora num tom de voz muito mais baixo que antes

Ela olhou para mim e de novo... Eu ... Eu... Via escorrer um líquido dos seus lindos olhos, era como se ela acabasse de levar um tremendo golpe em seu peito e estranhamente foi para lá que sua mão se direcionou. Como se aquilo fosse abafar a dor que estava lá dentro. O líquido não parava de cair... Yoni parecia angustiada.

- O que houve?...

- Me desculpem... Eu achei que eu conseguiria... Que eu conseguiria conviver com isso-Ela me disse com uma voz tão rouca.

Sua luz havia se reduzido a apenas um pequeno e concentrado ponto... e seu rosto começou a se desmanchar e como na brisa. Ao ponto de conseguir ser levada pela mais suave brisa.

- Yoni!!-Gritei eu desesperadamente.

Eu entrei em pânico, minha respiração ficou pesada... O mesmo líquido que escorria dos olhos do Yoni havia se prendido a minha face. Outra vez eu estava na escuridão e não enxergava mais nada. Eu estava sozinho.

Insistivamente eu corri, estava com medo... Não queria estar ali, não novamente... Não sozinho. Senti algo me agachei... Era o que Yoni já havia me mostrado... Era a grama, mas ela estava diferente estava mais rígida que antes. Ainda sim, deitei sobre ela... derepente era como se ela tivesse criado vida ela amarrou meu pescoço, pulsos e peito eu gritava por Yoni, mas não estava mais lá eu gritava por alguém, mas somente eu estava lá... O líquido... Os líquidos escorriam por todo meu corpo (lágrimas e sangue) eu achava que aquele seria meu fim, mas não... Eu precisava ver Yoni por uma última vez. Me despedir dela. Então, senti uma enorme força surgir de dentro de mim ela me possuiu... E me ajudou sair daquele lugar.
Eu caminhei sozinho com medo e sem ninguém... Por muito... Muito tempo.
...

Não queria mais me mover, eu apenas me sentei em umas daquelas malditas pedras. Fiquei lá por um enorme tempo.

De repente senti uma sensação estranha. Líquidos (lágrimas e sangue) escorriam pelo meu ombro algo semelhante a uma cabeça parecia se recostar sobre meu ombro, fiquei paralisado de medo, então duas mãos envolveram o meu peito, como se juntas costurasem a minha suja e destroçada alma. Então me lembro de ter escutado uma voz que dizia devagar, baixo e desesperadamente :

- isso dói... Me ajude... Me ajude... Adam.