III - Grama.

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(Interlúdio)

Talvez o fato de que as histórias quase sempre terem um fim é porque o autor não sabe mais como prosseguir, ou talvez realmente seja o fim, mas... O mais estranho da minha historia é que ela não foi dividida em começo, meio e fim. E sim, apenas "fim" um fim que me aprisionou nessa escuridão.

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Não sabia que existia mundo, não sabia que existia espaço, não sabia sequer se eu mesmo existia. Quando ela, a luz, apareceu para mim eu tenho descoberto o que era "estar" e o que era "ser" me senti bem me senti vivo.

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Ela me puxava pela mão me mostrava coisas que eu nunca havia visto, ou melhor ela me mostrou o que era "ver".
O fato é que eu nunca imaginaria um lugar tão lindo, até mesmo as pedras que me faziam cair, pareciam mais belas, até mesmo a lama que me fazia muitas vezes querer afundar parecia mais bonitas. Tudo parecia mais lindo, o fato de eu a te-la era o a melhor parte, pois ela era doce, gentil, amável e brilhante.

-O que? Você nunca havia visto?

Me mostrava, era algo verde, tinha uma textura um tanto peculiar não era duro, nem mesmo mole... senti como se já tivesse o sentido, mas ele me espetava tanto que não tive outra escolha se não mudar meu caminho.

-Como se chama?- perguntei

- Grama- respondeu ela num tom suave e doce.

A única coisa que me incomodava era o fato de eu ainda não saber quem eu era... e aparentemente ela parecia ser a única pessoa que me entendia no meio daquela escuridão... eu vinha me sentido tão sozinho,mas agora com ela eu me sentia... Bom como eu deveria ter me sentido sempre.

- Sabe-disse eu-se importaria de que eu lhe chamasse por um nome em que eu sentiria uma maior intimidade para com você?-não sei como consegui falar tudo isso, é que normalmente não conseguia falar muito com ela... porque sinto tremer o meu corpo... Enfim não sei explicar.

-Claro, se não se importa adoraria te dar um nome também- Disse ela.

Quando ela falou essas palavras veio a minha mente uma imagem de um... Não sei muito bem o que, mas era pequeno, frágil ele gritava e chorava no meio da escuridão, pareceu - me uma pequena lembrança... Como se eu já estivesse estado com ele em algum momento passado.

- Claro, seria uma honra, Yoni- foi o primeiro nome que veio em minha mente.

Ela apenas sorriu, o nome que a dei pareceu agradar-lhe... Ela apenas... sorriu.
E continuou sorrindo.

Hoje eu me pergunto, o por que que ela tanto sorriu aquele dia?

Diário de uma sombra, nas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora