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Eu poderia estar gritando com Harry, poderia fazer como aquelas namoradas malucas que recebem uma notícia e simplesmente somem, deixando-o para trás ou algo do tipo. Mas naquele momento eu sabia que Harry estava tão tenso como fiquei quando escutei o que o mesmo disse. Harry, naquele momento precisa de força, e me afastar dele só vai prejudicar nosso relacionamento. E é por isso que não me arrependo de ter ficado, e não me arrependo de está nesse momento, presa em seus braços, debaixo de seu cobertor, sentindo seus peitoral encostar levemente em minhas costas desnudas. Sua respiração leve por estar dormindo, e sua boca levemente aberta.

Com um certo trabalho, consegui sair debaixo de seus braços. Vesti sua camisa, coloquei o chinelo nos pés e sai do quarto enquanto prendia meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito. Caminho até o banheiro, verificando minha aparência no espelho, antes de passar uma água gelada no rosto para que as leves olheiras que queriam aparecer, já sumissem de vez.

— Pensei que estivesse ido embora. — sinto os braços de meu namorado circular minha cintura, formando um abraço.

— Eu jamais faria isso sem motivos. — me viro de frente para o mesmo, vendo seus olhos levemente fechados, suas bochechas avermelhadas e os cabelos bagunçados. Eu diria que estava a coisa mais fofa do mundo se não estivesse com a maior cara de pós sexo que só Harry Styles tem.

— O que eu falei mais cedo não é um motivo?

— Talvez um beijo responderia sua pergunta. — sorrio encostando meu nariz no seu. — Eu vou ficar aqui com você, meu amor!

— Eu te amo.

Seus lábios cobrem os meus em um beijo vagaroso. Harry mexia os lábios de forma preguiçosa, enquanto acariciava minha bochecha com o polegar. Nos afastamos pelo barulho do toque de meu celular. Era a diretora da faculdade.

Deslizo o dedo pela a tela do celular, e levo o aparelho até o ouvido:

— Sr. Jones? Tudo bem? — eu pergunto confusa. É realmente confuso a diretora da faculdade me ligar essa hora.

_ Lucy, preciso que passe aqui na faculdade. Ocorreu uma coisa, e envolve você. — ela fala desesperadamente, e mordo o meu lábio.

— Envolve a mim? Mas... — eu realmente estou confusa, e curiosa pra saber sobre o que é.

— Apenas venha, querida. — ela diz, e eu suspiro. Oh céus.

— Tudo bem — suspiro. –Logo estarei aí.

Assim que encerro a chamada, olho um pouco mais para cima, vendo Harry com o olhar curioso.

— Sr. Jones quer conversar comigo agora — me afasto caminhando novamente até o quarto. — Nao me disse o motivo, só que era importante.

— Eu levo você. Aproveitarei para pegar uns livros na biblioteca para a prova da próxima semana. — Harry avisa, e eu murmuro.

— Tudo bem. —  me troco rapidamente e assim que termino, apenas arrumo melhor o rabo de cavalo em meu cabelo e espero que Harry se vista devidamente.

Não demora muito para que Harry coloque o carro na estrada, e por sua casa não ser longe da faculdade em menos de dez minutos o mais velho estaciona o veículo.

Por estar em horário de aula, o local estava silencioso. Harry deixa um selinho em meus lábios, dizendo que vai até a biblioteca para que não atrapalhe minha conversa com nossa diretora.

Caminho a passos lentos por o corredor da secretaria, e assim que chego de frente a porta marrom, bato a junta dos dedos três vezes seguidas, e assim que escuto a permissão para entrar, assim faço.

De todos os seres humanos que imaginei em minha mente, o que estava em minha frente era o único que jamais imaginaria ver.

— O que ele está fazendo aqui? — digo olhando Sra  Jones. — Me chamou por causa dele?

— Lucy, Josh veio trazer algo para você. — ela diz calmamente, olhando-me séria.

— Trazer o quê? — me viro para o loiro a minha frente. –Mais dor? Quero que saiba que...

— Lucy, ontem a tarde seu pai morreu.

Travo meu corpo no lugar que estava, olhando com os olhos levemente arregalados em direção a figura masculina em minha frente.

— Você veio do Brasil para cá só fazer graça com minha cara? — eu pergunto. Eu não acredito. É um choque.

— Não é brincadeira, estou falando sério. — Josh enfia as mãos no bolso, e assim que acha algo que estava procurando, estica novamente a mão para mim. — A polícia precisou fazer uma busca pela casa para ver se encontrava alguma coisa, e dentro de uma caixinha em cima do guarda roupa dele, havia essa carta. Os policiais precisaram ler, e nela está dizendo que era para lhe entregar, caso algo de ruim acontecesse com ele.

Assim que meus dedos tocam o papel, as lágrimas atingem meu corpo com violência. Os rabiscos na folha de papel em minhas mãos, estava me deixando com medo de ler aquilo. Respiro fundo umas dez vezes, sentindo as lágrimas descerem com ainda mais força.

"Você pode ter certeza que eu lhe conheço muito bem, para saber que já está chorando por estar lendo isso! Essa carta só era para estar em suas mãos, se algo ruim acontecesse comigo, e se você está lendo isso, é porque infelizmente aconteceu!

Desculpe minha filha, eu não queria lhe proporcionar essa dor horrível, eu queria lhe proporcionar felicidade, por isso resolvi voltar, já que não teria jeito para que pudéssemos nos resolver novamente! Me desculpe por ter sido um tormento na sua vida, eu aprendi com isso, mas infelizmente só aprendi quando já era tarde demais.

Eu entrei em diversas dividas, e um desses homens estão atrás de mim para me matar se eu não pagar até o dia certo, e infelizmente eu não sei o que fazer.

Se algo ruim acontecer, eu já quero lhe deixar avisado que tudo que pertence a família é seu, tudo mesmo! Me desculpe por lhe tirar o único sangue da família que lhe restava, mas agora estarei aqui para sempre com você!

Eu te amo muito, minha eterna garotinha! Agora serei seu anjo.

Xx: Seu eterno pai ♡"

Sr. Jones olhava-me com o olhos lacrimejardos enquanto observava atentamente eu ler a pequena carta em minhas mãos.

Por que ele fez isso?

Por que minha vida era assim?

Lágrimas rolam pelos meus olhos. Josh tenta se aproximar mas me afasto.

— Não se aproxima de mim. —  digo limpando minhas lágrimas, que teimavam em descer.

— Lucy pare de ser egoísta, vim do Brasil até aqui te trazer isso. — diz com um tom elevado. Talvez ele tenha razão. — Acho melhor eu ir andando.

— Desculpe. — sussurro, mas ele ouve. — E obrigada, por isso.-

O abraço de lado e ele sai.

Volto minha visão para sr. Jones e digo:

— Não sei o que fazer. — eu deixo os meus ombros caírem, sem forças.

— Lucy. É seu pai, precisa ir lá. — a senhora diz, e eu fico pensando.

— Mas e tudo aqui? —  exclamo. — E Harry?

— Minha querida. — ela da a volta na sua mesa e vem até mim. — Muitas coisas mudarão. Mas se Harry a ama de verdade, ele irá entender.

Suspiro.

Ela tinha razão.

— Ok. — digo após alguns minutos calada. — Eu vou para o Brasil.

A Menina De Holmes ChapelOnde histórias criam vida. Descubra agora