A beira da morte

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Ao sair do apartamente de Pedro fiquei andando sem rumo. Na minha cabeça só havia lugar para uma pergunta:

"A culpa tinha sido minha?".

Se eu tivesse sido mais cautelosa não teria sido violentada e o Pedro ainda estaria comigo. Ele não conseguiu suportar saber que eu tinha estado com outro homem ainda que eu fosse a vítima da história.

Mas por outro lado se ele me amasse de verdade deveria ter me dado apoio no pior momento da minha vida, ao invés disse ele fugiu como um covarde.

O que mais me dói é que eu tinha tanta certeza que nós iríamos nos casar, ter lindos filhos loirinhos e viver em uma casinha no interior. Ainda consigo me recordar das suas palavras exatas:

"Te amo Lili, para sempre. Você me completa".

Mas agora não havia mais ele nem agora, nem no futuro. O que eu iria fazer da minha vida? Faltava um pedaço do meu coração. Sentia que estava vazia por dentro.

O pior de tudo é que me sinto suja o tempo todo, não importa quantas vezes eu tome banha, continuo me sentindo imundo. Marcada por aquele cara. Ele acabou com todos meus sonhos, roubou tudo de mim. Eu e Pedro tínhamos decidido esperar, e ele tirou isso de mim.

Repentinamente sinto que nada importa mais eu só quero dormir para sempre para ver se essa dor acaba. Entro na primeira farmácia que eu vejo pela frente, tiro a minha receita de tarja preta da bolsa e compro uma caixa de Diazepam.

Pego um táxi. Ao chegar em casa me deparo com minha mãe histérica e meu pai preocupado. Eles começam a perguntar aonde eu fui, com quem estava... e todo o blá blá blá habitual.

- Só quero descansar, está bem? Digo.

- Se precisar de algo, chame filha. Diz meu pai.

Vou sentir falta do meu pai, eu o amo de todo coração, mas tanto ele quanto mamãe ficaram melhor sem mim, porque eu não passo de uma preocupação a mais.

Entro no quarto me certificando de fechar a porta. Deito na cama, abro  a caixinha de remédios. Tomo um comprimido, depois mais um. Mas eu sei que só isso não será suficiente, então vou tomando-os até apagar, a única coisa de que me lembro foi de pensar nos meus pais e em Pedro.

Paixão ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora