Primeiro

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Corro mas eu sei que vou me atrasar. Desço as escadas, as rampas cada vez mais acelerada. Quero parar, mas se eu quiser chegar vou ter que correr. O cheiro de carniça invade meu nariz, parece que alguém morreu e não dúvido que tenha mesmo. Eu vivo na cidade mais violenta da colônia.

As ruas estão escuras todos estão em casa de luto depois que a ladeira da Súplica veio abaixo, não deixaram ninguém, foram bombardeados sem aviso prévio. Depois disso avisamos aos nosso: não saiam de casa hoje depois das oito.

Finalmente terminei de descer a ladeira e agora que estou em "terra firme" tomo cuidado com meus passos. Entro em vielas, me escondo em todas as sombras que posso.

A maior parte do povo que mora aqui ainda é pobre, mas costumam nos dedurar . Meu corpo todo entra em alerta quando escuto passos que soam como dos oficiais do exército.

Entro na primeira rua que vejo, meus passos se tornam mais rápidos, mas os deles também. Viro a esquina e começo a correr. Olho para as casas e procuro janelas em que eu possa entrar. Entro na primeira que vejo entreaberta e dou de cara com uma mulher que leva um susto.

-Vagabundos na minha casa não!

-Mas que isso, a senhora devia estar feliz com a minha visita parece tão sozinha aqui- digo com um sorrisinho de lado

Mas a minha simpatia não comoveu e ela veio pra cima de mim com um pedaço de pau, que parecia deixado ali propositalmente para momentos como esse.

- Não quero confusão na minha casa! Sua terrorista! Saia!

- Então outro dia a gente se fala- digo desviando dos seus golpes.

Estou quase saindo da casa quando a porta se abre num súbito, quase me matando do coração: são os oficiais.

Revolução ArdenteOnde histórias criam vida. Descubra agora