Capítulo 3 - O Ogro e a Louca -

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Nicole

O dia começou antes mesmo do sol nascer, as visitas chegariam mais tarde e tudo precisava estar em ordem para recebê-los.

Nicole trabalhou a manhã e a tarde toda e se sentia ansiosa pelo jantar que logo seria servido, ela se encarregou de preparar os pratos para o marquês e seus convidados, enquanto as criadas os serviriam.

O marquês se tornara um enigma pra ela, fazia quase uma semana que trabalhava para o homem e não o vira nem mesmo de relance, quase como se ele fosse uma lenda.

Ela sabia bem o que esperar dele, um homem mais velho e arrogante provavelmente, é o que era esperado de todos os presentes no jantar, mesmo assim Nicole estava ansiosa com a ideia de poder vê-los, quando terminasse o jantar ela iria conduzir os convidados até seus aposentos e quem sabe poderia ter uma breve visão de seu austero patrão.

— Senhorita Smith, Lady Caroline e Lorde Albert já desceram e estão na sala de jantar junto com Lorde Wheston. O marquês avisou que o jantar já pode ser servido.

Nicole direcionou o carrinho com as diversas travessas para Suzane e a instruiu na ordem correta a qual deveria se ater ao servir os convidados, a moça seguiu para a sala de jantar e a jovem governanta aproveitou o tempo da primeira refeição para descansar por uns minutos.

Logo depois se apressou a organizar o próximo prato nas bandejas para que a criada o levasse.

*

O jantar corria tranquilamente aos olhos de Mathew, ele não falava muito com os convidados, mas eles já o conheciam bem o suficiente para que não esperassem que fosse de repente ficar tagarelando.

A comida não podia estar melhor e a organização de cada detalhe era perfeita; sua irmã, que estava grávida do primeiro filho e portanto com um apetite multiplicado já tecera vários comentários sobre a aparência do que era servido, o sabor magnífico e até mesmo a textura dos diversos molhos que acompanhavam cada prato.

Mathew estava satisfeito, a governanta havia se superado e o apreço de Caroline era prova disso.

— Querido irmão, devo dizer que me arrependo amargamente de ter lhe indicado a antiga governanta dos Langford, se soubesse que cozinhava tão divinamente teria lhe cedido a nossa governanta e a levado para trabalhar para nós.

Wheston levantou os olhos do prato e sorriu para a irmã.

— Realmente Caroline, tem mãos talentosas esta senhora.

Caroline franziu o sobrolho.

— Senhora? Pensei que fosse bem jovem...

— Hum, na verdade eu não sei qual sua idade, apenas deduzi que fosse uma senhora.

— Mathew, está me dizendo que não a viu até hoje? Você está se tornando um tanto descortês - ela meneou a cabeça em desagrado - Não explicou nada sobre o trabalho a ela, não me espanta que elas sempre se demitam.

O marquês fez um gesto de desdém com a mão ao responder.

— Bobagem, você sabe que não costumo falar com os criados e tenho Hether para dizer o que for necessário.

— Isso é um descaso Mathew! Não estamos falando de uma criada qualquer, mas da pessoa responsável por gerir sua casa; isso é muito estranho, não acha Albert?

Ela virou-se para o marido esperando apoio e Albert que se mantivera calado até então, observou o rosto sério do cunhado e a expressão ansiosa da esposa antes de opnar.

— Claro querida, me desculpe Wheston mas minha esposa está certa, agora que está prestes a me dar um herdeiro ela está sempre certa.

Mathew sorriu ao ouvir a resposta do cunhado, ele se alegrava em notar que sua irmã era feliz e amada.

O Ogro e a LoucaOnde histórias criam vida. Descubra agora