Prólogo - O Começo do Fim -

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-1829-

Era apenas uma noite de quarta que poderia ser como outra qualquer para o Marquês de Wheston no Floral club, o mais famoso clube de debutantes da capital.

Valsas, quadrilhas, limonada morna, alguns leques e muito babado; para Mathew Calston era isso que representavam os bailes e ele não estava nem um pouco interessado. Exceto esta noite.

A brisa que circulava pelo salão de baile lotado trazia algo especial, um anúncio seria feito e nada tem mais poder para reunir toda a aristocracia em um único local que a curiosidade de ver a história da nobreza se desenrolando diante dos olhos.

Comparecer aos eventos sociais era quase obrigatório. Sua família exercia muita influência em meio a alta sociedade e justamente por isso sua presença era indispensável em todos eles.

Nestas ocasiões ele visualizava facilmente um enorme alvo nas costas, podia até enxergar sem esforço os dardos nas mãos das mães casamenteiras, incluindo a sua própria.

Ele havia herdado o título, simplesmente por ser filho de um duque e nunca considerou isso grande coisa, mesmo assim era o primogênito de Lorde Leopold Calston e Lady Clarissa Calston, duque e duquesa de Morph.

Obviamente, como marquês e herdeiro de um ducado, era considerado por todos um dos melhores partidos da nobreza, isso sem levar em conta sua aparência e juventude, que também estavam à seu favor.

Dono de cabelos tão pretos quanto a noite e olhos tão escuros quanto... - bem, os cabelos - um rosto marcante, delicado em razão da juventude e ao mesmo tempo másculo, que já trazia a promessa de que em breve o rapaz se tornaria um homem intimidante. Era dono de um físico que causava suspiros nas jovens damas; Mathew Calston era o retrato de um cavalheiro.

Apesar de ter relutado um pouco ante as cobranças para que finalmente se comprometesse, principalmente pela idade, aos poucos a ideia foi se tornando mais atraente; como único filho homem, asseguraria que o título tivesse a quem ser passado e teria alguém com quem partilhar os eventos sociais, além dos agradáveis momentos a dois.

Também não precisaria mais se preocupar com debutantes e suas mães e isso era o que havia colocado fim ao seu impasse.

A jovem escolhida por Lorde Calston para se tornar a marquesa de Wheston, havia sido a belíssima Lady Sophie Blanchet, filha do conde de Blanston e a sensação da temporada.
Já haviam conversado algumas vezes e ele a havia considerado muitíssimo mais interessante que as insípidas debutantes de costume, ela era divertida e sabia manter uma conversa agradável, além de ser uma beldade.

Ele contava com a aprovação de sua mãe, a duquesa, apesar de ser fato que em sua vontade de ver o filho casado ela aprovaria quase qualquer dama.

Lady Caroline Calston, sua irmã, não tinha a mesma opinião e isso se tornava claro, à medida que chegavam mais perto de anunciar o noivado, o que aconteceria esta noite.
Costumava se referir a Lady Sophie como esfuziante ou muito evidente e, por mais que não parecesse tão ruim a ouvidos atentos, Mathew conhecia a irmã o suficiente para saber que essa era sua versão educada de ofensas.

Caroline sempre fora uma moça muito alegre, mas também era defensora das boas maneiras e da discrição em público, o espelho para as demais debutantes da sociedade, exatamente por isso o fervor de Sophie a chocava bastante.

Lady Sophie era agitada e nunca se importava muito com regras básicas de etiqueta, tornando-se várias vezes alvo de mexericos por motivos torpes, como tocar alguém em excesso enquanto falava, ou por dançar mais vezes que o permitido pelo decoro, com um mesmo par.

Essa vivacidade que a jovem lady exalava foi justamente o que atraiu o marquês de Wheston. Se ele teria que se casar, por que não o fazer com alguém que o divertia e que não corria ou corava a cada elogio?

- Tem certeza disso, Mathew?
Ele nem precisou se virar para reconhecer a voz da irmã e a irritação que ela tentava disfarçar.

- Caroline, já conversamos sobre isso, ela é maravilhosa e será uma marquesa encantadora.

- Ela é muito bonita mesmo. - Caroline concordou relutante. - Mas você não a ama, mal a conhece.

Era nítido que ela tentava desesperadamente desencorajá-lo, mesmo porque ela nunca havia reprovado tão claramente a união, mas estava ficando sem tempo.
Também não passara a ele despercebido, que ela não havia confirmado que Sophie seria uma marquesa encantadora.

- Você deve compreender que a maioria das relações não são baseadas em sentimentos, Caroline. Eu gosto dela e nosso casamento será a união de duas famílias poderosas, confie em mim, eu sei o que estou fazendo, agora me dê licença.

Mathew se afastou e Lady Caroline o observou abrindo caminho por entre a multidão que estava presente aguardando o anúncio. Enquanto ela o via se aproximar de Lady Sophie para enfim formalizarem o noivado, sentiu uma angústia muito grande, não conseguia sentir afeição pela moça e agora teria que recebê-la na família.

Como a dama exemplar que era, colocou um sorriso no rosto e se juntou aos demais, que sorriam enquanto o casal valsava, selando assim o destino de seu querido irmão e sua marquesa.

Olá meus amores e amoras💕

Fiz uma playlist especialmente para vocês, leitores de O Ogro e a Louca.
Espero que gostem❤

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Copiem e colem o link🤗

Bom, final do nosso prólogo, leitores queridos!
Contem-me tudo e não escondam-me nada...
O que acharam?
Se gostaram, comentem e votem por favor.
Se não gostaram, comentem me dizendo o motivo...
Se ainda não tem certeza continue a leitura!!!
Espero vocês nos próximos capítulos e desejo de ❤ que se apaixonem por este livro

Beijinhos
SG Fidelis😗😗

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