Capítulo II

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Notas do Autor

E aí gente linda do meu coração, nem demorei para aparecer com outro capítulo, não é?

Meus xuxus, a historia vai mistura fatos do universo cinematográfico e mitologia nórdica e algumas coisinhas da minha mente perturbada, não esqueça de preparar os lencinhos de papel, o Loki vai sofrer um bocadinho, mas garanto que o final vai ser feliz.

Bom, chega de enrolação, boa leitura para vocês meus doces.

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No próximo dia vinte e dois do mês que vem no correr do ano, faz cinco anos que estou morando na Terra e muita coisa mudou nesse período.

Se me dissessem que eu, Loki o deus da travessura e da trapaça, iria se acostumar à vida na terra e que não a trocaria por nenhum castelo Asgardiano. Provavelmente lhe lançaria um feitiço e o transformaria em uma criatura horrenda.

Mas antes de minha vida como mortal começar a melhorar, ela piorou muito. Vivi um bom tempo sem perspectiva, sem ao menos saber o que faria para seguir em frente e a solidão só não me enlouqueceu por causa da Beth e de seu neto adotivo, Lucas. Ela me salvou quando as lembranças tornaram-se difíceis demais para suportar, tenho vergonha de admitir que atentei contra a minha própria vida. Hoje essa lembrança não passa de mais uma cicatriz em meu corpo.

Foi Beth que me fez procurar ajuda e como o dinheiro estava pouco, ela sendo uma ex-assistente social, conseguiu marcar uma consulta para mim com o psicólogo do centro comunitário que ela é voluntária. Ainda que relutante, passei a me encontrar com o Dr. Artur Monenstar, ou como gosto de chamá-lo Artie, uma vez por semana. Hoje além de meu terapeuta, ele é um grande amigo.

Passei alguns anos precisando tomar remédios para conseguir dormir e ainda tomo calmante, mas só quando acordo depois de um pesadelo. A claustrofobia também é algo com que lido, não consigo ficar em um ambiente fechado e detesto lugares escuros. Mas quem não ficaria com sequelas depois de todas as torturas que enfrentei naquela cela?

Muitos humanos acreditam que por sermos deuses, estamos imunes a tudo. Entretanto apenas possuímos mais resistência, força e longevidade que um midgardiano, porém nossa carne pode ser ferida. Nós também podemos sofrer de instabilidade emocional e psicológica.

Não foi só com o meu psicológico que tive problemas. Devido à imunidade baixa lidei com vários problemas de saúde, meu corpo humano não era acostumado ao ar poluído de Midgard, suas comidas tóxicas e as doenças. Por não ter crescido na Terra, eu não possuía as defesas naturais que os habitantes do planeta adquirem com a exposição aos seus poluentes e sem a magia para proteger meu organismo ou me curar quando necessário, sofri com várias infecções virais e até mesmo bacterianas. Uma pneumonia foi à última delas, tive varias complicações e quase morri, também descobri as "maravilhas" da asma e agora sou escravo de um inalador.

Agora imagina ter um ataque de pânico ou uma crise de ansiedade quando se é asmático! Sim, é tão ruim quanto parece e é muito mais do que desesperador.

Também sofro com fortes dores de cabeça, nas minhas articulações e coluna, devido a isso eu preciso tomar remédios fortes para dor. Às vezes sinto os meus membros dormentes principalmente minhas pernas, sofro com câimbras terríveis e não consigo correr ou fica em pé por longos períodos. Segundo o especialista que procurei, pela quantidade de fraturas remodeladas que possuo, é um milagre que eu esteja andando ou vivo.

Pode parecer estranho um deus ter todos esses problemas de saúde, mas com a minha magia selada e reduzida a quase nada, eu perdi a maior parte da resistência e força física que um asgardiano possui. Meu corpo está suscetível a doenças humanas e as dores que sinto são uma consequência das torturas que suportei no tempo que estive cativo.

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