Capítulo XXVII

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Notas do Autor

Olá minha gente linda, como estão vocês nessa noite de sexta-feira, primeiro de mais de 2020?

Aqui na minha cidades está chovendo e eu estou adorando, pq o calor estava sufocante.

Estão preparados para mais um capítulo? Espero que sim e quero alguns surtos, vocês vão surtar lendo o capítulo, né?

Já sei que vocês estão pensando, que eu não tenho nenhum amor a vida por está falando essas coisas, mas eu juro que amo viver. Pode não parecer, mas amo!

Sentem-se confortavelmente e aproveitem essa bíblia

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Abri os olhos quando escutei o rosnado feroz de um animal; na minha frente havia um lobo preto gigantesco de olhos vermelhos ferozes, todos os seus dentes estavam à vista e a baba escorria pela sua boca. Ele estava amarrado com uma corrente extremamente grossa em uma das duas pilastras de gelo que tinha na frente de um portão de ferro, me encarava como se estivesse pronto para me atacar, dei três passos para trás aumentando a distância entre nós. Olhei para os lados e apenas encontrei uma brancura inumana misturada a cascalhos contrastando com o muro de pedra escura do enorme castelo de cristais de gelo a minha frente, o vento parecia sussurrar agouros e maldizeres.

O lobo tentou me atacar, mas para a minha sorte a sua corrente curta não permitiu, porém, isso o enfureceu e ele começou a latir, rosnar ferozmente e babar. Fiquei preocupado com todo o barulho que o animal estava fazendo, a última coisa que queria era chamar atenção para mim. Não faço a mínima ideia onde estou e não tenho os meus poderes, se os habitantes desse lugar forem hostis, não terei a chance contra eles.

– Shiiiii... Quieto totó. Calminho. Seja um bom garoto – pedi nervoso, mas claramente não adiantou muito.

Dei mais uns passos para trás olhando para todos os lados atendo a qualquer movimentação, o rangido do portão chamou a minha atenção e fez o lobo grunhir como um filhote dócil enquanto balançava o rabo. Saíram da proteção da muralha seres que pareciam com homens mortos, o que me fez ter uma ideia de onde estou, mas precisava de uma certeza porque alguém só vem para esse lugar com a permissão de sua governante ou...

– Olá, deus da mentira – uma voz cheia de escárnio chamou minha atenção e fez meu coração disparar no peito.

Os mortos-vivos abriram espaço e ela passou entre eles tão deslumbrante quanto eu lembrava. Hela. A deusa da Morte e da Destruição. Rainha de Helheim. Minha filha. Ela estava usando um vestido preto longo com detalhes verdes e dourados, sua capa balançava levemente; seus olhos esverdeados – tão parecidos como os meus – destacavam-se devido à maquiagem carregada; os lábios carnudos e vermelhos, os cabelos negros volumosos estavam soltos emolduravam seu rosto pálido destacando seus traços harmoniosos. A minha bebezinha tornou-se uma mulher encantadora e possuidora do mesmo ar desafiador que a mãe carregava.

– Quanto tempo – ela falou com um sorriso malicioso nos seus lábios.

– Hela – sussurrei surpreso e um tanto emocionado por vê-la novamente depois de tanto tempo.

Nosso último encontro foi há três séculos em uma festa para comemorar mais uma batalha vencida por Asgard, trocamos algumas palavras e alguns olhares rápidos. Mantive-me indiferente durante todo o tempo que a caravana vanir esteve hospedada no palácio, mas meu coração sangrava por tê-la tão perto e não poder abraçá-la. Meu maior desejo é ouvi-la me chamar de pai, entretanto, perdi meu direito quando não fui forte o suficiente para negar a ordem de Odin e a entreguei para os avós. Esse é um dos meus maiores arrependimentos.

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