Capítulo 3

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   Passaram-se alguns dias e fui lembrando de que Gustavo me fazia feliz e eu sabia que Nicole iria sair daquela situação ruim em que a deixei. Porém, com Nicole eu lembrava de Gustavo que achava que eu tinha enganado, feito de idiota e estava mal. Mesmo assim, fui levando os dias. Mas eu não era o mesmo. Nicole, incrível, estudando muito para passar na federal, muito legal e brincalhona não conseguia trazer o Diego da escola de volta.

É. Parecia que fiz a decisão errada. Eu queria o Gustavo e sentia falta demais dele e também queria mostrar que eu não fiz por mal. Errei, mas tentando não deixar ninguém sofrer. Isso não ficaria assim. Gustavo não iria ter essa ideia errônea de mim.

Em torno de 20 dias com Nicole e sem conversar com Gustavo, levei-a para minha casa e disse que precisava novamente de uma conversa. Porém muito mais séria:

- De novo, Diego? O que é desta vez? Vai me deixar de novo? – disse Nicole.

- Não, minha gatinha. Você quem me deixará. – falei cabisbaixo.

- Por quê? O que você fez?

- Não sei se consigo falar.

- Me fala. Sou eu, a sua mulher que tem você a vida toda ao lado.

- É estranho. Não sei o que falar, Nicole.

- Deixa sair. Fale. E não vou terminar com você. Seja lá o que você tiver feito, estarei contigo. Você atropelou alguém e não prestou socorro? É isso?

- Claro que não. Como eu faria uma coisa dessas sendo que meu trabalho é tirar a dor das pessoas e lutar pela vida?

- Está usando algum tipo de drogas?

- Não. Você sabe que jamais.

- Ficou com outra menina e ficou confuso?

- Ah... É...

- Foi isso? Mas então você já fez o que queria, já que queria conhecer outras pessoas.

- Sim, mas é diferente.

- Você transou com ela?

- Apague a luz que te falo. É tenso demais isso e não saberei falar isso com você me olhando. – ela apagou.

- Agora fale.

- Eu não consigo. – e comecei a chorar do nada, soluçando.

- Fala, Diego. Vou fazer o possível pra te ajudar. Não me deixe mais angustiada. Mereço saber.

- Eu fiquei sim com outra pessoa.

- Sim, eu imaginei. Mas e o que ela tem de tão especial?

- Nicole, minha Nicole. Olha... não é ela...

Alguns segundos de silêncio.

- Como assim? Fiquei confusa agora. Do que você está falando?

- Você entendeu. Não consigo ser mais claro que isso.

- Eu não entendi mesmo. Só veio à minha cabeça que se não é "ela" é "ele". Viu? Nada a ver o que pensei. Me explique.

- Mas é isso Nicole. É "ele".

Mais silêncio...

- Você está tentando terminar comigo inventando isso, Diego? Basta terminar. Eu sofro sem você, mas terei que aceitar que não me ama mais. Mas pra quê mentir assim?

- Não estou mentindo, Nicole. Alguma vez menti pra você em algo?

E iniciei um choro tão descontrolado que Nicole me abraçou e disse que ficaria tudo bem. Eu era uma pessoa muito ligada a sexo e deve ter havido uma confusão em minha cabeça. Disse isso e outras palavras de conforto. Fiquei apenas ouvindo até que me pediu para leva-la embora.

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