Capítulo 4

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   No primeiro dia que acesso o MSN, Leandro me cumprimenta. Respondi sem esperar que o papo desenrolasse, como sempre. Enquanto isso, voltei a acessar salas de bate-papo da minha cidade, de Ouro Preto e Belo Horizonte, todas juntas. Nenhum cara me interessava. Seus assuntos eram diretos ao sexo, o que me fazia abandonar a conversa imediatamente. Na barra inferior, o MSN piscava com o nome de Leandro. Abri:

- Você sumiu. – escreveu Leandro.

- Sim. Mas tamo de volta o/

- Kkkk. Que estava arrumando?

- Arrumando um outro cara. Huehuehue.

- Tava namorando?

- Pra mim sim. Pra ele não.

- Como assim?

- Não quero falar sobre. Mas e você? O que conta de novo?

- Mas está solteiro, né? Eu só tenho estudado bastante, lendo uns livros e tals.

- Sim. Estou solteiro. Que livros?

- De anime e de tecnologia.

Assim nosso papo foi desenvolvendo e vi que ele era um cara de bom papo, só não teve iniciativa de começar um e nem eu com ele. Manteve a conversa normal, sem partir para "baixarias" (o que curto muito, mas não logo de início). Se interessou muito com o meu trabalho e pediu várias informações, fazendo-o até procurar manuais sobre softwares médicos. Sua fascinação por tecnologia estava me agradando muito. Voltei a olhar seu Orkut, pois mal lembrava de como ele era, e vi novas fotos: cabelos castanhos claros como os meus, porém lisos, nariz de "bola" (um pouquinho grande e achatado), branco e parecia alto. Bonitinho. Gostei.

Lembrei que havia deixado o bate-papo aberto e fui ver as janelas. Haviam alguns pedidos para conversar, mas só respondi a um, da minha cidade. Manteve um papo bacana e nos adicionamos no MSN fake. Fiquei conversando com ele e com Leandro. Saí do bate-papo.

A conversa com Leandro era bacana, pois o menino se interessava por tudo que eu falava, tinha uma forma de escrever bem correta e era bastante humorado. O outro já começava com assuntos do tipo: "ativo ou passivo?". Mas fui respondendo por ele ter sido educado no chat. Este cara não era bonito de rosto, mas tinha um corpo bem legal quando mandou uma foto só de sunga: moreno claro, (tenho dificuldade em definir "moreno". Não é negro nem branco. Fica entre os dois. Seria pardo.) corpo normal sem nada definido mas também sem barriga ou "pneus" e era liso, o que não me agradava muito. Mas eu estava com muita vontade de deixar alguém pegar no meu pinto, bater pra mim, chupar ou me dar, se fosse o caso. Não interessa. Eu queria que me fizessem gozar e queria muito.

Como Leandro morava longe (Juiz de Fora), ficamos apenas no papo. Mas com este outro menino, no segundo dia de conversa, marcamos de nos encontrarmos numa tarde. Caso ambos se curtisse, eu sabia de uma "quebrada". Tomei meu belo banho, deixando tudo bem limpinho e cheirosinho, peguei o carro e fui para a praça que marcamos. Chegando lá, ligo para ele que prontamente atende com uma voz um pouco fina, nada agradável para meus ouvidos. Disse estar sentado em um banco com calça branca. Olhei e ele estava de pernas cruzadas (uma sobre a outra, como mulheres sentam-se quando estão de saia). Eu, todo preconceituoso, pensei em voltar pra trás, pois não era nada do que eu queria. Queria conhecer um cara masculino como sempre foi até então. Apesar de todo este meu preconceito besta, decidi descer do carro e ir até ele. Uma trégua: hoje não tenho mais este tipo de conceito/preconceito contra efeminados. Isso era imaturidade, falta de conhecimento maior e estereotipagem. Não tenho controle sobre o que gosto e o que não gosto. Ninguém tem. Não sinto atração por efeminados, mas que continuem assim, com trejeitos femininos, roupas, termos... que sejam felizes. Não estão fazendo mal a ninguém. Meu respeito hoje não é uma dádiva e sim uma obrigação. E não falo apenas de respeito social. Falo de respeito interno, em mim, na forma de ver e julgar as pessoas. Não sou nem um pouco efeminado e sequer tenho amigos gays. Mas hoje não julgo ninguém, pois não sou melhor do que eles em nada.

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