Capítulo 5

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   Os dias eram cada vez mais tumultuados: plantões complicados onde cada dia era um novo aprendizado e faculdade bastante rigorosa.

Eu eu Leandro nos falávamos todos os dias por sms ou MSN até voltarmos a nos encontrar cerca de 15 dias depois. Desta vez, fui até sua cidade. Ficamos em um hotel onde finalmente comi Leandro e fui despertado para algo...

Há uma música da banda alemã Oomph de nome Sex com uma letra científica, onde relata que o sexo pode ser capaz de gerar paixão. Acontece no tipo de sexo em que a pessoa se entrega totalmente a você e você a ela. Vocês esquecem do mundo. Há uma sensação de imortalidade e de que está tudo completo. São sensações momentâneas, por isso você sempre procura sentí-las novamente. Aconteceu comigo. Após finalmente entrar naquela bundinha pequena e muito peluda do Leandro, eu estava muito feliz. Via em seu rosto felicidade também. O menino me abraçava toda hora, falava brincando que não queria ficar mais longe de mim. Um menino tão bonito, com 16 anos, porém maduro demais, uma inteligência incomparável e com um sexo perfeito... eu não tive controle. Quando voltei pra casa, me vi iniciando uma paixão.

Voltamos a nos ver cerca de 10 dias depois, com ele vindo pra minha casa em um final de semana. Conversamos sobre tudo e decidi deixar claro que já havia transado sem preservativo com o meu primeiro cara. Ele me deu um pequeno sermão merecido e combinamos de, finalmente, fazer o teste Elisa juntos. Mas juntos? Isso criou uma interrogação em mim. Tínhamos algo? Bom, tive uma péssima experiência por não conversar sobre isso com um cara. Decidi então, com um certo medo e vergonha, falar sobre isso:

- Leandro, o que você acha de relacionamento aberto?

- Besteira, pelo menos no meu caso. Nunca namorei ninguém mas não me imagino nisso. Existem cabeças e cabeças. A minha é antiquada esperando um príncipe único e meu, somente meu. Hahahaha.

- Hahahaha. Viadim. Seu príncipe já está aqui.

- Ahhhh, quem me dera. Você não é pro meu bico.

- Como assim?

- Diego, você é incrível demais pra ser meu. Você é muito inteligente, esforçado pra caralho e bastante gostoso. São características difíceis de encontrar em uma única pessoa. Por quê essa pessoa seria minha?

- Eu concordo com o "esforçado", apenas. E eu seria o cara mais feliz do mundo se tivesse o Leandro pra mim.

Ele calou-se. Ficou sério, olhou pra baixo e disse em tom triste:

- Tenho algo pra lhe falar.

- Ahhhh, caralho. Não posso ser feliz mesmo. Fala logo. Sem suspense. Seja lá o que for, vamos esclarecer. Vai. Fala.

Fez silêncio, foi levantando a cabeça aos poucos, me olhou com semblante fechado que foi logo se desfazendo, dando lugar a um sorriso:

- Palhaço. Hahahaha. Ficou todo tenso, tadinho.

- Ô viado. Para com essas coisas. Não gosto disso. Você tem realmente algo a dizer?

- Tenho algo a perguntar.

- Está esperando o quê?

- Podemos ter algo sério?

Falou isso rápido e instantaneamente, me encarando. Fiquei surpreso e respondi que era o que eu mais queria com ele. Nos abraçamos, beijamos e ficamos trocando carícias. Agora sim fazia sentido fazermos o teste juntos.

Como ele não tinha plano de saúde, eu pagaria o exame dele. Combinamos para o próximo sábado, cedo, em jejum. Feito o exame, aguardamos ansiosos exatos 6 dias. Durante estes dias, falamos coisas bem desagradáveis caso descobríssemos algo em nós. Tentávamos relaxar mas não conseguíamos. A tensão era grande demais.

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