Quase 4 anos e nem sinal de relacionamento rotineiro, tedioso. Eu não conseguia olhar pra outros caras. Estava feliz demais. Leandro, um sujeito muito quieto, anti-social ao extremo a ponto de recusar (sim, recusar mesmo) amizades estava muito feliz também. Me falou o quanto fui importante em sua vida e quanto mudei ela. Agora sim a vida fazia sentido (palavras dele).
Claro que discutíamos, nos desentendíamos, mas resolvíamos rápido. Nada de afastar um do outro. Nada. Até que...
Certo dia, minha irmã chega perto de mim e fala que Michel havia ligado pra ela alguns meses atrás e ela se esqueceu de me falar. Mas ele havia ligado novamente no dia anterior pra saber como eu estava, se não havia acontecido nada comigo, se realmente eu estava bem. Ela estranhou demais a insistência dele em saber meu estado, assim como eu estranhei. E ainda disse que precisava demais falar comigo. Pensei bastante no assunto e decidi ligar. Peguei o número com ela e liguei privado, pois não queria que soubesse meu número e eu voltar a ter problemas com Leandro. À noite, quando visse Leandro, eu contaria tudo a ele. Liguei, o menino atende. Enrolou bastante, pois insistia em saber como eu estava e depois de saber que eu estava bem e ainda namorava Leonardo, me disse:
- Olha, Diego. Estou preocupado com você porquê ainda gosto de ti. O tempo passou e não curou isso. Ninguém te substitui, cara. Mas não estou pedindo pra voltar. Não se preocupe. Se você está bem, fico feliz. Mas é que seu namorado me ameaçou de fazer algo que me prejudicaria muito. Tem muitos meses isto. Eu chamei ele na porrada, pois disse que não tinha medo dele. Ele só disse que à partir daquele momento eu teria. E realmente tive.
- Continue.
- Eu nunca passei senha de nada pra você, Diego. Como ele invadiu minha vida? Eu vivo hoje assombrado com medo de exposições. – disse começando a chorar.
- Do que você está falando? Está achando que dei alguma informação sua pra ele? Ele não sabe nada de você.
- Sabe sim. E sabe tudo. Sabe até que banco tenho conta.
- Michel, calma. Vocês se viram alguma vez? Eu não estou entendendo nada.
- Não. Foi tudo conversa por MSN. Eu tinha os prints, mas perdi. Foram apagados...
- Humm. Começa a fazer sentido. – interrompi.
- Que sentido? Ele é desses doidos que hackeiam, não é?
- Olha, Michel. Ele não é doido. Conheci ele sabendo de suas profundas habilidades de programação. Achei bem da hora a facilidade dele pra tudo. Ele evoluiu muito neste aspecto a ponto de parecer não ter barreiras pra ele. O que deve ter acontecido é que ele invadiu seu PC. Só não me pergunte como.
- Foram as contas de e-mail. PC ele não invadiu. Mas perdi os meus e-mails onde tinham documentos meus e algumas fotos nu. Ele me ameaçou com estas fotos. Bastava por na net e acabaria com minha vida. São fotos que somente eu havia visto até hoje. – Michel continuava chorando.
Tudo estava tenso agora. Leandro fez merda de novo e sem motivos? E porquê nunca me disse nada?
- Quando foi isso?
- Eu não sei exatamente. Mas deve ter quase 1 ano. – Imediatamente relacionei aquilo à época em que brigamos quando ele me invadiu.
- Calma. Vou conversar com ele. Não fique assim, ok? Ele não fará nada. São só ameaças.
- Diego, você não sabe o que é ir à rua e ter medo das pessoas começarem a te apontar por ter te visto em fotos constrangedoras. Você não sabe o medo que tenho de perder minha conta bancária.
- Olha, já disse. Ele não fará nada. Quanto à contas de bancos, ele não consegue invadir. Sério. Fique tranquilo. Foram somente ameaças. Vou conversar com ele pra saber porquê fez isso, ok?
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A Minha Vida
No FicciónEsta obra trata-se de uma auto-biografia, principalmente sexual iniciando em minha pré-adolescência aos dias atuais. Não sou escritor. Apenas vi uma oportunidade de escrever sobre mim, tendo em vista o déficit de histórias de vida reais, mesmo em co...