0 5 - Se entregue

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- Para onde você está me levando? - a voz dele soou grave.

Sebastian caminhava ao meu lado um pouco perdido e frustrado.

- Pro meu apartamento. Eu vou tentar dá um jeito nessa bagunça que tá seu rosto. - eu disse puxando-o pelo braço para que ele andasse mais rápido.

- Estou começando a me arrepender de ter saído daquele vestiário com você. Eu devo estar muito fodido da cabeça. - ele disse e eu dei de ombros pro seu comentário.

Quando decidi que levaria ele para minha casa não foi em nenhum momento com segundas intenções. Eu havia adorado o beijo, e pela primeira vez senti algo tão intenso quanto alguma vez eu havia sentido. Me perdi de pensamentos insanos, sim. Porém, eu estava levando ele para longe de toda aquela confusão, para que ninguém tivesse que pertuba-lo agora, Sebastian tinha muitas coisas para pensar.

Ele estava um desastre, em todos os sentidos.

Estávamos em silêncio, não era constrangedor, mas agradável. Eu sabia que ele precisava de um tempo para por as coisas no lugar, o que ele havia feito hoje renderia consequências.

Quando finalmente chegamos no prédio, eu torcia para não ver a nojenta da minha vizinha no caminho para o meu andar. Eu não queria criar mais caso entre nós duas, aquele dia havia bastado. E tive sorte de chegarmos lá sem nenhuma interrupção.

- Então essa é a sua casa? Não é tão ruim quanto imaginei. - Sebastian disse prepotente.

Ele entrou no lugar dando voltas e olhando tudo, procurando alguma coisa para tirar sarro de mim. Eu era simples e reservada, se ele achasse algo seria raro.

Podia até tentar, mas não conseguiria.

- Se senta ai e para de falar besteiras. - eu disse para ele enquanto eu ia na cozinha.

Peguei a caixinha de primeiros socorros que eu guardava para emergências e voltei para sala. Sebastian estava com as mãos sobre suas pernas impaciente.

Sentei ao seu lado, peguei um algodão e ensopei de soro para limpar todos os machucados.

- Vai aguentar que nem um homem, não é? - fui sarcástica. - Você está um lixo.

- Vou tentar, mesmo sabendo que você deve fazer isso de uma forma muito ruim. - ele disse rindo de lado.

Só de maldade eu apertei o algodão sobre o corte fazendo-o gemer de dor.

- Eu posso realmente ser ruim quando eu tenho um paciente que não se comporta. - sussurrei em seu ouvido.

Ele arqueou a sobrancelha me olhando de forma curiosa.

- Estamos brincando de enfermeira e paciente agora?

- Talvez, mas agora eu quero fazer os curativos de verdade. - deixei claro.

Não que eu tivesse me fazendo de difícil, porém, eu tinha prioridades no momento. Eu não sabia o que realmente ia acontecer, e por mais que eu quisesse me entregar a ele, eu não queria ser só mais uma no final.

Ele se calou e me deixou limpar todos os machucados do seu rosto um por um, e após tantos gemidos de dor finalmente eu consegui terminar.

- Agora tira a blusa. Não foi minha intensão mais eu vi os hematomas na sua costa e no seu abdômen enquanto estávamos no vestiário. - ele me olhou indecifrável.

Demorou alguns segundos mas enfim ele tirou a blusa e olhou para baixo fingindo estar fitando o chão intensamente.

Eu me inclinei um pouco para poder ver os hematomas, eles estavam roxos e não tinha muito o que fazer neles. Procurei uma pomada qualquer para passar sobre os roxos que haviam na sua costa e no seu abdômen.

Meu Erro Foi Você Onde histórias criam vida. Descubra agora