Apoiando as suas mãos em seus joelhos, Isaac encontra-se ofegante por conta da corrida matinal que acabara de fazer, ergue-se e torna a caminhar enquanto gira a pequena tampa da garrafa de água que se encontrava sem suas mãos.
Após beber metade do conteúdo da garrafa, Isaac fecha-o e concentra-se em seu trajeto de volta à casa.Ele está tentando, tentando levar uma vida melhor, tentando levar uma vida saudável, tentando se livrar dos seus vícios, da melancolia que sempre o acompanhava, era a sua companheira fiel.
Agora Isaac se encontrava pensando no futuro, pensando na faculdade que passará a frequentar daqui a algumas semanas, pensando na faculdade de engenharia que exercerá.
A universidade que Isaac frequentará é o sonho de qualquer inglês, ou de qualquer pessoa, University of Manchester sendo a maior universidade da Inglaterra, porém Isaac não se sentia lisonjeado por estudar nela, aliás, Isaac não possuía nenhum sentimento para com a universidade.
Ao sentir um toque em seu ombro esquerdo, Isaac para de andar e vira-se, franze o cenho ao encarar a Poliana.
— Olá, me desculpe pelo incômodo, mas saberia me dizer onde fica a pastelaria mais próxima, eu podia usar o google maps, mas deixei o meu celular em casa e...
Enquanto Poliana tagarelava, Isaac a encara minuciosamente, seus cachos se encontravam em um coque mal feito, seu rosto, aparentemente livre de qualquer maquilhagem, vestia um macacão jeans e por dentro, uma camiseta vermelha.
Mas oque chamou a atenção do Isaac, não foi a sua vestimenta, mas sim ela. Isaac nunca tinha se interessado por uma mulher negra, aliás, Isaac nunca tinha se interessado por mulher alguma, mas oque ele via agora, diante de si, ele tinha plena certeza que não era qualquer.— ...por isso — finaliza Poliana depois de tanto tagarelar.
Desorientado, com a conversa, Isaac, a encara confuso tentando processar cada palavra dita por ela, embora não tenha escutado uma boa parte dela.
— Ao virar a direita, no fim da rua, há uma pastelaria — diz Isaac gesticulando.
— Obrigada — agradece, super contente.
Isaac vira-se e torna a andar, agora, apressado.
Poliana vira-se afim de perguntá-lo o seu nome, mas o vê indo embora e aparentemente apressado, Poliana meneia a cabeça e caminha, seguindo as instruções que lhe foi dada.
De relance, Isaac vê uma menina andando lentamente enquanto contava o masso de dinheiro que se encontrava em suas mãos, quem a visse assim, acharia que a mesma tinha assaltado algum banco.
— ...Dois mil, dois mil e oitocentos, três mil e...quinhentos...
Contava Sky, enquanto passava por Isaac, o mesmo a encarava cético.
Isaac constatou que nunca a tinha visto por ali, nem ela e nem a garota que lhe tinha pedido a localização da pastelaria mais próxima.Talvez sejam os novos moradores daqui — concluiu em pensamento.
Não que Isaac conhecesse a vizinhança, mas uma vez ou outra se esbarrava com os mesmos seja na rua, ou no super mercado.
Ao finalmente chegar à casa, Isaac abre a porta da mesma e de seguida fecha-o após entrar, ao tirar a camisa e jogá-la em qualquer canto da casa, Isaac caminha até a sua cozinha mas para abruptamente ao vê-la.
— Oque faz aqui?
— Vim visitá-lo — responde ao sorrir e jogar a sua bolsa no sofá — Você me conhece, odeio visitar alguém de mãos vazias, então eu pensei — coloca o polegar sobre o queixo e inclina a cabeça ligeiramente para o lado — Do que o meu querido enteado gosta? Não tive que pensar muito — diz ao tirar as mãos de trás de suas costas e mostrar o pacotinho que continha, o pó branco.
Isaac estremeceu ao reconhecer a sua ruína.— Ah vai dizer que não quer? Está resistindo porque hein? Isaac olha...
— SAI DA MINHA CASA
— Toma, pega é seu — conclui sem se importar com a fúria do Isaac — Seu pai não dá a mínima para você, eu falo isso porque sou eu que o acompanha diariamente, sua querida mãezinha poooo — gesticula uma explosão ao sorrir — Mas isso, nunca acaba — diz ao abanar o pacotinho diante do Isaac, ao aproximar-se dele, Dina passa a mão pelo seu abdômen — Você é mais homem que seu pai, sei que consegue, e aí vai resistir?
Isaac arranca o pacotinho de sua mão e abre o mesmo, vitoriosa Dina sorri ao tirar o isqueiro e o masso de cigarro da sua cinta liga
Isaac tentou resistir, só que tentar não é suficiente, é necessário, resistir.
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Abstinência De Você
Romance‹‹ Sou chamado de cafajeste, bad boy, insensível e...viciado Ela sabe disso tudo, e ela sabe que é verdade, mas mesmo assim ela entrou em minha vida como quem nada queria, ensinou-me a diferenciar o certo do errado e no entanto, ela roubou a minha...