Abstinência De Você

Capítulo 9

Isaac encarava seriamente o pano quadriculado que cobria a mesa do famoso restaurante cujo nome lhe era desconhecido, mas resolveu fechar seus olhos, afim de não se aborrecer com a figura que se encontrava diante de si.

— Não vai querer nada?

A voz grave que ele tanto conhecia se fez presente, preguiçosamente, Isaac abriu os olhos e visualizou dois pares de olhos o encarando, ao encarar o garçon Isaac murmurou um 'Não, obrigado' e acenando, o garçon se retira e assim, Isaac fecha os olhos novamente.

— Isaac, filho, vamos conversar sim? — Contragosto Isaac abriu os olhos e franziu o cenho, ao encarar o seu pai, o mesmo considerou tal atitude do seu filho como um sim — Olha, eu...eu sei que...olha, oque eu quero saber é, porquê você está zangado comigo?

Meneando a cabeça em negativa, Isaac levanta-se abruptamente da cadeira, o som da cadeira arrastando ao chão chamou a atenção dos demais, cerrando o maxilar, sobre os protestos de seu pai, Isaac se retira do restaurante e suspira ao colocar o capuz do seu moletom da marca Adidas.

Ao erguer seus olhos e encarar a imensidão que é o céu, a lembrança de ele e Poliana jogando basquete toma conta de sua mente, a risada alta e contagiante que ela soltava quando ele falhava uma sextada, a maneira que ela piscava os olhos ao marcar pontos, um sorriso de lado toma conta de sua expressão antes séria, ao perceber que sorrira, Isaac tratou imediatamente de desfazer o sorriso, ele sentia-se evoluído.

Determinado em voltar a sua casa, Isaac decidira apressar os seus passos.
Engenharia era a faculdade que Isaac se encontrava executado, por ser ótimo em cálculos, física e química, mas havia um ponto negativo para Isaac na faculdade que escolhera fazer, sendo um engenheiro, precisará cativar os seus clientes oque lhe facilitará na hora de cumprir prazos, uma vez que Isaac não era lá um grande falador.

Era difícil para Isaac, por mais que não demonstrasse, viver tudo isso e sem ter um apoio materno ou, paterno, era difícil responder às perguntas do Albert que a princípio fazia sempre a mesma pergunta "Ora, como você se deixou levar pelo vício?", era difícil responder e dizer que quem o tinha o apresentado à sua ruína, fora Dina.

Na altura Isaac se encontrava vulnerável e de certa forma inconformado pela rapidez de seu pai em encontrar uma nova parceira, ela era perfeita demais, simpática demais, inteligente demais...
Ninguém desconfiou dela, excepto o Isaac.

Há princípio, Dina colocava pequenas doses de cocaína em sua comida, na altura em que fazia questão de cozinhar, e em algumas vezes Isaac acordara nú com indícios de uma noite regada a sexo, Dina se aproveitava de seu corpo, de sua vulnerabilidade, Isaac nunca imaginaria que sua madrasta pudesse fazer oque fazia, ninguém imaginou, todos a julgavam como perfeita

A perfeição não existe no que diz respeito a humanidade

Ninguém se lembrou disso, Isaac apresentava ansiedades, euforia, infelizmente para ele, seu pai notara, até que seu pai entrara em seu quarto,com o incentivo de Dina, e encontrara um saco de ervas e seringas, por mais que Isaac tentasse defender-se, era em vão.

Possuído pela ira e decepção, Ethan, expulsara seu único filho de casa sem dar-lhe o direito de ser ouvido, e assim foi, daí em diante Isaac vivia como se não tivesse algum parente.

— Olha, eu...eu sei que... olha, oque eu quero saber é, porquê você está zangado comigo?

Por isso Isaac sentia-se mais do que ofendido pela pergunta de seu pai, e a cada dia que passava Isaac desejava profundamente que aquele caminhão o tivesse acertado... Ou o seu pai, uma vez que para Isaac ele não fazia falta alguma.

Ao erguer o olhar seus olhos se deparam com uma menina de sorriso contagiante o encarando veementemente, pois bem, Isaac nada fez além de desviar o olhar

— Qué estúpido¹

Foi involuntário da parte do Isaac não franzir o cenho, de qualquer forma ele sabia que oque acabara de sair por entre seus lábios, não era propriamente um elogio.

Não importa como, porquê, mas não aborreça seus filhos

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¹ Que estúpido

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