Paixão Poética

Corpo e Alma?

Que medo é esse?
Que cresce no fundo do peito;
Nesse abismo inexplorado.

Todo mundo tem medo de alguma coisa. Não precisa ser, necessariamente, de uma cobra; uma barata ou um cara armado.

Não.

Essas coisas ferem o físico. O externo. Que uma hora ou outra, cicatriza e deixa marcas.

Mas, afinal, que medo é esse? Que ela sente, do próprio ser humano...

Não é como se fossem machucar o "eu externo" dela. Ela não se importaria. Ah, Anna. Você não se importa com isso, não é?

Nem liga se eles querem machucá-la ou se querem deixar marcas em seu corpo. Você é uma tela em branco que será marcada pelo mundo em tinta carmesim.

Ficarás bela!

Mas que medo é esse, querida Anna?

Ah, sei... é o medo de se entregar, não é?

Não apenas de corpo, pois isso qualquer um pode fazer, mas de alma. Ah, Anna! Eu compreendo.

Tem medo de se jogar nesse abismo, não é? Tem medo de não ter ninguém lá para apará-la. Ou aquele alguém que tanto diz que vai segurá-la, acabar não o fazendo. Eu entendo, minha doce Anna.

Tem medo de que toda essa paixão que brota no seu peito, seja demais. Que assuste.

Que a sua intensidade seja demais para um corpo tão pequeno. Anna, tu transbordas!

És cheia de si!

Um ser tão belo, Anna. Tão majestoso.

E se for demais? E se eu assustá-lo?

Anna... querida... não tema.

Se isto vier a acontecer, então, siga em frente.

- Minha doce e gentil, Anna.