Doce Inferno

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Tu pergunta "por que gostas"? Como assim? Acha mesmo que faço qualquer coisa para atacá-la? ("Com certeza", você deve estar enfatizando com ironia)
Ah, como se engana!

Não imagina como vejo-te, minha querida. Não imagina o quanto tenho medo de quebrar o resto de sentimento que ainda guardas em  peito árduo.
Mas não, não é o sentimento que eu esperava.
Raiva? Nenhuma. Na verdade, eu deixei que me consumisse por um bom tempo e eu a alimentava com doses de ansiedade pura e talvez alguns pensamentos deveras incomuns que nunca virá a saber. Um pequeno Círculo Infernal de raiva, ciúmes, depois mais raiva e por fim, silêncio. Porém, não mais.

Dexei-te livre para escolher. Não ousaria dizer-lhe que fiz o que pude porque não fiz e (porra!) já me arrependi um dia. Mas tu jazia ali, entregando-te com fervor a outro ser. Tem ideia de o quanto a minha mente desgraçada deu voltas? Claro que não.
Eu jamais deixaria transparecer; deve ser por orgulho.
Mas eu, a cada dia, convencia-me mais e mais de que estava tudo bem; aquela mentira que acaba se tornando verdade, sabe?
Que o que se passava pelas minhas retinas era mais um vislumbre da maldita realidade que vivemos e que eu não tinha mais conveniência alguma do que fazia ou sentia. Tudo bem...

Eu ousei até pensar: - Foi bom enquanto durou e durou enquanto estava sendo bom, mas a vida não é uma máquina realizadora de sonhos.

Tu já ocupava tempo e espaço demais em minha mente conturbada. Era a minha vez de soltar o ar, aquele ar envolto em um "ciúme do que não é meu". E soltei...
Tu voou para cada vez mais longe, acompanhada daquela brisa que não parava de soprar, e eu ali convencendo-me mais e mais; Está tudo bem... pensava.

E sim, fico bem quando aparentas estar bem e eu (com certeza) lá fundo queria que estivesse realmente bem. Mas o mundo nunca parece agradá-la. Com tudo, de uma coisa eu garanto: até que teus olhos parem de ver através do meu sorriso, estarei ali, em corpo e alma. Sendo o seu doce Inferno.

Diário De Uma Louca.
  

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