Império

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Bastien está com as mãos atrás do corpo.

Na frente do castelo, vários escudeiros e a maioria dos nobres que faziam parte do conselho real esperavam ansiosamente. De longe, os galopes dos cavalos se tornaram audíveis e suas fendas chocavam-se contra o chão de terra úmida substituindo o som das folhas farfalhando no alto das árvores. Naquele momento, Louis e Bastien se entreolharam sabendo que suas próprias tramas teriam seu ponto de largada assim que a sapatilha da rainha pisasse em suas terras douradas.

E sem mais delongas, a carruagem paralisa e com a ajuda do cocheiro, a porta se abre.

Primeiro, foi avistada uma coroa fina brilhante acima dos cabelos caramelados e médios de Alicia. Ela desce com delicadeza e segura na barra de seu vestido dando alguns passos à frente, visivelmente encantada com a grandeza da sua nova casa. Louis mesmo a distância mostra um sorriso educado, que logo se torna genuíno, uma vez que conseguiu capturar a beleza castiça da garota.

Bastien continuava quieto.

Alicia avistou um alto jovem de dezoito anos de idade, de cabelos negros, cacheados, dando alguns passos em sua direção. O que ela sabia sobre o novo rei era que seu sobrenome era respeitável, cujo relatos eram baseados em atos de bravura daquela família na sociedade da época, que durante a viagem repercutiu aos ouvidos da garota, graças à empolgação de Celeste.

Ele a reverenciou.

— Majestade.

Ela correspondeu ao galanteio revelando suas bochechas coradas, com um pouco de nervosismo radiando por cada pedacinho de seu corpo.

— Me chame de Alicia.

— E eu sou Bastien. — respondeu ele, com um forte sotaque francês, transpassando gentileza e correspondendo a simpatia da menina com um esboço de sorriso. Os dois se entreolharam por um segundo, os ventos soprando em seus rostos belos e jovens.

— Seja bem-vinda à corte.

O rapaz observou por cima dos ombros dela que uma moça de cabelos ruivos também descia da carruagem e olhou para Louis de longe, para que ele fosse recebê-la em seu lugar. O menor assentiu e ajudou Celeste, cumprimentando-a com um sorriso afetuoso e um gesto de segurar sua mão. Bastien, por sua vez, guiou sua futura noiva para a entrada do castelo com muita cautela. Os dois sendo observados limitadamente pelos nobres e guardas que estavam ao redor.

— Creio que esteja cansada da viagem, então talvez queira descansar um pouco.

Alicia olhou uns segundos para seu rosto.

— Para ser franca, estou bem pouco, costumo ser bem ativa quando me esforço. E por mais que fizéssemos visitas em outras províncias no meu país, fizemos algumas paradas estratégicas com a carruagem, bem cuidadosas aliás. Nunca se sabe quando protestantes rebeldes tentarão cortar nossas gargantas à noite. E nos permitimos descansar um pouco, já que minha dama de companhia não está acostumada com viagens longas e muito menos marítimas, o que deixou ela em pânico e me rendeu bastante risadas no caminho, mas... — ela interrompeu-se notando que deixava as palavras escaparem com pressa e facilidade de sua boca. Bastien parou na portaria do castelo observando o rosto da moça por longos segundos intimidadores, o que fez com que Alicia desacelerasse um pouco. — Mas, eu... estou bem, na verdade.

Ele continuou a olhando.

— Você fala demais.

— Não me orgulho disso.

— De qualquer modo, fico contente em saber que estará disposta para hoje à noite. — ele declarou e a garota ficou estática com a frase, fazendo com que uma pequena tensão jaspeasse em sua expressão delicada. Isso arrancou um pequeno riso desdenhoso de Bastien e uma arqueada de sobrancelha. — Estava falando do baile de boas-vindas. Não se preocupe, eu não vou atacar você.

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