[o último adeus].
desde a primeira vez que eu senti o que era amar, procurei demonstrar o máximo que pude. isso foi na quarta série e eu já sentia que era amor desde a primeira. não era.
doeu, mas passou. eu era novo e para mim aquilo era como um arranhão de infância: passava pomada, deixava o tempo cuidar e só precisava tomar mais cuidado da próxima vez.
a segunda vez que amei, não lembro direito, mas eu já era adolescente. amei uma pessoa sem nem ao menos ter conversado com ela. assim, do nada. só de ter visto. aos poucos fui me tocando que não valia à pena. a gente não daria certo. trocávamos palavras e só. e tudo bem, sabe? não chegou a ser aquilo tudo, de fato. achei que seria amor. não era.
amei R, J, C, M... e, por último, outro J. todas as vezes eu amei verdadeiramente. à minha maneira. intensamente. todos os amores e paixões. se achei que era amor, não era.
amor não dá para explicar direito falando ou escrevendo, porque é algo que a gente sente, mas eu posso tentar explicar o que não é amor:
não é amor se você dá mais do que recebe ou se chora mais do que sorri; não é amor se o outro diminui você ou se sua ausência não faz falta; não é amor se você sente um vazio do outro lado da cama, mesmo estando preenchido; não é amor se vai e volta como um ioiô, porque amor fica, permanece e se eterniza; não é amor se você tenta, re-tenta e até tri-tenta, porque amor não precisa ser insistente; não é amor se tem que dar um tempo "pra pensar", porque nesse tempo pode ser que apareça "outro amor", mas vai ser tudo superficial.quando você perceber que aquele amor não é real e que você merece mais que aquilo, vai ser algo libertador. não falo por experiência própria, mas deve ser legal. o passado não vai passar de uma memória e aquela preocupação toda não vai te afetar mais.
é destruidor se apaixonar por alguém com o coração ocupado e parece que eu tenho algum tipo de imã para isso. gostar de quem não gosta da gente é torturante. você procura defeitos em si mesmo, que não existem. se culpa e se sente insuficiente por algo que não dependia só de você.
eu perdi as contas de quantos textos meu celular e caderno presenciaram sobre um amor que não me merecia. que me machucava e nem sabia ao certo o efeito que causava sobre mim.cada texto me destruía um pouco mais porque era tudo voltado à você, j. meu coração te enraizou em cada átomo do meu ser e eu tenho algum tipo de amnésia sempre que tento te tirar daqui. acho que de alguma forma, infelizmente, haverá sempre resquícios de você grudados na camada mais profunda da minha alma.
mas, deixa eu te contar um segredo? por mais que me doa e que nosso destino não seja sobre nós dois juntos, eu te desejo grandeza. que seu futuro seja brilhante e que o mundo possa desfrutar desse sorriso lindo - eu realmente amo quando você sorri.
me perdoa por, às vezes, ter te culpado por algo. me perdoa por forçar algo que não deveria ter passado da porta da frente de casa.estar do seu lado e esquecer que o mundo existia, era reconfortante, mas, nunca o suficiente. era passageiro. você nunca me quis ali para permanecer. eu só servi de tapa buraco, como insistentemente já falei.
te amar me proporcionou escrever os textos mais bonitos e dolorosos que meu corpo poderia criar. textos esses que você nunca irá ler. fiz planos, passei noites em claro, sorri, chorei, bebi e fumei. e o pior é não fazer ideia do que você andava fazendo ou com quem estava nesse tempo.
a gente não faz ideia de quanto tempo o outro irá permanecer depois da partida, e é isso que dói."i'll always love you
but tonight's the night
i choose to walk away"amar é também deixar ir, eles dizem. acredito que de alguma forma, as pessoas marcam umas às outras. uma foto que não consegue apagar, uma carta que não consegue rasgar, uma mancha no quadril, uma estria, o movimento da boca dizendo "eu te amo", o fato de fazer amor e não apenas foder.
você foi como uma cicatriz de um único tiro certeiro no peito e eu não te culpo. talvez se eu não tivesse me jogado na sua frente, nada disso teria acontecido. eu só queria te salvar dos problemas, dos dias ruins, da pressão familiar e das noites frias.
te salvei e me perdi. confesso que às vezes me arrependo, mas, você não tem culpa. talvez a gente nunca saiba o que o outro está sentindo realmente.
dos meus amores superficiais: R, M, J e C, você foi o mais bonito. sinto tanto por não ser a pessoa certa, mas espero que você encontre paz e felicidade nos braços de quem está do seu lado agora.
"i'll always love you
but tonight's the night
i choose to walk away"amor a gente não fala,
nem tampouco escreve.
a gente sente.
mas, agora, nesse exato momento,
acho que amar é te deixar ir.//ronaldo, p.