Entre Perdas e Ganhos

D

Davi está bem

Neymar Jr

Estava tremendamente aliviado, pois meu filho tinha apenas uma virose. Davi Lucca é a melhor parte de mim. Ele é a razão pela qual sorrio, pela qual não sou idiota o tempo todo, ser pai é o que me mantém são.

- Mãe? - cheguei em casa, mas ninguém respondeu.

A minha relação com minha família é um pouco complicada, meu pai sempre quis que eu fosse médico para seguir a mesma carreira que ele, porém eu sempre gostei de música, de dança e tudo que envolva o mundo das maravilhosas músicas. Ele disse que isso não dava futuro, e que se eu quisesse continuar a ter minha boa vida, teria que fazer a bendita faculdade de medicina. E aqui estou eu, com um filho, vinte e dois anos de idade e tentando seguir os passos do meu pai.

- Davi você tem que dormir meu bem. - ele sorriu e negou com a cabeça.

- Dormir não papai. - falou todo manhoso.

- Dormir sim , meu amor. - fiz carinho em seu rosto. - Você está dodói, e pra ficar bom precisa descansar.

Com muita luta ele foi deitar. Fiquei na sala jogando FIFA até que fiquei cansado e liguei pro Firmino.

- Você está ocupado?

- Estou na casa do Gabriel. - ele se enturmou tão rápido, nessa semana que passou ele estava cada vez mais distante de nós.

- Você não sai de perto deles mais não?

- Esse é o nosso plano, lembra? - disse todo irônico.

- Verdade. - suspirei. - Acho que minha mãe está na fazenda com o pai.

- Você está com Davi, tecnicamente não está solitário. - gargalhou. - Ele está melhor?

- Sim. Hoje eu conheci o novo pediatra que todo mundo estava falando, o cara parece ser bom no que faz. - disse lembrando do seu sorriso ao se despedir do Davi.

- Como é o nome dele mesmo?

- Philippe Coutinho. - peguei o cartão dele que estava no meu bolso. Seu nome é cheio das letras.

- Agora seu filho vai ter um pediatra que preste. - sorri mais uma vez.

- Você sabe que ele está voltando para o Brasil daqui uma semana.

- É, e você vai ficar deprê! Ei, tenho que desligar, o Gabriel tá chegando aqui.

(...)

Acordei cedo, fiz minha higiene matinal e depois fui dar um beijo no meu filho. Falei para minha mãe ficar de olho nele, e fui mais tranquilo para a faculdade.

- Thiago, eu não acredito que você está quase comendo o tal do Alisson com os olhos. - estávamos no refeitório. O mesmo ficou vermelho e voltou seu olhar pra mim.

- E-eu ... Não estava olhando.

- Não minta pra mim. - fiquei sério. - Se você gosta do cara, porque não chega nele e fala o que sente?

- Ele pode não sentir o mesmo. - ai que bicha burra.

- Tá claro como água que ele está louco pra enfiar a língua na sua garganta. - ele ficou vermelho e se engasgou com o suco.

- Tá tão na cara assim que estou afim dele? - parecia óbvio demais pra mim.

- Tá escrito na tua barba! - coisa mais sem sentido que eu falei.

- Oi?

- Cheguei, cheguei chegando atrapalhando as pocs todas. - esse Firmino é muito idiota.

- Vou sentar a minha mão nessa tua cara limpa. - respondi todo sério.

- Hum, a poc tá estressada?

- Acho que a convivência com o clube das winks está afetando o seu cérebro. - bati em sua cabeça.

- Que nada, Gabriel está todo alegre que o seu melhor amigo chegou.

- Melhor amigo? - perguntei confuso.

- Sim, ele me disse o nome ontem , mas eu esqueci. Ah, ele disse que se chama Phil.

- Ele vai cursar aqui?

- Não, o cara já é formado, acho que ele trabalha na área da medicina. - ficou sério de repente. - Mas eu fiquei sabendo que um tal de Lucas Paquetá vai começar a cursar aqui.

- É brasileiro? - se sou curioso? Não.

- Não sei, não sou do FBI pra ficar investigando as pessoas.

- Você é o cara mais fofoqueiro dessa faculdade.

(...)

Todas as aulas passaram voando. Uma menina me chamou pra sair, mas eu recusei, pois tenho que aproveitar cada segundo ao lado meu filho.

Lucca foi o melhor presente da minha vida. Hoje eu tenho uma relação amigável com sua mãe, a mesma está em um relacionamento sério com um cara aí, e eu fico feliz por ela.