Entre Perdas e Ganhos

V

Verdades foi o que sempre esperei de você - parte I

Gabriel Jesus

Duas semanas depois

Depois daquele beijo louco, mas tão certo, as coisas entre mim e Firmino ficaram estranhas por uma semana, até percebermos que estávamos lutando contra algo que não podia ser controlado. Não temos nada sério, mas o que temos já é o bastante para o que o vou fazer.

Estávamos no meu apartamento, que já tinha virado meio que a casa do Firmino também.

- Firmino, eu quero que você ouça essa música. - ele sentou-se ao meu lado na cama e pegou o fone de ouvido da minha mão.

Começou a tocar "Coração mal assombrado" de Marília Mendonça.

- Que porra de música triste é essa Gabriel? - falou quando a música acabou. - Ela tem alguma importância pra você?

- Apesar de triste, eu acho uma música muito bonita. - fiz um leve carinho em seu rosto.

Firmino ficou sem entender, mas concordou no final.

(...)

    Uma semana depois

Firmino enfim tinha saído da casa do seu pai, e estava lutando para que seu irmão Ederson fizesse o mesmo. Ele disse que foi a graças a mim que teve coragem de sair de lá. Ele também abandonou a faculdade de administração, agora está focado em música. E eu não posso estar mais feliz por ele.

(...)

Tínhamos acabado de chegar de uma festa. Firmino estava um pouco casando, pois dançou demais. Eu fiquei puto porque ele me abandonou pra ir dançar com os amiguinhos dele. Eu sou ciumento mesmo, mas no momento meus sentimentos não são importantes. No momento.

Ele foi tomar banho, enquanto eu fiquei na sala esperando pelo mesmo, mas já estava perdendo a paciência. Então me levantei e fui em direção ao meu quarto. Não fiquei assustado ao ver Firmino nu, pois sempre soube que o mesmo era muito bonito, mas estou excitado pra caramba. Os vidros estavam um pouco embaçados, mas a visão ainda era bela. Quem acreditaria que um garoto de 17 anos teria um banheiro tão exótico, mas eu gosto de ser diferente.

Eu não esperei ele terminar o banho, apenas tirei minha calça jeans e minha camisa, e em seguida entrei no banheiro. Passei minhas mãos em sua cintura e ele se assustou.

- Gabriel? - perguntou surpreso.

- Esperava outra pessoa? - ele negou rapidamente.

- Não, mas não espera por você aqui. - sussurrou.

- Estava chato esperar e  esse banheiro é imenso, por que não dividir? - subi minha mão direita pra sua nuca, e foi maravilhoso ver ele ficar arrepiado. Firmino fechou os olhos e suspirou.

- Você me desestabiliza. - falou baixinho.

- Eu gosto, amo ver você perdido entre o seu desejo e os seus medos.

Ele não esperou mais nada, apenas me beijou. Seu beijo tinha uma urgência e até um pouco de medo, mas ainda sim era o melhor beijo da minha vida. Quando paramos o beijo, ele encostou sua testa na minha.

- Gabriel, você é perfeito, e acredite,  vale a pena lutar por você. - falou depois de um selinho.

- Você seria maravilhoso se não fosse tão babaca. - ele jogou a cabeça pra trás numa gargalhada.

- Eu estou aqui tentando me declarar e você aí zombando de mim. - fez cara feia. - É sério amor. - ele me chamou de amor. Que porra, eu vou surtar. - Você é meu tipo de noite preferida, meu melhor momento e talvez o melhor de mim. E não, eu não sei se isso é amor, mas sei que é forte.

- Isso foi lindo.

Começamos um beijo, só que agora mais apressado e cheio de luxúria. Minha mão foi de encontro com o membro de Firmino, que se encontra duro, e ele segurou minha nunca com as duas mãos, me trazendo para mais perto, se é que é possível. Minha outra mão foi para os seus cabelos molhados, puxei sua cabeça pra trás deixando seu pescoço exposto, comecei com beijos e depois leves mordidas. Os movimentos de vai e vem, os nossos beijos e nossas respirações eram abafadas pelo som da água caindo no chuveiro.

- G-Gabriel, ahh... amor, eu não quero que nossa primeira vez seja no banheiro. - mordeu o lóbulo da minha orelha. - ele gemeu quando eu aumentei o ritmo. Eu parei e ele me puxou pra cama. - Agora eu sou todo seu. - disse quando caímos na cama, ele estava por cima.

- Então acho que essas posições estão erradas, meu amor. - e eu vi um lindo sorriso nascer em seus lábios quando o chamei de amor.

Invertemos as posições. As mãos do Firmino desceram até minha bunda, apertando a mesma sem vergonha alguma, elas exploravam cada parte do meu corpo. Beijei seu pescoço, deixei leves mordidas no peito do Firmino, e me dediquei ao seus mamilos que estavam eriçados. Sua mão foi de encontro ao meu membro que já se encontrava duro. Estar dentro do Firmino é o meu maior desejo.

Quando ele estava preparado ficou de lado. Fazer amor de conchinha é a melhor coisa que existe. Sentir o calor do corpo, a textura da pele, o cheiro e ter a oportunidade de ficar coladinho enquanto está dentro do seu parceiro é indescritível. Os movimentos foram lentos no início, e foi aumentando a cada minuto.

- Biel... Isso... E-eu... - ele se perdeu nas palavras. Mordi seu ombro, segurei seu membro e comecei a masturbá-lo. - A-amor... Eu sou completamente...

- Não fala nada babe. -  sussurrei em seu ouvido. - Apenas sinta amor.

Chegamos juntos ao ápice. Essa foi a melhor transa da minha vida. Pena que isso é uma despedida. 

Firmino me puxou pra deitar em seu peito, e cinco minutos depois ela estava dormindo.

- Eu não sei se dois meses é o suficiente pra amar alguém, mas sei que sinto algo tão intenso por você. O que fizemos aqui foi maravilhoso, mas isso é um adeus, meu Beto. - apesar de estar completamente apaixonado por Roberto Firmino, não posso viver com essa mentira.