Y

321 18 50
                                    

N/A: oii, desculpem eu ter sumido tanto tempo, mas é final de semestre e eu tava cheia de coisa do IF pra fazer. Prometo não sumir mais, não durante tanto tempo. Era isso que eu tinha pra avisar, aproveitem o capítulo e boa leitura, espero que gostem.

Yin-Yang

Ederson Moraes

Depois de toda aquela briga, eu precisava ir a um lugar calmo para organizar os meus pensamentos e tentar entender tudo que tinha acontecido. Eu queria ficar completamente sozinho, sem ser vigiado por ninguém, então fui até uma praia deserta que era longe da cidade.

Ao chegar lá, sento na areia e tento por ordem em meus pensamentos, mas eles ficam mais confusos do que antes. Acabo por começar a relembrar momentos importantes do meu passado, especialmente os que eu vivi com Lucas. Fico pensando em nós por um tempo, até que ouço alguém me chamar.

- Ederson? - a voz soa distante, não consigo reconhecer o seu dono.

- Ederson, tá tudo bem? O que está fazendo aqui? - a pessoa se aproxima, e finalmente a reconheço. É Lucas, como ele conhece esse lugar? E de todas as pessoas que poderiam me encontrar aqui, tinha que ser justo ele?

Lucas Paquetá

Algumas horas antes

Finalmente eu tenho uma folga da faculdade, decido aproveitar esse "feriado" fazendo o que eu mais gosto depois da música: ir à praia. Arrumo minhas coisas e jogo no GPS alguma praia qualquer, quero explorar essa cidade.

Agora

Chego à praia, que é longe da cidade, e aparentemente deserta também. Mas percebo que não estou sozinho, tem uma pessoa a alguns metros de mim. Me aproximo um pouco, e mesmo de costas, sei que é Ederson. Ele parece distante, seu corpo está aqui, mas sua mente está em um lugar completamente diferente. O chamo, mas ele não escuta. Falo um pouco mais alto, e Ederson se vira para mim, ele tem uma expressão de surpresa em seu rosto. Pergunto se ele está bem, e o porquê de estar ali. Não me parece que ele queira aproveitar o "feriado", e sim que quer fugir de algo. Aliás, é isso o que ele faz de melhor: fugir.

- Eu t-tô bem, s-só vim relaxar um pouco. - ele responde, meio incerto.

- Tem certeza? Você parece um pouco... perturbado. - não sei se esse é o melhor jeito de conversar com ele, mas é verdade.

- Eu tô bem, já disse. Muito obrigado por se preocupar, agora pode me deixar em paz e ir procurar alguma coisa pra fazer. - ele passou de surpreso para estressado em questão de segundos.

- Ei, não precisa ser grosso também. Eu só quis saber se estava tudo bem, você parecia com problemas e eu tentei ajudar. Mas já que você está "muito bem", eu vou parar de te incomodar e curtir a minha folga. - porém, antes que eu possa sair, Ederson segura meu braço, fazendo eu me virar para ele outra vez.

- M-me desculpa, eu não quis ser grosso. Só que aconteceu tanta coisa em pouco tempo, eu tô tão perdido, me sentindo sem ninguém, e não queria te incomodar com os meus problemas, com certeza você tem algo mais importante para fazer.

- Você não incomoda Ederson, nunca. E eu não tinha nada planejado mesmo, tenho muito tempo para ouvir tudo o que você quiser me contar, e vou tentar ajudar o máximo possível.

Ederson sorri para mim, e eu quase tenho um ataque cardíaco. Fazia tanto tempo que ele não sorria para mim, e o sorriso continua tão lindo como antes.

Ele começa a me contar tudo o que aconteceu, desde a mentira do irmão até a vingança de Gabriel. Eu fico perplexo ao terminar de ouvir a história, como os amigos deles puderam mentir assim? E o irmão dele, a pessoa que ele mais deveria confiar? Não falo nada, ele está mal e não quero piorar as coisas. Mas se eu pudesse, alguns socos já teriam sido distribuídos por aí. Ederson começa a chorar, reviver tudo isso causou muita dor a ele, ainda mais por ser tão recente. Abro os meus braços, como um convite para consolá-lo, e ele prontamente aceita. Faço carinho em seus cabelos enquanto ele põe toda aquela mágoa para fora, digo que vai ficar tudo bem e que eu estou ali para ele, sempre que necessário.

Ficamos abraçados por um tempo, e isso me fez lembrar do passado, queria conversar com Ederson sobre isso, mas ele bloqueia qualquer tentativa de reaproximação minha, é um milagre ele não ter me mandado embora ainda.

- Tinha esquecido de como era bom ficar assim contigo. Senti sua falta. - Ederson fala com a cabeça no meu ombro.

-Também senti sua falta, mas sempre que eu tentava me reaproximar você me afastava. - ele me encara com um olhar culpado.

- Me desculpe por isso, mas eu não podia. Tinha, ou melhor, ainda tenho meus motivos.

- E quais seriam esses motivos?

- Eu não posso contar Lucas, é algo muito sério.

- Você não confia em mim?

- Confio Lucas, mas é complicado. Tem tanta coisa envolvida, não quero que você sofra ainda mais por minha causa. - ele passa a mão pelo cabelo, visivelmente nervoso.

- Se você não quiser me contar agora, tudo bem, eu não vou te pressionar. Mas quando quiser conversar, saiba que eu estarei aqui.

- Obrigado Lucas, por não desistir de mim, mesmo eu sendo um idiota na maioria das vezes.

- Você é bem babaca de vez em quando, porém eu nunca desistiria de você Ederson, jamais.

Ederson sorri para mim e agradece, apoiando novamente sua cabeça em meu ombro. Acabamos por ficar assim durante algumas horas, até que ele avisa que precisa ir embora, me agradecendo mais uma vez antes de sair.

Sorrio sozinho ao pensar em tudo o que acabou de acontecer. Nós ainda não estamos juntos, mas ao menos estamos conseguindo nos entender de novo, sem brigas.

E quem sabe, essa conversa não seja o primeiro passo para o nosso recomeço? Fico o resto do dia pensando nisso, com um sorriso bobo presente em meus lábios o tempo todo. Será?

N/A: olá de novo, o que acharam do cap? alguma ideia do porquê Ederson fica tão nervoso perto do Lucas em outros lugares, mas aqui ele ficou de boas? quem fica vigiando ele? e quais seriam os motivos pra manter o Lucas longe? comentem aqui as teorias de vcs.

Entre Perdas e GanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora