Asperion e Uma Nova Era

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           Eu não podia acreditar que Mordor estava morto, meu sangue fervia, eu estava tomado pela ira, como alguém pode ser tão cruel, escravização, assassinatos, torturas e humilhação como diversão, famílias arruinadas, um planeta inteiro destruído pela ganância e pela maldade de um único ser, isso é imperdoável, aquele que não tem compaixão pelos mais fracos não tem direito a misericórdia. Eu seguia em direção a Il-Edior e ninguém interferia em meu caminho, meu corpo emanava uma áurea escura que repelia a todos, a minha simples presença era suficiente para apavora-los, a medida em que eu caminhava os soldados do ditador abriam caminho e procuravam manter-se o mais distante possível de mim. Guiado pelo meu instinto percorri todo o caminho ansioso pelo combate e pronto para dar um fim a tudo aquilo, logo me vi diante das escadas que davam acesso a sala de Il-Edior e a cada degrau que eu subia minha ira se elevava, entrei na luxuosa sala revestida de ouro, com detalhes de prata e pedras preciosas por todos os lados e uma enorme janela de vidro que ia do teto ao chão e de uma parede a outra da sala dando uma visão panorâmica da desolação de Asperion e próximo a janela, sentado em um trono de ouro e bronze, estava o maldito asperionideo com os olhos arregalados vendo aquele que viera o matar, seguido de um profundo suspiro sua face se estabilizou tentando demonstrar frieza, serenidade e uma superioridade que ele sabia não existir.

---  Então você é a esperança daqueles porcos inúteis - debochou Il-Edior mostrando uma tentativa de sorriso sínico.

       Não havia necessidade de uma conversa, eu não tinha nada a dizer, avancei como um cão raivoso determinado a por um fim em tudo aquilo, mas Il-Edior mostrou que não tinha chegado ali apenas por ser o genro do antigo rei, ele era um guerreiro hábil e demonstrou sua força e agilidade em meio a luta, estocadas, arcos, destaques, todos muito bem defendidos, vez ou outra ele tentava dar uma resposta, mas eu também sabia me defender, se eu continuasse a usar essa estrategia o combate duraria mais que o necessário, me acalmei e parei de atacar inconsequentemente como um louco, dei alguns passos para traz e deixei que ele tomasse a iniciativa, Il-Edior já havia deixado claro quão bom era defensivamente, agora eu queria vê-lo na ofensiva, seus olhos brilharam ao me ver recuar, um sorriso debochado se abriu em seu rosto e seu ego se inflara, um erro comum, um erro fatal. Il-Edior passara a me atacar com força total e a cada choque entre as lâminas ele ficava mais confiante e eu estava alimentando isso, por vezes, aproveitando o impacto de seus ataques, lancei-me para traz permitindo-o pensar que era superior, e no momento em que eu me encontrava ajoelhado ele se preparou para dar seu último golpe, acreditando que a luta já havia acabado ele não esperou nenhuma reação, então quando ele veio ate mim com toda a sua fúria usei minha espada para empurrar sua lâmina fazendo-a passar por cima de meu ombro e em um rápido movimento, ainda ajoelhado, fiz um arco horizontal cortando-lhe as pernas, Il-Edior caiu aterrorizado com o que tinha acontecido, me levantei e olhando para ele finquei minha espada no chão.

--- Você não vai me matar? - perguntou ele alternando o olhar entre mim e a espada.

       Passei minha perna por cima de seu corpo e me posicionei sobre ele, coloquei minhas mãos em sua cabeça e comecei a pressiona-la, olhei em seus olhos, ouvi seus ossos quebrando e o ouvi gritar cada vez mais alto a mediada em que eu aumentava a pressão, desesperadamente ele tentou desvencilhar-se de minhas mãos, mas nada adiantou seus gritos cessaram quando seu crânio se partiu.

--- Eu prometi matá-lo com minhas próprias mãos - respondi olhando para o corpo estático.

      Levantei-me, pus minha espada na bainha e sai da sala arrastando o corpo inerte do ditador, os soldados que ainda estavam ali alternavam seus olhares entre mim e o corpo, pareciam não acreditar na cena que viam, enquanto eu caminhava por meio deles, se entreolharam tentando decidir quem atacaria primeiro, por fim ninguém tomou a iniciativa então continuei caminhando, cheguei ao parapeito do trigésimo andar e lancei o corpo para que caísse em meio ao campo de batalha, soldados de ambos os lados pararam para ver o que havia acontecido, quando todas as atenções se desviaram para o ditador morto, pulei do parapeito caindo em pé ao lado do corpo fazendo a terra tremer, uns guerreiros caíram no chão outros dobraram os joelhos e se apoiaram em suas espadas, mas apenas eu fiquei em pé.

PERCY JACKSON O ÔMEGA os guardiões de Caos (livro dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora