A primeira vez

| Capítulo 25 |

Todo mundo falou não mexe com ela, nãoNão vai, nãoEu doido com ela e a galera me dando pressãoNão vai, nãoEu quase desistiMas o amor gritou, gritou até ela me ouvirQuando o primeiro beijo dela resetou meu coraçãoEu já tinha beijado ela mil vezes na imaginação

Estou em um caro com os vidros pretos e totalmente fechados, o único ar que se passa aqui dentro é o do ar condicionado. Kathy está sentada ao meu lado e até o momento não disse nenhuma palavra o que é de se estranhar, mas dada as circunstâncias eu entendo. Não sei para onde estamos indo já que estamos em Minas a pouco tempo e ainda não deu tempo de conhecer todas essas estradas.

Meu pai sempre me disse que devemos prestar bastante atenção quando viajamos ou vamos a algum lugar para que possamos ter uma referência se precisar voltar ou se algo der errado. Esse pensamento nunca fez tanto sentido pra mim como agora, estou tentando ao máximo fotografar mentalmente alguns pontos de referências dessa estrada.

Acabamos de passar por uma fazenda repleta de  ipês, com uma pequena casinha ao fundo. Parece tão tranquilo lá, enquanto aqui dentro me encontro uma bagunça completa. 

- Para onde acha que estamos indo? - Kathy quebra o silêncio me desviando das minhas confusões internas.

- Não sei, mas Josh mencionou uma ilha. Não entendo porque temos que ir de carro ao invés de avião já que ele faz questão de nos manter bem longe. - Realmente não faz sentido nisso, o que será que Josh pretende? Nos cansar? Sei lá.

- Af eu odeio mato, pelo menos vai ter você lá né meu Derekzinho. - Já estava demorando Kathy começar com suas indiretas e se jogar em cima de mim. 

Agora ela resolveu me abraçar e até trocou de lugar para ficar mais perto de mim, isso me lembra da minha gatinha. Lembrar dela e de como irá me fazer falta faz com que meu coração fique apertado, será como ela reagiu a mensagem? Espero que um dia ela possa me perdoar. 

Estamos andando a mais ou menos duas horas e até agora o motorista não deu uma palavra. Kathy está dormindo e eu me nego a fechar os olhos porque eu ainda vou voltar, custe o que custar. 

Minha cabeça está começando a doer quando o motorista encosta no acostamento e desce do carro travando as portas. Me mantenho quieto na tentativa de ouvir o que está se passando e o porque dessa ligação no meio da estrada. O cara está andando de um lado para o outro e apenas quando ele se aproxima da porta traseira consigo ouvi-lo.

- Tudo bem senhor, entendo. Não, ainda estamos dentro do território mineiro. Certo.

O que será que está acontecendo? Olho para Kathy que ainda está dormindo em meus braços e volto meu olhar para o motorista, mas logo ele desliga o telefone e entra novamente no carro.