CAPÍTULO 7°

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Pilar.

Eu ainda consigo sentir o gosto da boca daquela maldito, suas mãos fortes prendendo a minha cintura e o cheiro absurdamente gostado da sua pele. Eu nunca pensei que diria isso na minha vida inteira, mas eu daria tudo pra ter provado nem que seja um pouquinho daquele traficante.

Quando eu saí de casa pra conhecer o baile funk eu não fazia a mínima ideia que iria acontecer tanta merda comigo. Primeiro foi aquele louco que quase me estuprou em pleno via pública e depois minha mãe me liga aos berros afirmando que eu menti pra ela, isso quando eu estava nos braços daquele homem.

Agora cá estou eu dentro do táxi pensando em como eu vou sair dessa situação com vida. Minha mãe odeia mentira e eu tenho certeza que ela está muito puta nesse momento, ela inclusive estava muito puta comigo no telefone e disse que se eu não aparecesse em casa em dez minutos ela iria atrás de mim até no inferno se possível. Agora imagina minha mãe subindo o morro atrás de mim e me encontra com um traficante? Eu com certeza iria parar em uma cama de hospital ou em de baixo da terra.

- tá entregue mocinha.- a voz do taxista chamou a minha atenção e afastou meus pensamentos.

Desvio meu olhar da janela, o encaro me desencostando do banco e solto um suspiro de nervoso.

- quanto deu a corrida?- pergunto abrindo minha bolsa e tirando a minha carteira.

- são vinte e três reais.- ele diz me encarando através do retrovisor interno.

Aceno com a cabeça concordando, abro minha carteira tirando o dinheiro e entrego em suas mãos.

- muito obrigada mocinha, Deus te abençoe!- ele diz com um sorriso simpático em seus lábios.

Eu sorri de volta e abri a porta do carro saíndo do mesmo.

- amém!- digo em um tom nervoso.

O taxista arrancou o carro saíndo dalí e eu tomei coragem e comecei a caminhar em direção a porta da minha casa. Cada passo que eu dou eu sinto um aperto em meu peito e sinto que a morte está se aproximando de mim.

Paro em frente a porta da minha casa e dígito o código de segurança destravando a porta e abro a mesma soltando um suspiro. Quando pisei no hall de entrada que dá acesso a sala a primeira coisa que eu vi foi minha mãe de pé na sala com os braços cruzados e com uma expressão mais que seria em seu rosto. Meu pai está sentando em sua poltrona com uma expressão séria e Arthur está sentando no sofá com um balde de pipoca nas mãos e eu posso vê um sorrisinho debochado no sorriso do filha da mãe.

Fecho a porta atrás de mim e me viro pra frente novamente dando um sorrisinho amarelo sem saber o que falar como explicação.

- mãe.- eu comecei a falar, mas o olhar que ela me lançou me fez calar a boca no mesmo momento.

Minha mãe fechou o semblante mais ainda e levantou as mãos em um ato de nervosismo.

- CALA A BOCA PILAR!- ela diz em um tom alterado.

Caminho em direção a sala em silêncio e abaixo a cabeça sem saber o que falar.

- eu não acredito que você teve a coragem de mentir pra mim.- ela diz entre dentes me fazendo parar no mesmo lugar.

Levanto a cabeça a encarando meio que sem graça e balanço a cabeça.

- mas mãe...- eu comecei a falar, mas ela fez aquela expressão me fazendo calar a boca no mesmo momento.

- cala sua boca porque eu não te dei permissão pra falar.- ela diz cruzando os braços novamente.

Aceno com a cabeça concordando com ela e abaixo a cabeça juntando minhas mãos.

A Filha Do Juiz (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora