VII

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Colégio Kyungnam

2016

Ji Min cruzou o portão principal de entrada do colégio com as mãos suadas em ansiedade, estava louco para ver Jeon e se abraçar à ele até que as aulas daquela segunda-feira começassem. Andou apressado por entre os outros estudantes até os bancos próximos aos corredores onde sempre ficava com o namorado e os amigos, cumprimentou cada conhecido com animação e desejou bom dia mesmo que tivesse vontade de correr e passar reto por todos ali. Park pegou o celular e checou pela milionésima vez as notificações de mensagem, esperando por algo mais do namorado abaixo do recado que recebeu pela manhã "Preciso ir mais cedo hoje, hyung, desculpe. Se importa em ir sozinho?", depois de uma confirmação de Ji Min, nada mais foi enviado.

— Jeong Guk? — parou em frente ao mais novo, desconfiado. Jeon parecia absorto em pensamentos enquanto tinha os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, aparentava cansaço também, por conta das fracas olheiras marcando a pele clara de seu rosto — Tudo bem com você? Aconteceu algo? — quis saber, logo se sentando ao lado do namorado e passando a mão pelas costas encurvadas de Guk.

Jeon apenas negou com um breve aceno de cabeça e rodeou os ombros de Ji Min em um abraço apertado e silencioso. E, Park, por mais preocupado e curioso que estava com o mais novo, retribuiu o carinho e não insistiu em fazer mais perguntas.

As cenas do que aconteceu na tarde de sábado junto a Ji Min queimavam na memória de Jeong. Não por arrependimento, nojo ou qualquer sentimento negativo para com suas intimidades com o hyung, mas a consciência do acastanhado começou a latejar desde o momento em que Park havia voltado para casa. Além do, com toda a certeza, melhor blow job que já recebeu, o momento completamente tomado pelo desejo de obter mais prazer que fez o mais novo ir de encontro a Ji Min no banho fez com que Guk entrasse em pânico — claro, no dia seguinte. Ele quase podia sentir a textura macia da pele quente do namorado nas palmas de suas mãos, como se ainda estivesse passeando com as mesmas pelo corpo do mais velho, ensaboando e enxaguando com vagar, exatamente como fez há dois dias atrás. Ji Min reclamou que o banho gelado de nada adiantaria se Jeon continuasse o acariciando daquela forma e, como se já não bastasse isso, completamente nu às suas costas, porém, o espantoso sentimento que tomou conta de Jeon foi o de querer levar o hyung ao limite e avançar nos toques íntimos.

— Você... por acaso, está arrependido do que aconteceu sábado? — o moreno indagou pesaroso — Olha, tudo bem, sério, eu entendo. Isso é novo para você, Gukie... É totalmente diferente, certo? Não tem problema, eu que fui apressado demais e agora prometo que posso esperar pelo seu tempo certo e... — mordeu o lábio inferior e tentou se separar do aperto dos braços de Jeon. O hyung sentiu o sangue subir para seu rosto, representando o misto de vergonha e decepção consigo mesmo, culpado por fazer Jeong Guk ir além por conta do tesão do momento e por, possivelmente, estragar o que tinham — Desculpa — suspirou derrotado.

— Não é isso, hyung — respondeu o mais novo, impedindo que Ji Min desfizesse o abraço. Jeon, mesmo se jogando por livre e espontânea vontade nesse namoro com Park e mergulhando a cada dia mais na confusão de sentimentos que o moreno suscitava em si, tinha apenas uma certeza absoluta: manter Ji Min feliz e ao seu lado. Portanto, respirou fundo e beijou a bochecha vermelha e quente do namorado e sorriu de lado antes de se explicar: — Não sou nenhuma criança, você não tem que se desculpar, Minnie, eu sei o que estávamos fazendo e foi bom, muito bom mesmo. Nós somos namorados agora e é isso que namorados fazem, certo? — o mais velho tirou o olhar do chão e se voltou para encarar Jeon, ainda mordiscando o lábio em nervosismo — Você está certo, isso tudo é novidade para mim, é estranho... mas também é muito bom, porque eu te amo, Ji Minnie — Guk encostou a cabeça no ombro tenso do moreno, com receio de que seus olhos transmitissem o verdadeiro significado do seu amar — Não estou arrependido, na verdade, estou chocado com o tanto que gostei, o tanto que quis ir além naquele banho... antes da minha mãe começar a gritar para a gente descer e ajudar ela — riu com a lembrança do constrangimento dos dois quando Na Yeon perguntou o porquê de ambos estarem tão afobados e com os cabelos molhados — Só que eu também tenho... não sei como explicar, mas eu... também tenho certo medo de... você sabe. Ji, você vai ser meu primeiro cara, entende? É quase como se fosse a minha primeira vez, eu me sinto um virgem quando penso nisso... Quando penso em nós dois.

Stay With Me, Baby Onde histórias criam vida. Descubra agora