III

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Colégio Kyungnam, Busan

2016

O aperto das mãos de Jeong Guk em sua cintura era o que mantinha Park Ji Min em pé.

Desde que ambos chegaram ali, atrás do prédio do Bloco C, não trocaram palavras, apenas continuaram a se beijar lentamente, com as mãos do mais velho percorrendo os braços de Jeon e, em seguida, se enroscando nos cabelos castanhos e os puxando com pouca força quando o beijo se tornava mais intenso. O moreno sentia suas pernas fraquejarem a cada vez que Jeong Guk se separava dos beijos para recuperar o fôlego e olhava em seus olhos. Ainda que sentisse a estranha sensação de seus lábios estarem formigando e o gosto do café forte que, certamente, Guk havia tomado em casa se misturando com o sabor da bala de menta na sua boca, Ji Min mal conseguia assimilar que o mais novo havia o beijado em frente a todos os outros alunos e, inacreditavelmente, dito que aceitava seus sentimentos.

— Jeong Guk-ah, para, espera aí... — disse e pôs as mãos sobre o peitoral do Jeon, que já se aproximava novamente de seus lábios. Por mais que quisesse continuar satisfazendo seus desejos em beijar, chupar e morder os lábios finos do cara que ama há anos, Park precisava conversar e entender o que estava acontecendo ali. Precisava saber dos sentimentos de Jeong Guk, do porquê de ele não ter respondido à sua confissão no dia anterior e, principalmente, se o "eu gosto de você" era como homem e não apenas como amigo.

— Minnie, está tudo bem? — Guk perguntou preocupado. Tirou as mãos da cintura do hyung e as levou até os fios negros do cabelo bagunçado e macio do outro — Eu te apertei demais?

— Não, só que... bem — Ji Min negou com uma risada fraca, mesmo que, na verdade, Jeon realmente estava apertando sua cintura com uma força incômoda a cada novo beijo, mas o problema não era aquele — Nós temos que conversar, você não acha, Jeong Guk-ah? — perguntou e Guk meneou em concordância com a cabeça. Jeon respirou fundo e focou o olhar no chão, concentrado em repassar mentalmente, mais uma vez, o que havia pensado em dizer ao Park na noite de domingo.

Jeon sentiu as mãos do moreno segurarem a sua mão esquerda e, diferente de quando Ji Min a tocou na manhã de domingo, o contato foi quente e acolhedor. Levantou os olhos lentamente, se deparando com as íris castanhas do mais velho o observando ansiosas enquanto os lábios carnudos e úmidos ensaiavam pronunciar as suas primeiras perguntas. E, embora a fala do hyung tenha sido interrompida pelo sinal alto que avisava o final do curto intervalo, Jeong Guk sequer percebeu isso, pois todos os seus sentidos se voltaram completamente aos lábios um pouco inchadinhos nos quais descobriu o, estranhamente delicioso, beijo do seu hyung.

Os lábios fofos, o hálito fresco, a língua quente e atrevida que sabia muito bem acompanhar seu ritmo e até as mãos que ora ou outra se prendiam em seus cabelos ou agarrava seu corpo e apertava sua pele eram gostosos, sem dúvidas. Mas Jeon se sentiu estranho, obviamente, pois a boca colada à sua e o corpo em seus braços era de Ji Min, seu melhor amigo, um cara, sem as costumeiras curvas delineadas e sem os seios com os quais estava acostumado em sentir pressionado em seu peito. Era esquisito, muito anormal para ele, e também era bom; Jeong Guk constatou isso para si mesmo logo após o primeiro beijo que trocaram no pátio de Kyungnam.

— Ya, Jeon! Não está me ouvindo? O nosso intervalo já acabou, vamos ter que deixar essa conversa para depois — o mais velho bufou. Estava se sentindo incomodado, feliz por ter beijado várias vezes e em tão pouco tempo Jeong Guk, mas em um tormento com as inúmeras incertezas e inseguranças que começaram a assombrar sua mente, só que teria que aguentar até o final das aulas daquele dia para sanar suas dúvidas quanto ao que o dongsaeng estava pensando desde sua confissão — Droga! Não posso perder as matérias do senhor Shin... Vamos logo.

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