Distrito Dong
2016
Jeong Guk acordou sozinho em sua cama.
Olhou ao redor do quarto escuro tentando adaptar sua visão e se esticou sobre o colchão até alcançar seu celular sobre o criado mudo ao lado da cama. Ligou o ecrã e o brilho da tela o fez cerrar os olhos sensíveis para checar as horas. Onze e vinte e três da manhã. Jeon gemeu em desaprovação ao sentir uma incômoda dor de cabeça começar a atacar e resolveu voltar a dormir, enfiando o rosto no travesseiro do outro lado da cama de casal. Porém, quando respirou fundo sobre o tecido da fronha do travesseiro, sentiu o cheiro de Ji Min, ou melhor, da loção pós-banho que o moreno sempre usava impregnado ali.
Levou a mão direta aos cabelos castanhos e puxou os fios com força entre os dedos, frustrado. Não que o cheiro de avelã do Park o incomodasse, claro que não. O problema de estar com o nariz afundado naquela fragrância se dá, justamente, ao fato das lembranças da madrugada virem à tona em imagens frescas da sua memória e, junto com elas, o peso da sobriedade também recaia sobre seus ombros naquele momento. Jeon se virou de barriga para cima na cama e começou a repassar mentalmente os pontos mais confusos que aconteceram devido à festa. Primero, ele tinha achado Ji Min extremamente bonito naquelas roupas justas e com o cabelo escuro jogado para trás; segundo, e mais estranho, o ciúme que os olhares dos outros convidados e, principalmente, de Nam Joon sobre seu hyung causaram em si; e terceiro, o que não mais o surpreendia, o fato de que os beijos que trocaram enquanto dançavam o deixaram com uma imensa vontade de partir para um estágio a mais naquele namoro. E com essa constatação final, Jeong Guk quis bater com a própria cabeça na parede por desejar Park tão vulgarmente antes de corresponder ao amor dele à mesma altura.
— Eu pareço um maníaco desse jeito — resmungou, desistindo de dormir e se levantando da cama. Jeon se despiu das roupas indo até o banheiro do seu quarto e ligando a ducha na água fria com a esperança de amenizar a dor de cabeça e acordar de vez.
Lavou os cabelos sem pressa e enxaguou toda a espuma de seu corpo, viu sobre o suporte na parede o frasco pequeno do óleo de essência de avelã que Ji Min costumava deixar em sua casa — já que o hyung dormia ali sempre que podia — e alcançou o produto com a mão esquerda. Mordeu o lábio inferior em dúvida se deveria ou não usar o conteúdo em seu corpo também. Namorados compartilham coisas também, certo?, girou a tampa e derramou o líquido meio viscoso na palma da mão, logo o esfregando entre as duas mãos e espalhando pela pele molhada. Desligou o chuveiro e se secou rapidamente com uma toalha enquanto puxava qualquer moletom de dentro do guarda-roupas, seu estômago já reclamava de fome.
Guk desceu os poucos degraus até a sala e atravessou o cômodo vazio até a cozinha, seguindo a voz animada de sua mãe e os latidos de Naree.
— Escuta, Ji Min, você tem que parar de mimar Guk desse jeito — a voz de Na Yeon soava baixa e séria — Está certo que você é um pouco mais velho que ele e por isso tem mais responsabilidade, mas aquele garoto precisa de pulso firme, você sabe, não fique fazendo as vontades dele igual fazia quando eram mais novos, Jeon já é um homem agora. Ouviu bem? — a mulher respirou fundo e completou com uma risada divertida: — E o mesmo vale para a Naree, você está deixando ela muito mimada com esses sachês e passeios todos os dias.
— Desculpa, Yeon noona, eu acho que isso já é normal para mim, digo... me preocupar com o Jeong Gukie e cuidar para que ele fique bem — ele respondeu calmo e Jeon chegou até o portal da cozinha silenciosamente, se encostando na parede enquanto fazia um sinal com a mão para que sua mãe não alarmasse sua presença — E a Naree-ah é uma bebê ainda, precisa ser muito dengada — o mais velho afinou a voz de forma engraçada e afagou os pelos macios da filhote deitada em seu colo.

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Stay With Me, Baby
Fanfiction(Concluída) Jimin é apaixonado por seu melhor amigo há anos, porém, ao decidir revelar seus sentimentos a Jeongguk, não imaginava a tormenta de sentimentos que se seguiria. © Taeadorar (Escrita em 2016)