8 - Jogo

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— Madu, Amanda. Vieram sozinhas? — Heitor pergunta.

— Não, não. Lucas veio com a gente. Foi só comprar sorvete. — Respondo.

Ele sorri. Um aviso se espalha pelo ginásio, indicando que a partida começaria em cinco minutos.

Madu se distrai com uma conversa sobre moda.

— Pronta pra me ver ganhar? Sem querer me vangloriar, mas eu sou o melhor jogador.

— Você? Duvido. — Eu gargalho, e nesse mesmo momento que Heitor se aproxima de mim, se encostando em minha orelha e eu posso sentir o frescor do seu hálito.

— Vamos fazer assim. Se meu time ganhar, você vai comigo num lugar, um espécie de encontro. Se perdemos, você pode me pedir o que quiser.

Eu olho pra ele um pouco nervosa. Ajeito meus óculos e o vejo se afastar lentamente. A partida vai começar.

Heitor

Droga. O que me deu para propor isso? Ela deve estar pensando o que de mim?

Sacudo a cabeça para afastar esses pensamentos. Com aposta ou não, minha meta é ganhar, não quero ser zoado pelo Ricardo.

— Pronto para perder novato? Acho que o acampamento não te fez efeito não é mesmo? — O desgraçado rir.

Fecho os punhos e respiro. Se concentra. Pela Amy.

O jogo inicia. Nos primeiros minutos, já temos 2 faltas pela parte de Ricardo. O jogo vai indo, até que faltando 5 minutos para o 1° tempo acabar, recebo o passe de um menino e chuto para o gol.

GOL! Saio correndo e com meus colegas de time atrás de mim. Procuro Amanda, e quando a vejo, ergo dois dedos ao ar e jogo um beijo pra ela. Ela se envergonha e ajeita os óculos.

O juiz apita e inicia os dez minutos de intervalo. Nesse tempo o técnico nos passa novos comandos e eu me hidrato. Sai um pouco do vestuário e vejo Madu me esperando.

— Madu?

— Heitor vou ser rápida: ao fim do jogo, tome um banho, se perfume e leve Amanda para almoçar. Eu vou deixar ela sozinha na frente do colégio. Se vocês não se beijarem eu juro que faço o que estiver ao meu alcance para colar os lábios de vocês e nunca mais soltar. Agora volta lá e ganha do idiota do Ricardo.

Rio e dou um joinha para Madu, que também ri e sai saltitando. Madu é infantil e engraçada é, mas às vezes é a mais madura.

Volto ao jogo. Tenho uma partida a ganhar.

Amanda

— Madu! Tá louca! Você foi ao vestuário dos meninos!

— Ai Amy, fui só desejar boa sorte. Olha, o jogo voltou.

Eu ajeito meus óculos e torno a olhar o jogo. De repente, um garoto derruba Heitor e eu começo a me preocupar.

— Quem é aquele?

— Ricardo. É do 3° C. Pense num sujeito idiota, babaca e machista. É ele. — Lucas responde.

— Tem gente que desconfia que ele usa drogas. — Madu completa.

— Cristo. E por que ele ainda está aqui?

— Ele é neto do diretor. Então né... — Lucas dá de ombros. — Só fico mal por Heitor. Ter que aturar o ex da irmã.

— Como assim?

— Isso só o Heitor pode te falar. — Madu me interrompe.

Nesse tempo, Heitor já se levantou e o jogo seguiu. E eu mordendo a língua, esperando o tempo para falar com Heitor.

A curiosidade matou o gato sabia?

Xiu. Quieto cérebro.

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