— Madu, Amanda. Vieram sozinhas? — Heitor pergunta.
— Não, não. Lucas veio com a gente. Foi só comprar sorvete. — Respondo.
Ele sorri. Um aviso se espalha pelo ginásio, indicando que a partida começaria em cinco minutos.
Madu se distrai com uma conversa sobre moda.
— Pronta pra me ver ganhar? Sem querer me vangloriar, mas eu sou o melhor jogador.
— Você? Duvido. — Eu gargalho, e nesse mesmo momento que Heitor se aproxima de mim, se encostando em minha orelha e eu posso sentir o frescor do seu hálito.
— Vamos fazer assim. Se meu time ganhar, você vai comigo num lugar, um espécie de encontro. Se perdemos, você pode me pedir o que quiser.
Eu olho pra ele um pouco nervosa. Ajeito meus óculos e o vejo se afastar lentamente. A partida vai começar.
Heitor
Droga. O que me deu para propor isso? Ela deve estar pensando o que de mim?
Sacudo a cabeça para afastar esses pensamentos. Com aposta ou não, minha meta é ganhar, não quero ser zoado pelo Ricardo.
— Pronto para perder novato? Acho que o acampamento não te fez efeito não é mesmo? — O desgraçado rir.
Fecho os punhos e respiro. Se concentra. Pela Amy.
O jogo inicia. Nos primeiros minutos, já temos 2 faltas pela parte de Ricardo. O jogo vai indo, até que faltando 5 minutos para o 1° tempo acabar, recebo o passe de um menino e chuto para o gol.
GOL! Saio correndo e com meus colegas de time atrás de mim. Procuro Amanda, e quando a vejo, ergo dois dedos ao ar e jogo um beijo pra ela. Ela se envergonha e ajeita os óculos.
O juiz apita e inicia os dez minutos de intervalo. Nesse tempo o técnico nos passa novos comandos e eu me hidrato. Sai um pouco do vestuário e vejo Madu me esperando.
— Madu?
— Heitor vou ser rápida: ao fim do jogo, tome um banho, se perfume e leve Amanda para almoçar. Eu vou deixar ela sozinha na frente do colégio. Se vocês não se beijarem eu juro que faço o que estiver ao meu alcance para colar os lábios de vocês e nunca mais soltar. Agora volta lá e ganha do idiota do Ricardo.
Rio e dou um joinha para Madu, que também ri e sai saltitando. Madu é infantil e engraçada é, mas às vezes é a mais madura.
Volto ao jogo. Tenho uma partida a ganhar.
Amanda
— Madu! Tá louca! Você foi ao vestuário dos meninos!
— Ai Amy, fui só desejar boa sorte. Olha, o jogo voltou.
Eu ajeito meus óculos e torno a olhar o jogo. De repente, um garoto derruba Heitor e eu começo a me preocupar.
— Quem é aquele?
— Ricardo. É do 3° C. Pense num sujeito idiota, babaca e machista. É ele. — Lucas responde.
— Tem gente que desconfia que ele usa drogas. — Madu completa.
— Cristo. E por que ele ainda está aqui?
— Ele é neto do diretor. Então né... — Lucas dá de ombros. — Só fico mal por Heitor. Ter que aturar o ex da irmã.
— Como assim?
— Isso só o Heitor pode te falar. — Madu me interrompe.
Nesse tempo, Heitor já se levantou e o jogo seguiu. E eu mordendo a língua, esperando o tempo para falar com Heitor.
A curiosidade matou o gato sabia?
Xiu. Quieto cérebro.
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Hello, Puberdade!
Teen FictionAmanda Silva anda pelos corredores de São Tomé de Castro observando tudo e todos. Reparou que muitos adolescentes estão passando por fases, mudanças de humor e descobrimento de coisas novas. A tão conhecida "Puberdade", é o terror para pré-adolesc...