Antes que eu respondesse mal-educadamente, Heitor explicou:
— Não confunda Amanda com essa vadia.
A mulher colocou a mão na boca e veio até nos.
— Me desculpe! Vamos de novo. Eu sou Helena, mãe do Heitor. — Estendeu a mão com um sorriso simpático.
Eu cumprimentei e lancei um sorriso também simpático.
— Amanda Silva, amiga de Heitor.
— Que bom! Quer almoçar conosco Amanda?
Heitor bufou.
— Já trouxe ela exatamente pra isso. — Frisou o 'exatamente'.
A mãe dele riu e apertou suas bochechas. Ele ria de raiva e tentava se soltar. Comecei a rir também.
— Mãe! Dá pra parar de me constranger?
— Nunca bebê. Amanda, venha, vou te mostrar o álbum de fotos do Heitor.
Ela me puxou e só pude ver Heitor com raiva e vermelho.
🍃...🍃
A mãe de Heitor falava sobre suas travessuras de infância. Ele apenas comia em silêncio, e vermelho. Não sei se de raiva ou de vergonha.
— Mas então Amanda, faz algo, tipo esporte, música, desenho?
— Uhm... — Dei mais uma garfada na macarronada que comia. — Eu desenho ás vezes, mas meu rumo mesmo é designer.
— Você desenha?! — Heitor fala.
Assinto e rio. Terminamos de comer e Heitor tenta me tirar das garras de sua mãe.
— Okay mãe. Eu tenho uma pesquisa pra fazer com Amanda, então, largue ela.
Helena ri e se levanta do sofá onde estávamos.
— Volte sempre, viu Amanda? Tchau bebê.
Ela sai e Heitor me puxa. Subimos a escada e entro em um quarto, decoração simples, mas com vários troféus numa prateleira ao lado do guarda-roupa.
Sento na cama e Heitor segue ao banheiro, que eu nem tinha notado.
— Você não tá pegando camisinha não né? — Pergunto.
Ouço gargalhadas e ele aparece na porta do banheiro. Faz uma poses sexy se escorando na parede.
— Sinto te decepcionar baby, mas vamos conversar a respeito do nosso encontro.
É mesmo. Ele ganhou. Maldita aposta.
Bendita aposta, vai tirar as teia da boca.
— Não se sinta pressionada. Se não quiser é só dizer. Nessa hora eu estava de brincadeira, mas eu só soltei. Desculpa te assustar, mas é que...
— Heitor. — O interrompo. — Não precisa disso. Eu levei a sério, vamos cumprir, só pare. Você vira um verdadeiro bebê que nem sua mãe diz.
Ele ri e vem até mim. Ele se ajoelha, naquela velha posiçãode 'pedido'.
— Vai me pedir em casamento ou namoro? — Pergunto rindo.
— Me daria a honra de...jogar UNO™ comigo?
— Seu palhaço! — Taco um travesseiro nele.
Numa mino briga, acaba com Heitor por cima de mim na cama. Eu me envergonho, mas não deixo transparecer.
Sabe aquele momento que seu coração acelerar, o cérebro começa a ter pensamentos sexuais? Se estou excitada? Acho que sim. E pelo visto Heitor...
Ele sai de cima de mim, e levanto.
— Eu acho que já vou. Tenho umas atividades pra fazer ainda.
Ele assente. Seguimos até o portão da casa, passando pelo mesmo jardim com a fonte.
— Bom...tchau Heitor.
— Tchau Amanda.
Na hora que eu me viro, Heitor puxa meu braço e me põe de frente pra ele, com seus olhos nos meus.
— Desculpa antes de tudo, mas eu não posso mais esperar.
Antes que eu fale algo, Heitor me beija. Parece que diferente dos outros meninos que eu beijei, esse parece ter sentimento.
Seus lábios são macios, e ele segura minha cintura enquanto isso. Eu ponho meus braços ao redor do seu ombro e acaricio sua nuca.
Num momento ele se afasta lentamente e nos olhamos.
— Desculpa. — Heitor pede novamente.
— Heitor, eu, não precisa de desculpas. Pode até fazer isso de novo, mas não me puxe, por favor.
Ele ri diante disso e eu também.
— Então eu posso fazer de novo?
Assinto mordendo o lábio. Ele chega até mim e aproxima nossos lábios.
Posso sentir sua respiração, até que Heitor junta seus lábios nos meus novamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hello, Puberdade!
Teen FictionAmanda Silva anda pelos corredores de São Tomé de Castro observando tudo e todos. Reparou que muitos adolescentes estão passando por fases, mudanças de humor e descobrimento de coisas novas. A tão conhecida "Puberdade", é o terror para pré-adolesc...