C A P Í T U L O X V

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§ NINA MILANI §

— Céus, Nina, você realmente me sujou! — Kyle exclamou, assim que saímos do carro.

Olhei para sua calça, e estava com uma grande mancha rosa. Era do creme de morango que recheou o crepe que eu comi, e fiz ele experimentar também. Acabei deixando cair na coxa dele, e só percebemos quando tínhamos entrado no carro. Agora, aqui na faculdade onde faremos a prova, era tarde demais para ir trocar.

— Me desculpe. — ri, pela macha. — Pelo menos estava gostoso, admita.

— Na próxima vez, me lembre de comer com você depois que fizermos a prova. — ele tentou limpar com um pano que tinha dentro do carro, mas não deu muito certo. — Eu vou no banheiro tentar limpar isso. Segura as minhas coisas, por favor. — ele me entregou a chave do carro, a carteira e o celular dele. — Te encontro na sala da prova, ok?

Assenti, e esperei ele entrar no banheiro.

Guardei a carteira e as chaves dele dentro da minha bolsa de mão e peguei o mais interessante: o celular. Dei uma avaliada geral, por fora. iPhone, prateado, último modelo lançado — nada novo; era igual ao meu. Para estrear, abri a câmera e tirei algumas fotos minhas. Sorrindo, fazendo careta, mostrando a língua e o que mais eu pudesse fazer. Apertei o botão de início, e olhei a foto do screen. Nada que eu não imaginava: uma foto dele.

Mas, não estava sozinho. Tinha mais uma criança, muito parecida com ele. Eles estavam em uma piscina, e Kyle estava beijando a bochecha dela. Se eu não estivesse errada, era a irmã mais nova dele. Kim tinha mencionado ela uma vez, e eu sabia que também tinha outro que eu também não lembrava o nome. Todos os quatro irmãos eram iguais: mesmos olhos azuis, cabelos castanhos que se tornam loiros no sol e bonitos pra caramba.

A tela ainda estava bloqueada e eu não tinha a senha, infelizmente. Embora eu chutasse que a senha também fosse sua data de nascimento, não fazia ideia de quando isso aconteceu. Também tentei 0000, mas também estava errada. Mas, eu ainda tinha acesso ao controle central, então liguei a internet. Apareceu algumas notificações de redes sociais, e chegaram algumas mensagens. Algumas eram da mãe, outras da Kim e por aí vai.

Enquanto eu lia as mensagens da mãe dele dizendo que ele devia levar um casaco a mais se saísse, o celular caiu da minha mão. Ele caiu com a tela virada para baixo, e meu coração parou por um instante. Qual era o problema do Kyle de usar um celular sem película e capa? Ele queria me fazer ter um ataque cardíaco?

— Foi mal pelo celular. — disse, o mesmo que me fez derrubar o celular do Kyle. Ele se abaixou para pegar o celular, e eu vi que eu conhecia esse cabelo, ainda mais essa voz. Ele também me reconheceu quando me viu. — O que você está fazendo aqui, sweetheart?

Eu sabia que New Green também iria participar da competição, mas não esperava que fosse ele.

— Nada que te interessa, Bruce. — respondi, pegando o celular de volta. Dei as costas para ele, e ele continuou me acompanhando.

— Nina, espera! Por que você está correndo?

— Pergunte ao seu amigo loiro, aquele idiota e covarde, por que eu estou correndo, fugindo. — cuspi, com ódio nas palavras.

— Nina, eu... — ele buscou uma desculpa. — Eu sinto muito por ontem. Eu não sabia que ele iria fazer isso.

— Ele era seu amigo e estava ao seu lado, Bruce. Quase, por pouquíssimo tempo e uma tremenda sorte, o pior não aconteceu.

— Eu não tive culpa! — ele disse, abrindo os braços.

— Ninguém teve culpa. Afinal, nada aconteceu já que eu não tenho provas e eu não posso denunciar ele. — debochei. — Dê suas desculpas para o seu amigo, e tomara que ele morra engasgado com elas.

BROKEN HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora