You strike me

I will protect you

POV. Peanut

Os dias no centro de treinamento da SKT eram sempre os mesmos. Todos os dias nós íamos pra academia melhorar nossa performasse física, fazíamos dois blocos de treino individual antes do almoço, cada um em uma posição. Todos almoçavam juntos no refeitório, onde naquela altura, já tínhamos um cardápio especial para cada um, todos próximos, um mais que os outros, mas sempre em um clima agradável. E estando no meio do campeonato essa união se fazia mais forte, fazendo com que Faker se juntasse conosco mais vezes. Percebi como ele podia ser engraçado, mas eram em momentos próprios, muitas vezes depois de fazer uma piada, ele voltava à se fechar. Os treinos da tarde eram com o time, estratégias que Kkoma planejava e nos ajudava à executar, todos tínhamos plena confiança nele.

Junto à realização do sonho de estar em um time como a SKT, vieram outras coisas às quais não tinha me preparado. Uma delas era a fama. A primeira vez que nós recebemos os presentes que algumas fãs nos mandam, fiquei maravilhado, mas quando vi um kit personalizado pra mim, foi quando comecei a perceber a magnitude de fazer parte de um time daquele tamanho.

Mas tudo continuava sendo um sonho, a cada treino nosso entrosamento só aumentava, errávamos cada vez menos passes, já entendiamos às técnicas e estilos de jogos de cada um, tudo isso fazendo com que nós acreditássemos na possibilidade de que vencer a temporada era possível. 

Pude me aproximar mais de Faker também, não eramos íntimos, muito longe disso, nós só nos encontrávamos todos os dias no telhado, no começo foi sem querer, mas agora já tinha se tornado rotina. Não compartilhávamos sentimentos ou pensamentos profundos, falávamos sobre como o treino tinha sido, o que achávamos que podia melhorar, onde deveríamos focar, e também sobre coisas aleatórias, como cervejas favoritas, o que pensávamos em fazer quando nos aposentássemos. Também estava aprendendo à ler o moreno, percebi que quando seu desempenho em treino deixava à desejar ele passava todo o resto do dia de mau humor, com respostas curtas e monossilábicas, enquanto que quando o treino era produtivo ele era todo sorrisos, eram quando saíam suas melhores e mais bobas piadas também, mas o pior estado de humor de Faker era quando em algum momento o assunto chegava até Blank, seja por desempenho nos jogos ou algo que tinha acontecido entre nós dois. Ele enrijecia, seu maxilar travava e de repente a conversa não eram mais boa o suficiente para ele, e toda essa situação só aumentava minha curiosidade para descobrir o que havia acontecido entre os dois garotos.

E eu também não conseguia parar de pensar o que fazer em relação garoto. Depois da noite do nosso primeiro jogo, que soube que Blank já havia se envolvido com Faker comecei à pensar mais sobre nossa relação, por que estávamos juntos afinal? Ainda nos amávamos? Algum dia nós nos amamos de verdade? A frase de Faker, "você merece coisa melhor" flutuava em minha mente.

Claro que Blank percebeu e não deixou quieto, todas as noites ao final do jantar, ele conseguia me encurralar e reforçava o quanto estava com saudades, e sempre que tentava me esquivar, dizendo que estava cansado ou como os treinos estavam sendo puxados, ele me lançava aquele olhar de cachorro que caiu da mudança e apenas aceitava, nunca desistindo. Mas estava se tornando cada dia mais difícil fugir, até a semana que antecipava um dos nossos grandes jogos contra a Royal Never Give Up. Sempre que tínhamos um jogo contra uma grande equipe, nossa carga horária de treinos era reduzida, para evitar qualquer tipo de acidente de última hora e para que pudéssemos descansar melhor. E eram bem naquela situação que estávamos quando vi ele se aproximando no corredor e paramos bem em frente seu quarto.

- Então, hoje a noite é nossa, bebê? Eu sinto tanta falta sua. - o sussurro que saia de sua boca era o mais erótico possível.

- Você está doido? Vão nos pegar! Melhor aproveitar o tempo extra que temos e descansar. - assim que terminei a frase os olhos de Blank se arregalaram, ele me empurrou para dentro de seu quarto. Tudo ali era o mais organizado possível, sempre louco por controle.