UM

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Oi gente! Essa é a primeira história que publico aqui.

Se gostarem não deixem de votar e comentar pra eu poder continuar!

Boa leitura!
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David Collins

Olho pro relógio em cima da mesa do escritório, os ponteiros já marcavam meia noite. Ótimo, mais uma madrugada no trabalho. Não é que eu me sinta mal por isso, na verdade eu gosto de trabalhar, gosto de estar no controle. Acho que foi George Sand que disse que é preciso trabalho duro e uma grande vontade para transformar uma paixão em uma virtude.

Eu diria que também é preciso passar noites em claro e abrir mão da vida social. Que Natalie não me ouça.

Natalie é a minha princesa, a minha filha, tudo o que tenho, na verdade. Trabalho duro para dar a ela uma vida tranquila. Sempre tive que me esforçar em dobro para criá-la com todo zelo, pulso firme e carinho necessários. Me sinto orgulhoso ao ver a mulher íntegra que ela vem se tornando.

Quando Anne morreu, logo após uma complicação no parto seguida de negligência médica, fiquei desolado. Nos primeiros dias eu mal conseguia segurar a pequena Natalie. Nunca havia sentido tanto medo. Desde então, sinto que minha filha é tudo o que tenho e tudo para o que vivo.

Ainda que ela nunca tenha conhecido a mãe em vida, sempre fiz questão de honrar sua memória com histórias, fotos e lembranças.

Antony sempre me diz que preciso sair mais, conhecer outras mulheres afinal já fazem 21 anos desde a morte de Anne. Ele sempre gostou muito dela, esteve presente em toda nossa história e ficou quase tão devastado quanto eu quando ela morreu, mas, depois de um certo tempo ele começou a me dizer que eu precisava seguir em frente. Na verdade, eu concordo com ele, quer dizer, não é como se eu estivesse preso a Anne, só não sei se estou pronto para um relacionamento.

Natalie já conversou comigo diversas vezes sobre esse assunto, ela tem uma necessidade devastadora de me garantir, a todo momento, que está tudo bem se eu quiser sair com mulheres.

Por diversas vezes já fui surpreendido com algum encontro às cegas. Ela sempre quer estar no controle de tudo, exatamente como o pai. É irritante. Quer dizer, eu consigo arranjar meus próprios encontros!

É... sendo bem realista, meus encontros não têm passado de noites sem sentimento, com mulheres das quais eu nem lembro o nome depois de certo tempo. E é recíproco, os dois lados querem um escape. Talvez um pouco de diversão, um bom vinho e alguns orgasmos. Tem funcionado bem, até o momento.

Me vejo perdido em pensamentos quando Antony abre a porta bruscamente com sua animação e delicadeza de sempre.
- Ainda trabalhando? Desse jeito vai se decompor nessa cadeira. Anda, vamos sair. - Ordenou enquanto fechava meu notebook. Apertei o queixo em sinal de desaprovação, mas ele me lançou um olhar de súplica que me fez rir.

- Cara me deixa terminar. Estou exausto. Vou daqui direto pra casa.

- Não aceito "não" como resposta, David. Hoje é sexta, amanhã você está de folga e pode passar o dia todo com a Natalie. Mas não hoje, não numa sexta-feira, não depois dessa semana de cão que tivemos. - A verdade é que Antony estava certo e eu não consegui achar palavras para debater.

Acabei cedendo, realmente precisava relaxar. Salvei os trabalhos, peguei o blazer na cadeira e saímos em direção ao carro de Antony. - Para onde vamos? - Perguntei curioso.

- Boa e velha casa de poker, noite de jogos, cerveja, música ruim... você sabe, aliviar a tensão. - Seu olhar era um tanto divertido e também misterioso, estava explícito que ele não tinha me contado algo.

Não se apaixone por mimOnde histórias criam vida. Descubra agora