6- Possíveis Surpresas

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Acordo com o barulho de um telefone tocando, pego-o e atendo ainda meio sonolenta, olho e vejo que é minha Mãe.

- Oi mãe - digo, e reprimo um bocejo.

- Oi Bruna, desculpe, eu te acordei?

- Não mãe, tudo bem, eu já iria levantar mesmo, como você está? - digo tentando puxar assunto.

- Estou bem sim, mas tenho uma notícia para te dizer - diz ela, e noto sua preocupação - eu e seu pai estamos nos separando.

Não consigo evitar o choque, apesar de saber que meu pai e minha já não estavam bem a um bom a um bom tempo, achei que eles se resolveriam já que sempre demonstraram se amar tanto. Sempre fui muito ligada a meus pais, e não os ver juntos vai ser estranho.

- Eu entendo mãe, se vocês ficarão felizes assim, por mim tudo bem. - Digo com sinceridade, os ver feliz é tudo o que quero.

-Que bom Bruna, sabia que iria entender! - diz - e então, como você está? Está gostando de Seattle?

- Sim, estou bem, e Seattle é bem legal, estou aqui a apenas alguns meses e por isso não conheço bem a cidade, mas consegui um emprego legal com um bom salário - digo.

- Que bom! - ela faz uma pausa - sinto tanta saudade filha - e percebo a tristeza em sua voz.

Minha mãe e eu sempre fomos muito ligadas e quando decidi sair do país, pensar que ficaria tão longe dela foi o que mais doeu.

- Eu também mãe, sinto muita saudade, muita... - faço uma pausa e tento conter as lágrimas - mas espero visita-la em breve.

- Ah filha! Espero que sim! - diz - agora terei que desligar, tenho que começar a estudar um caso.

Minha mãe é advogada, uma ótima advogada devo dizer. Ela sempre quis que eu seguisse a mesma carreira que ela, mas advocacia nunca foi um sonho meu. Ela não queria eu que fosse embora do Brasil, disse que eu poderia continuar morando com ela até encontrar um bom trabalho, mas eu sempre busquei a minha independência e assim, disse a ela que não ficaria.

- Eu entendo mãe, também tenho que me apressar, hoje tem reunião na sede da empresa - digo e olho de relance para o relógio e vejo que terei que ser rápida - foi muito bom falar com você mãe, prometo ligar mais ok?

- Ok, espero que ligue mesmo, te amo filha e se cuida ok? - pergunta e solta um riso.

- Ok Dona Marta, vou me cuidar sim, também te amo mãe, até logo - digo.

- Até logo, beijo - diz ela e desliga.

Falar com minha mãe sempre me deixa bem, ela sempre foi minha conselheira, minha amiga, sempre fomos muito ligadas, já meu irmão Pedro, sempre foi mais próximo ao meu pai.

Pedro é meu irmão mais velho e mora no Rio de Janeiro com sua família, eu e ele éramos próximos, mas quando crescemos acabamos nos distanciando um pouco, mas sinto muita falta dele.

Deixo os pensamentos de lado e levanto da cama, encho uma tigela com cereais e como rapidamente, escovo os dentes, coloco uma playlist do Marshmallon e começo a me arrumar.
Escolho uma saia lápis e um blazer combinando, calço um salto e dou um jeitinho no meu cabelo que hoje resolveu colaborar, passo uma camada de rímel e um gloss, me olho no espelho e vejo que estou linda.

Tem uma vozinha na minha cabeça que diz "você só está se arrumando assim porque quer ver o bonitão", expulso esse pensamento da minha mente, apesar de ter um fundinho de verdade, não que eu esteja me arrumando para ele, pois, sempre gostei de sentir linda, mas confesso que o pensamento de o ver hoje não sai da minha mente "será se ele vai lembrar de mim?", tento parar de pensar nisso, pego as chaves do carro e saio apressada do apartamento apesar deter um tempinho de sobra.

Espero o elevador que demora um pouco, depois que chego ao térreo, entro no meu carro e coloco em uma estação que gosto de ouvir e começa a tocar "perfect" de Ed Sheeran e osom preenche o carro, e acabo me deixando levar pela vibe da música.

Demoro apenas alguns minutos para chegar a empresa pois o trânsito estava ótimo.
Estaciono e pego o elevador para o ultimo andar. Olho o relógio e são apenas 6:50, ótimo, terei um tempinho para conversar com Aline e ver se está tudo certo.

Chego a minha mesa e encontro Aline falando ao telefone, ela desliga e olha para mim.

- Oi - diz.

Pedi a ela que chegasse um pouco mais cedo já que, ela irá ficar no meu lugar por hoje.

- Oi, alguma duvida quanto ao é preciso fazer? - digo com um sorriso, pois, pergunto apenas para conferir, Aline é uma ótima funcionária.

- Não, está tudo certo - diz ela, depois da um sorriso - e então... você verá o bonitão hoje? - e depois começa a rir.

- Não sei, é provável já que, o senhor Patrique disse que, faríamos uma reunião com o dono desta empresa - dou um sorriso - e como bem sabe, ele é o dono.

- Sim, porque, não adianta ser incrivelmente lindo e cavalheiro, tem que ser extremamente rico - e nós duas começamos rir.

Somos interrompidas pelo telefone, Aline o atende e diz:

- Sim...ok...vou dizer a ela...tchau - ela desliga o telefone e diz - era o senhor Patrique e ele disse que precisa que você vá a sala dele.

- Ok, ele disse ontem que precisaria de mim para organizar algumas coisas antes da reunião - dou um sorriso e digo - bom, é melhor eu ir, depois conversamos.

- Ok, boa sorte na reunião e não se esqueça de me contar tudo, principalmente se ver o bonitão, vou querer detalhes e com isso começamos a rir novamente.

Apesar do pouco tempo, Aline está se tornando uma boa amiga, gosto bastante do seu jeito humorado de ver a vida.

- Rafael Gonsalvez é o nome dele Aline, Rafael.

- Prefiro Bonitão, combina mais com o que ele, concorda? -começamos a rir novamente.

- Talvez, depois decidimos o que combina mais, preciso ir, nosso chefe já deve estar se chateando com a demora - digo a ela anda rindo.

- Ok Bruna, tchau.

- Tchau.

Me dirijo a sala dele, bato a porta entro.

E começo os preparativos para um dia longo e cheio de possíveis surpresas.

Um Amor... Impossível?Onde histórias criam vida. Descubra agora