CAPÍTULO 6

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Meredith estava agitada naquela noite. Ela havia ganhado dois prêmios na escola e estava ansiosa para mostrar a seus pais o que havia feito para a feira de ciências. A menina era uma máquina. Não parava um só segundo, sempre pensando, sempre tendo novas ideias.

Sua mãe perfeita estava na cozinha terminando de preparar as comidas que havia aprendido com a avó quando pequena, Meredith entrou radiante no quarto. Sua mãe sorriu ao ver a menina entrando aos pulos no cômodo em que estava.

-- Meredith, se acalme! – ela disse enquanto ria e fazia movimentos para que a filha parasse um pouco – O que aconteceu?

-- Eu ganhei o prêmio de melhor aluna da aula de biologia e mais um pelos estudos sociais. Ah! E já preparei o meu projeto para a feira de ciências.

Feira de ciências era algo que a pequena prezava muito. Por três anos ela era a campeã. O costume de fazer essas feiras começou muito, muito tempo antes da guerra e foi cultivado por esse tempo todo. Ian achava que era bobagem, mas jamais acabaria com algo que sua filha amasse tanto.

-- Meus parabéns, querida! – Natália deu um beijo na testa da garota – Agora vá tomar banho, o jantar já será servido e seu pai está chegando.

-- Está bem. – A doce menina deu um beijo na bochecha da mãe e foi tomar banho.

Enquanto isso, sua mãe ficou na cozinha terminando de preparar o jantar. Ouviu um pequeno barulho no quarto e foi conferir. Foi quando ela sentiu um cheiro de queimado vindo da sala. Seu sofá estava em chamas, e as mesmas estavam consumindo o cômodo inteiro. A casa era de madeira, então o fogo se espalhava rápido demais.

-- Meredith! Meredith! – Natália gritava enquanto tentava apagar o fogo.

A menina percebeu que algo estava errado, vestiu-se rapidamente e correu em direção a voz da sua mãe. Ficou assustada com o fogo e começou a chorar. Natália viu a filha chorando e se abaixou rapidamente para falar com ela.

-- Querida, não dá tempo de chorar, nós temos que sair daqui rápido. – ela disse enquanto segurava o rosto da menina, Meredith concordou e as duas foram correndo em direção a porta. Porém, o fogo um pedaço da casa caiu e bloqueou o caminho. Elas estavam presas.

Ian saiu de seu trabalho e levava muitos papéis para casa, quando chegou no local, viu o fogo consumindo a sua casa. Ele derrubou a pilha de papéis no chão.

-- Não, não pode ser! – se desesperou e procurou um jeito de entrar na casa. Ficou repetindo a si mesmo que sua família não estava em casa ou que estavam seguras na saída de emergência. Ah! A saída de emergência. Foi por lá que Ian conseguiu acessar o interior da casa.

Ele viu sua esposa abraçando a filha, tentando se esconder do fogo e chegar até a saída de emergência.

-- Natália! Estou aqui, venha! – Ele gritava para a esposa.

-- Leva a Meredith primeiro! – ela empurrou a garota por uma pequena passagem que ainda estava livre do fogo.

Ian conseguiu pegar sua filha, mas assim que chegou lá fora, a casa explodiu.

A garota se arrastou no chão para chegar mais perto da casa, mas seu pai a impediu. Ela gritou várias vezes e Ian a abraçou, chorando a perda de sua esposa.

Aquele evento mudou Ian. Não de uma maneira positiva, ele simplesmente escureceu seu coração. Ele se tornou um ditador para seu povo. A única coisa que o manteve são era sua preciosa filha. Que também mudou naquela noite, mas foi para algo que todos tinham orgulho. Para melhor.

Quando o fogo baixou e todos os ânimos se acalmaram, Ian finalmente recebeu o cara que verificaria o que aconteceu por lá. Se foi um incêndio acidental ou se alguém causou aquilo – não era segredo que o Ian não era a pessoa mais amada do mundo –, não era fácil para ele de nenhum jeito, mas seria bom saber se ele tinha razões para querer matar alguém ou não.

-- Senhor Müller, o incêndio não pode ter sido acidental – ótimo, Ian pensou, alguém para matar – ele começou na sala e se alastrou pela casa aos poucos. A explosão ocorreu porque o botijão de gás foi atingido e pelas chamas. Algo me diz que não foi ninguém daqui que tentou matar sua família.

-- O lado sul – ele disse, olhando para a muralha que marcava a fronteira.

Ian e o cara estavam certos, mas deixarei esse suspense rondar a história. A pergunta é: Quem matou a senhora Müller?

Bom, ocorreram muitas mortes até agora, mas algo foi diferente nessa em especial, algo que a mãe de Eloise havia previsto.

Alguém importante morreu.

Isso mudava tudo. 

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