CAPÍTULO 4

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-- Rebecca, você tem certeza disso? Uma guerra acaba com a vida de muitas pessoas, incluindo líderes. – Thomas tentava colocar algum juízo na cabeça de Rebecca.

-- Você acha que eu me importo? – ela se virou para ele com raiva, seu cabelo já estava solto – Esses idiotas mataram meu pai, provavelmente sumiram com minha mãe e minha melhor amiga, mataram Kátia... O que falta acontecer?

-- Você sabe o que falta... – ele olhou profundamente nos olhos dela.

Ela demorou alguns segundos para entender. Ele estava falando do filho de Rebecca, que tinha 2 meses de vida e era seu único herdeiro. O pai não era tão importante e provavelmente já estava morto. Rebecca amava aquela criança.

-- Óh, não! Eles não vão tocar no meu filho! – ela quase gritou.

-- Eu sei disso, mas uma guerra não é exatamente um lugar perfeito para criar uma criança recém-nascida!

-- Essa criança viverá no meio dela. E eu faria isso para protege-lo!

-- Você não irá protege-lo se continuar sendo tão imatura a ponto de pensar que uma guerra a essa altura seria algo benéfico. Agora pare com isso e deixe-me ajudar você a melhorar as guardas daqui. Está bem?

Rebecca lutou um pouco, mas logo cedeu.

-- Está bem...

O dia passou e a noite chegou, a pequena Eloise estava tranquilamente andando para casa quando percebeu que a mesma estava em chamas. Ela correu até lá. Sua mãe e seu pai estavam no chão, um pouco longe das chamas. A garota se ajoelhou para olhar para sua mãe.

-- Mamãe! Mamãe! – ela dizia enquanto chorava desesperadamente. – mãe, fala comigo, por favor. Olha para mim!

A garota batia levemente no rosto de sua mãe, até que a mesma abriu um pouco os olhos.

-- Eloise... – dizia com dificuldade

-- Os sulistas fizeram isso, não foi? Eles são pessoas horríveis! Eu vou falar com a líder, ela vai dar um jeito nisso, vai matar quem fez isso.

-- Eloise, não... ela não vai. – a mãe dela mal conseguia formar uma sentença sem tossir, o que deixava a menina ainda mais apreensiva.

-- Por que não? Ela é uma boa pessoa e.. – antes que pudesse terminar, a mãe da menina a interrompeu.

-- Querida, somos pessoas comuns, não somos importantes. Ninguém se importa com as mortes que acontecem... até que alguém importante morre... Quando pessoas importantes morrem, é uma tragédia. Quando uma pessoa comum morre, é um número. Sempre foi assim e sempre será.

-- Mas você é importante para mim... – A inocente menina disse enquanto suas lágrimas caíam no chão.

-- Eu sei meu amor... e eu te amo. Quero que você se torne uma menina honrada, feliz e muito forte. – ela sorriu ao ver sua filha, como era linda.

-- Eu também te amo, mamãe. – Eloise ficou observando até sua mãe dar o seu último suspiro.

Ela não chorou mais depois que sua mãe morreu. Eloise simplesmente se recusava a acreditar que sua mãe havia morrido por nada.

Mas ao mesmo tempo, seu coração estava calmo por ver seu "pai" morto. Ela se sentia muito bem com a morte dele, porque ele era um ser humano horrível e, na mente dela, ele merecia aquele fim.

Mas a sua mãe? Ah, ela não iria deixar aquela morte passar em branco. Nunca. 

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