Eloise simplesmente joga Meredith no corredor começa a socar a cara dela. Não está nem aí para o que os outros vão pensar. O que Rebecca vai pensar. Tudo ao seu redor some, a única coisa que importa para ela agora é matar a nortista que lhe afrontou, também esquece do peso que isso traria para sua consciência.
Rebecca estava no escritório de Ian, como de costume. Eles teriam que se aturar por muito tempo até que o problema dos zumbis fosse resolvido.
A mulher olhou para o pequeno painel que mostrava as imagens das câmeras do lugar e viu a cena. Arregalou os olhos, totalmente chocada com o que estava vendo. Ian falava e falava, mas Rebecca não conseguia se concentrar no que o líder dizia, pelo simples fato de estar pensando em uma solução para o que estava acontecendo alguns quartos de distância dali.
De uma coisa ela tinha certeza. Ian não podia ver. Ela se moveu lentamente até a frente do painel e ficou tampando a visão de Ian para as imagens. Ele com certeza não veria nada enquanto ela estivesse ali.
— Mas mesmo assim eles... — Ian nota o ar estranho que Rebecca está causando — O que diabos você tá fazendo?
— Eu?! Como assim?! Eu não tô fazendo nada, seu louco! — Rebecca dizia, mas estava tão nervosa que não conseguia mentir, simplesmente deixou muito claro que não estava dizendo a verdade.
Ian não acreditou nela, obviamente, e a tirou da frente do painel, com um pouco de esforço, pois a líder não queria sair de lá. Mas quando Ian viu a cena, uma enorme brasa de raiva começou a queimar em seu peito. Ele saiu correndo da sala até o local onde sua filha estava sendo espancada. Rebecca foi atrás.
No local, Luke estava tentando impedir Eloise de bater nela. Gritando para ela parar e dizendo o quanto Dith era diferente e não tinha porque odiá-la. Mas Eloise não queria saber.
Meredith já estava com feridas sangrando na face, mas não revidava. Não revidava porque não sabia como fazer isso. Não havia aprendido a lutar. O pai nunca a ensinou e nem deixava ninguém ensinar.
Ian e Rebecca chegaram ao local e o Ian teve que fazer muito esforço para tirar Eloise de cima de sua filha. Quando conseguiu, a garota ficou lutando para se soltar de seus braços, cega pelo ódio e pela sede de vingança.
A essa altura, já estava claro que Eloise não estava batendo em Meredith só por causa do tapa que levou, haviam questões pessoais nisso.Rebecca olhou no fundo dos olhos de Eloise e quando viu que ela não ia parar, simplesmente gritou.
— PARE.
A garota parou de se debater e olhou para a líder.
— Ela que começou.
Eloise tenta se defender de maneira calma. Para ver se consegue amenizar a raiva que Rebecca estava demonstrando sentir.
─ Eu perguntei? ─ Rebecca pergunta, mas não dá chance de resposta ─ A gente combinou que você não ia arrumar confusão. Você me prometeu! E olha onde estamos agora!
Eloise abaixa a cabeça. Ela detestava desapontar a líder. Ela pensava que não podia ficar pior, até que veio as duas palavras que mais a machucavam desde sempre:
─ Estou decepcionada.
─ Desculpe, Rebecca, isso não vai se repetir. ─ ela diz de cabeça baixa e sai. Totalmente irritada consigo mesma.
─ Vão embora. Não há nada para ver aqui!
Ian grita com a multidão que estava reunida para ver a confusão. Todos eles saem automaticamente. Ian, mesmo irritado, olha para Luke.
─ Você é o menos pior, não é?
Luke sabia que era errado, mas se sentiu honrado e feliz por ouvir isso, mesmo sem saber o porquê.
─ Leve a minha filha para a ala médica, por favor.
Luke apenas acena com a cabeça e pega Meredith no colo. A garota se assusta um pouco com a ação dele, mas se deixa ser levada pelo menino. Ela não pode deixar de reparar no quão forte ele é, apesar de não parecer, por ser alto. Ela nota que os olhos azuis dele têm vários tons diferentes e fica encantada com isso.
─ O que eu vou precisar fazer? ─ ele pergunta, tremendo um pouco ao pensar em precisar pegar em algum material que esteja no hospital.
─ Nada, só me leve até lá e eu faço tudo. ─ Meredith diz calmamente ao perceber que ele estava nervoso por ter que voltar a ala médica. Ele se sente mais calmo ao ouvir isso.
Ela é colocada numa maca assim que os dois chegam lá. A garota, mesmo machucada, consegue fazer os curativos em si mesma. Luke observa atentamente cada detalhe, surpreso por ela saber mais coisas que ele jamais conseguiria lembrar em toda a sua vida.
─ Como você decora isso tudo? ─ ele demonstra ar de curiosidade.
Meredith se distrai um pouco de seu curativo e olha para ele confusa.
─ Isso o quê?
─ Os curativos... o passo a passo...
Luke tenta ser o mais claro possível e, apesar de se esforçar para não o fazer, demonstra muita curiosidade.
─ Ah. ─ ela sorri um pouco e volta a fazer seus curativos. ─ Estudando. Não nasci sabendo, com muito esforço eu consegui aprender tudo. Hoje estou aqui.
Ela ri um pouco
─ Minha memória fotográfica ajudou.
─ Ah!
Luke fica se perguntando o que é memória fotográfica.
─ Você é muito inteligente! ─ ele diz, e não é algo que ele diria para todo mundo.
─ Eu sou uma idiota!
O menino se assusta ao ouvir a loira exclamar isso.
─ Hã?
É tudo que o sulista consegue balbuciar.
─ Aquela garota. A Eloise. Me machucou feio! E tudo porque eu sou uma droga e não sei lutar!
Meredith já estava quase caindo no choro. Luke sabia que se ela começasse a chorar, ele não iria saber o que fazer e iria se desesperar. Não queria que isso acontecesse. Então simplesmente escorregou nas palavras:
─ Eu posso te ajudar.
Quando viu, já era tarde demais.
Meredith se alegra ao ouvir isso, mal consegue acreditar.
─ Sério?!
Luke poderia dizer que não, que estava brincando, qualquer coisa, mas ficou com dó da pobre menina que mostrava todos os dentes em um sorriso.
─ Claro! Só se você me ensinar mais sobre sua língua.
─ Fechado!
Eles apertaram as mãos.
Pelo menos Luke ganharia alguma coisa, afinal, como Rebecca mesma disse, ele precisava ser fluente em português para ser um líder a altura do cargo.
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Sobreviventes
Bilim KurguO "fim" já foi há muito tempo e agora a humanidade se vê em condições e número para tentar fazer alguma coisa para re-estabelecer a ordem. Tanto tempo, por outro lado, fez com que as pessoas se unissem para impedir que a ordem seja reestabelecida, p...