CAPÍTULO 9

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─ Qual é o plano? ─ Ian pergunta para ver se consegue se livrar da presença de Rebecca o mais rápido possível. Já não aguentava mais ouvir sua voz e queria que ela fosse embora para que ele pudesse voltar ao seu patético trabalho e sua patética vida.

─ Um dos clãs, sozinho, jamais conseguiria vencer nada. Se aliássemos os meus soldados com os seus médicos, poderíamos vencer qualquer coisa!

Rebecca não tinha motivos para odiar o povo de Ian. Na verdade, tinha, mas ela não o fazia. Por acreditar que o mundo poderia ser melhor se não houvesse ódio.

Ian sabia que o que ela havia falado fazia sentido. Qualquer um que ouvisse saberia disso, mas pensar em colocar os assassinos de sua esposa dentro do seu lar era uma ideia absurda.

─ Você ficou louca? ─ Ian faz uma expressão de nojo ─ Dois clãs inimigos se juntarem no mesmo lugar?

Rebecca pensou bem, ele também tinha razão. Colocar os dois grupos unidos seria como colocar gato e rato no mesmo cômodo. Uma hora ou outra os dois iriam brigar. E nesse momento um sairia morto e outro vitorioso. E todos sabiam qual deles sairia morto. Mas ela já tinha ido longe demais na sua linha de pensamento para voltar atrás.

─ É. Se você prometer que nenhum dos meus vai morrer por causa de um dos seus, eu prometo o mesmo.

Rebecca dá olhar de súplica para ele. Ela não aguentava mais perder suas pessoas por um inimigo desconhecido e temia o pior. Estava disposta a fazer qualquer coisa, até conviver com aquele povo que ela considerava medíocre.

─ Isso não vai dar certo, Rebecca... Pelo amor de Deus! ─ ele revira os olhos.

Estava incrédulo na ingenuidade da mulher.

─ O que você perderia se tentasse? ─ Rebecca arqueia a sobrancelha, desafiando-o a listar algum motivo pelos quais ele não poderia aceitar já que ela prometeu que ninguém morreria.

─ Tempo. E meu tempo é precioso. Inclusive, estou perdendo ele agora... Tem outra coisa para fazer no seu clã não? Sei lá, matar animais, que seja.

─ Como você consegue fazer piada em um momento como esse?!

Rebecca olha para ele com os olhos semicerrados, ela já estava se irritando com o jeito de ser de Ian, e ela não se irritava fácil.

─ Não estou fazendo piada. Estou falando a verdade.

─ Tá bom, Ian. Espero que a sua filha não seja uma das pessoas desaparecidas ─ isso fez a mente de Ian ferver.

Ela tocou em um assunto delicado. A filha de Ian era o que ele tinha de mais precioso no mundo e falar o nome dela já era uma afronta grande demais para ele.

─ Isso é uma ameaça?

─ Não. Só estou falando a verdade... ─ Rebecca se alegra por finalmente ter ironizado alguma coisa, porém não demonstra isso.

─ Tá bom. ─ Ian finalmente concorda ─ Você vai ver como isso não vai dar certo.

─ Se não der, eu te dou dois litros de água.

─ Fechado. Agora me siga...

Ian diz enquanto pressiona um botão que funciona como um alarme para que as pessoas parem o que estão fazendo e vão até a sala de pronunciamento onde Ian geralmente dá notícias ou faz discursos. Ele caminha até a porta acompanhado por Rebecca e assim que abre a porta, dá de cara com Luke.

─ Quem é esse? ─ Ian pergunta, já com raiva por Rebecca ter trazido outra pessoa do seu clã para as fortalezas do Norte.

─ Depende do ponto de vista.

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