– Nossa, Senpai – Catherine ficou intrigada com o desejo súbito de desenhar. – Você está pegando fogo! Qual vai ser a pérola que vai extrair de sua cabecinha?
– Eu esbarrei com aqueles dois hoje mais cedo – disse Megumi enquanto criava o esboço da cena em uma folha qualquer. – Logo que eu vi aquela dupla, eu sabia que eles eram a capa perfeita para o meu próximo doujinshi*. – Cada passo da artista estava fria e cirurgicamente calculado em sua cabeça. Parecia que ela tinha um alfarrábio com as poses mais obscenas que já foram fotografadas ou desenhadas na história da humanidade gravado a fogo em sua mente. Em questão de minutos, o esboço dela já estava pronto. Mesmo não sendo o trabalho finalizado, as garotas ao redor da mesa já começavam a suspirar e rir baixinho, de maneira pervertida. Além disso, seus rostos ficaram ligeiramente avermelhados de excitação. A imaginação fértil de uma, aliada aos desejos das outras três, criou o que elas consideraram uma obra prima, algo que poderia igualá-la a Da Vinci e Caravaggio.
– Esse doujin vai ficar ma-ra-vi-lho-so, Senpai – parabenizou Megan. – Com certeza você canalizou cada partícula de sua safadeza nessa obra.
O que elas não esperavam é que o Nick e sua amiga Julie chegariam dentro do prazo estabelecido na mensagem. Até parecia que os dois tinham cronometrado o caminho antes de enviar a resposta. Os novos membros do grupo a frente delas bloquearam a sua visão. Tal fato deve ter feito a desenhista arrancar os cabelos de tão furiosa.
– Cara, você está levando essa história de pontualidade britânica muito a sério – disse eu, abraçando o revisor. – Deixa eu adivinhar, vocês cronometraram a viagem antes de me responder?– Que isso, Colt, impressão sua – respondeu Nick, saindo da minha frente para apresentar a sua convidada. – Essa aqui é a Julie, uma escritora que conheci lá no Ye Ol' Story. Julie, esses são Colton e Javier. – Nick estava um pouco mais casual do que costumávamos ver durante a semana (ele sempre usa uma camisa social ou polo, mais um jeans e um par de sapatos sociais, até mesmo durante as Casual Fridays). Mas o mesmo não podia dizer da única garota do grupo. Ela usava uma saia com estampa florida e uma camisa social azul com detalhes rendados nos punhos, o que combinava com os sapatos peep toe que ela usava. Um look sóbrio e elegante, se me permite opinar.
– É um prazer conhecê-los. – disse Julie, fazendo uma breve reverência. – O Nicky tem me falado muito sobre vocês.– Mudando de assunto, o que vocês estavam fazendo? – perguntei, curioso com o motivo dele não ter aceitado o convite para a comemoração. – Você praticamente sumiu do mapa quando eu e o Javi procurávamos você pela Downtown.
– É que eu estava ajudando a Julie a fazer uma pesquisa para um outro conto – respondeu o revisor. – Eu a levei à casa de um amigo para um laboratório sobre...
– Esse doidinho aqui me desafiou a fazer um texto fora do sobrenatural – interrompeu Julie, apontando com o polegar direito para o revisor. – Até que me diverti tentando aprender a jogar Texas Hold'em**. Quem sabe eu não crie uma jogadora de Poker em uma das minhas estórias. – Julie observara que tinha uma mesa vazia perto da Jukebox. – Por que não vamos para lá, rapazes? Pelo menos é melhor do que ficar espremido igual a uma sardinha no balcão. – A mudança de mesa foi uma decisão acertada da nipo-americana. Além de nos mudarmos para um lugar mais confortável, eu ficava fora do alcance de visão das garotas, o que me permitia aproveitar melhor a noite junto do Javi e do Nick, além, é claro, de conhecer um pouco melhor a Julie.– Aqueles dois levaram o nosso O.T.P.*** embora – esbravejou Megan, decepcionada por termos mudado de mesa. Ela esmurra o tampo como prova de seu descontentamento. – Maldita japonesa oferecida de uma figa. Agora não posso admirar meu hispânico. Isso me dá tanta raiva!
– Mas aquele amigo dela é um tesão... Ele seria um OC de encher os olhos – comentou Alexis. – Pena que tinha alguma coisa estranha nele. Eu senti um frio na espinha, como se ele tivesse uma aura mais fria que o normal.
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Nós fomos Shippados!?
Ficção GeralAo longo da história da humanidade, a curiosidade foi a motivação dos principais avanços e descobertas. Porém, conforme o tempo passou, nos esquecemos de que a mesma tem o poder de nos enganar e nos levar a uma experiência bem desagradável. Enquanto...