Capítulo Onze

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"Onde estou? Céu ou inferno?"


    Acordei com a luz fraca do sol em meu rosto, estava em um quarto, deitada em uma cama, com lençóis quentes me cobrindo. Olho desconfiada para todos os lados do quarto. Estar com tudo isso, me faz duvidar se estou sonhando e que quando acordar de fato, estarei naquele lugar desprezível de novo, com as amarras em minhas mãos e minhas costas sangrando e doendo de forma inexplicável. Será que já estou em Válion e tudo não passou de um pesadelo? Será que Apollo irá entrar por aquela porta com seus dois olhos intactos? Será que minhas costas não têm um corte sequer? Ou simplesmente eu morri e agora estou no Paraíso?

    Faço esforço para sentar-me na cama, porém tudo em meu corpo dói, vejo que aquilo tudo fora real, mas onde estou? Meu Deus, estou sem entender nada. Com medo de algum dos sequestradores entrarem pela porta e tudo isso não passar de um sonho. 

    Afasto os lençóis lentamente e arrasto minha perna com delicadeza até os meus pés conseguirem tocar no chão. Reúno forças para ficar em pé. Tudo dói, meu corpo estremece, mas consigo continuar de pé. Ando vagarosamente e pego no suporte da cama para andar com mais segurança. Tento ficar ereta, porém minhas costas ardem como fogo e um gemido sôfrego sai involuntariamente dos meus lábios, mais alto do que eu imaginava. Consigo ver a porta um pouco a frente da cama.

  - V-vamos, Aurora, você consegue! - fiquei murmurando para mim mesma, enquanto eu dava passos lentos e pequenos.

    Parecia que iria demorar uma eternidade para conseguir chegar na grande madeira. Meu corpo pedia arrego, não estava mais com a disposição inicial. Conseguia sentir o suor frio escorrer pelos meus cabelos a cada esforço a mais que eu fazia. Estava debilitada demais. 

    Minha visão estava turva, então segurei mais firme e tentei voltar para a cama. No entanto, a porta do quarto abrira inesperadamente, fazendo-me virar a cabeça e vendo um homem com uma armadura, a qual tinha em seu peitoral um leão preto, então percebi que era o brasão de Válion gravado no metal.

  - Vossa alteza, o que faz de pé? Perdoe-me não está aqui quando a senhorita acordou, todavia tive que tratar de alguns assuntos com o médico Real sobre sua partida para o castelo. - o homem falara de forma preocupada. Logo ele se apressa ao meu encontro e começa a me dirigir para cama - Sente-se com cuidado, princesa. Um ato abrupto poderá machucar ainda mais suas costas feridas.

    Eu não sabia o que falar e muito menos o que pensar. Nunca havia visto tal homem e muito menos sabia se eu poderia confiar naquele homem de meia idade, com atos de bondade e palavras apaziguadoras.

  - Sei que a senhorita deve está se perguntando como chegou aqui - ele tenta tocar em meu antebraço, mas eu me esquivo - e mais ainda quem eu sou.

    Assinto receosa, esperando ele continuar com as explicações.

  - Sou o general Altair Sangenis, sou o responsável pela guarda do rei Klaus, e do reino de Válion. Quando o príncipe saiu para buscá-la, meu rei me pediu para ir, de forma discreta, para escoltá-la em segurança até os limites do castelo. - ele faz uma pausa e suspira pesadamente, abaixando sua cabeça - Porém no decorrer da viagem, houve uma emboscada e fomos forçados a deixar a rota.

  - Eram as mesmas pessoas que fizeram o sequestro? -  interrompo ele com a voz embargada, mas ele confirma.

  - Tudo já estava planejado, Aurora - os olhos castanhos dele fitam os meus -, quem sequestrou vocês, planejou tudo minuciosamente. Foi tudo perfeito, como eles fizeram. Saímos da rota, logo perdemos a carruagem que os conduziam e eles aproveitaram, para atacar. - estremeço ao lembrar de tudo que passamos, Apollo e eu... Apollo, onde está ele?

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