Capítulo Doze

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    "Lar, doce, lar"

    Todos começaram a correr desesperados e pareceram esquecer o seu líder jogado ao chão, tentando retirar a flecha de sua coxa desesperadamente. Os guardas que vieram com o príncipe, já o pegava e algemava, enquanto ele esperneava para escapar. Apollo desmonta do cavalo e corre em nossa direção, com uma adaga em sua mão. Observo-o sorrindo e sem acreditar que o príncipe estava ali, vivo. Seu olho esquerdo, estava com um tapa-olho e seu cabelo loiro havia crescido, chegando quase no seu ombro, estava usando uma roupa extremamente bonita, como a de um oficial, sendo preta e com costuras pratas. Ele corre ao encontro de Altair, que chorava desesperado pelo filho, perdendo sua pose de durão. Apollo corta suas amarras e ajuda Altair a colocar o filho no seu colo. O general alisava o cabelo preto do filho e intercalava para a bochecha do mesmo, chorando sob o corpo inerte. O príncipe analisava a cena, mas principalmente olhava atento para Samir.

    Ele faz uma pausa e olha para mim espantado.

  - Ele ainda está vivo, Altair! - o pai do menino arregala os olhos e leva sua mão para o ferimento, o estacando.

  - C-como isso é possível? - ele gagueja e chora sorrindo - Meu filho está vivo, meu menino... Meu pobre menininho.

    Eu olho e sorrio para Altair, lançando um olhar de compaixão com um misto de felicidade. Ele retribui o sorriso e se volta para Samir desacordado. Apollo levanta e corre em direção a Meredith, a desamarra e depois vem até mim. A faca corta as cordas e antes que elas caíam por completo, abraço o loiro pelo pescoço e choro. Enfim isso tudo acabou e saímos vivo. Sinto segurança ao abraçar o príncipe, enquanto ele afaga meus cabelos e me encaixo no seu abraço.

  - Ai Apollo. - falo embargado, ainda rente a seu pescoço - Eu sabia que não tinha morrido, não era possível que tivesse morrido depois de tudo o que fez. Meu Deus, você está aqui comigo. - Choro e rio ao mesmo tempo.

    Apollo nos separa e segura meu rosto entre suas mãos. Deposita um beijo casto na minha testa e volta a olhar para mim.

  - Eu sinto muito, Aurora, por não ter te levado comigo - ele suspira e abaixa o olhar para o chão -, mas teve muita coisa que aconteceu e...

  - Não precisa falar nada. Você agora voltou, não foi? Então é o que importa - sorrio e o abraço uma última vez. Ele me ajuda a levantar.

    Meredith vem para perto de mim, abraçando a si mesma, com a bochecha e o lábio cortados, agora com o sangue seco em sua pele. Ela me olha suplicante, como se pedisse um abraço, mas ela não podia quebrar as normas impostas por sua superior, no entanto, eu que dava as ordens, então fui para perto dela, e puxei-a para um abraço. Mer não exitou nem um instante para envolver seus braços em mim. Ela chora desesperadamente em meu ombro e me abraça como se sua vida dependesse disso. Eu tento acalmá-la dizendo que "já passou", porém, mesmo que tenha passado, alguém morreu, gente se feriu e tirando que aquele momento ia ficar gravado em nossas memórias para sempre.


***


    A carruagem balançava conforme as rodas iam tocando a neve dos limites de Válion. Já estávamos quase chegando à cidade. Meredith, dormia tranquilamente ao meu lado, com a cabeça encostada no suporte da porta, enquanto Altair estava de frente para a gente, com seu filho deitado em seus braços, ainda desacordado. Apollo, dessa vez, optou por ir na frente com os cavalos, conduzindo a todos e escoltando os prisioneiros. E eu, apenas olhava a paisagem pela janela. As árvores cobertas de neve, eram fascinantes, e não eram apenas borrões, pois devido a velocidade que estávamos indo, dava para perceber tudo. Cada animal, que se adaptou ao clima frio do reino parecia se assustar com o barulho da carruagem. Alguns lobos olhavam desconfiados, das árvores que estavam espreitando, para todo aquele movimento incomum no seu dia.

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