"Apollo..."
Assim que ele terminou a história, rangidos na porta, ecoaram com o estalar da madeira pesada. A luz entrou completando a sala, Apollo levantou-se e se movimentou sorrateiramente para de trás da porta, após o feixe de luz atravessar a mesma, a figura de um homem tomou forma e ele segurava uma tigela de água em uma mão, e na outra, uma com algum alimento. Após fazer muito esforço com a vista embaçada pela dor, não identifiquei nada de diferente, então ele adentrou a sala caminhando a passos largos, um pouco desajeitado, talvez tivesse medo do escuro. Foi então que ao passar pela porta notou a cadeira vazia e se assustou, então ele tentou gritar algo para seus companheiros.
- Tork... - a fala é interrompida pelo cotovelo de Apollo na face do homem, que posicionou-se silenciosamente atrás dele. O salteador cambaleou dois passos curtos para frente, quase se ajoelhando e antes que percebesse o que estava acontecendo, o príncipe passou o pedaço de tecido por volta do pescoço do bandido, e o forçou para trás, fazendo uma volta ao redor do pescoço, forçando a vítima a se deitar de costas por sobre ele e permanecer sem reação, enquanto tentava alcançar a espada, era interrompido por joelhadas de Apollo.
O homem dentro do laço se debatia com força tentando se soltar, mas Apollo era forte demais e o mantinha sem reação, sufocando-o até a vida começar a se esvair de seu corpo. Começou a chorar e urinar na roupa, foram longos minutos de sofrimento até que parasse completamente sobre o príncipe. Foi uma cena difícil de se presenciar, todavia, sabia que era necessária.
Após a morte do salteador, o príncipe se levantou e retirou a espada e adaga do morto, além das botas e a camisa, prendendo as armas ao seu sinto, ele desembainha a lâmina prateada e se prepara para o combate. Ele saiu pela porta com espada em punho, cautelosamente. Haviam apenas as luzes das tochas e ele não conhecia o lugar, então foi dando passos curtos e lentos tentando escutar o que vinha dos corredores a frente, até chegar ao fim do corredor foi uma eternidade, as paredes de pedra pareciam diminuir a cada passo que Apollo se distanciava de mim.
- Edgar! - outro da trupe chama no corredor a frente e estremeço - Por que está demorando tanto?
Apollo para, olha para mim, acena a cabeça e volta sua atenção para a voz, tentando ver de onde vinha. A passos lentos continua se aproximando dando a impressão de que se aproximaria logo dos sequestradores, logo que dobrasse a direita.
A luz alaranjada dificultava a minha percepção, o nervosismo, o lugar abafado e as chamas, faziam o suor de Apollo escorrer da sua testa para seus olhos. Ao perceber que um dos salteadores se aproximava, ele se preparou para o combate, se concentrando para terminar a luta em apenas um golpe.
A espera termina e um homem sai do corredor, calmamente andando em direção a sala onde estávamos, porém o mesmo tomou um susto ao ver Apollo, mas suas palavras e ações foram rapidamente interrompidas por uma estocada na garganta, a lamina entrou lisa e suave na traqueia, jorrando sangue sobre as mãos do loiro. O homem arregalou os olhos e fitou seu executor, enquanto tentava engolir o sangue que descia pelo o que sobrara de sua garganta, e após alguns meros minutos sangrando, ele morre.
Apollo segura o corpo para não fazer barulho quando cair e ao colocá-lo com calma no chão de pedra, retira cuidadosamente a espada para que faça o minimo de barulho. Sem pressa alguma, ele continua caminhando quase que eternamente até o próximo a ser detido, mas logo três vozes, discutindo sobre um jogo de cartas se faz presente. O corredor dava diretamente na sala, então não havia como avistá-los sem ser visto, então ele caminha por entre os corredores que parecem se fechar tentando impedir sua passagem, eu faço o máximo de força para conseguir levantar-me e andar o minimo possível, mas o suficiente para ver os três homens que se sentavam a mesa lá no fim.
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Entre a Realeza
RomansaApós a Guerra entre dois irmãos, os Quatro Reinos surgiram, onde cada um tem o seu governante monárquico e estação respectiva. Segredos, guerras e mistérios fazem parte do cotidiano dos habitantes dos reinos. E ao decorrer do tempo, mais pessoas alm...