Capítulo Dezoito

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   "Noite sem fim"

    Depois de 10 minutos que estávamos ao chão, Klaus adormecera, desfrutando dos momentos de paz. E depois de meia hora, Madame Luana chegou afobada trazendo água quente e os guardas trouxeram as bandejas, que evidentemente a senhora obrigou eles a trazerem. Ao entrarem no quarto, não se importaram nem um pouco com a bagunça, certamente, já estavam acostumados a verem tal coisa.

  — Coloquem as coisas ali em cima — a mulher de meia idade baixinha e rechonchuda, apontou para a mesa de mogno de três pernas, que parecia intacta no seu lugar encostada na parede — irei preparar o banho do rei.

    Ela olhou para mim e depois para Niklaus que dormia sob as minhas pernas. Ela murmurou um "já volto" e entrou no compartimento onde estava a banheira.

    Os guardas depois de depositarem as bandejas na mesinha, começaram a levantar as coisas silenciosamente. Primeiro, ergueram a cômoda e a puseram no lugar, em seguida colocaram as gavetas em cada buraco que estava destinada as mesmas e apanharam as roupas e empilharam no canto do quarto. Eles então, foram se dirigindo até à escrivaninha quando a Madame voltou. Ela andou com cuidado para não pisar nos cacos de vidro que estavam no chão, levantando a barra do vestido e se abaixou, ficando de frente para mim.

  — Vossa Alteza, a senhorita já pode ir descansar, nós cuidamos dele daqui — ela toca em meu braço e eu nego repetidas vezes com a cabeça.

  — Não, Madame Luana, eu irei ficar com ele durante todo o processo.

    A senhora parecia atônita por um breve momento em que arregalou os olhos, mas depois piscou freneticamente e assentiu como se não tivesse escolha.

  — Pois bem — ela olhou ao redor do quarto, observando toda a bagunça e depois focou seus olhos cor de mel em mim —, ajude-me com ele então.

    Eu assinto e Madame Luana manda eu acordá-lo, enquanto ela se levanta e chama os guardas para ajudá-la a levantar ele.

  — Klaus — chamo baixinho, alisando o cabelo preto e a bochecha corada dele — Klaus?

    Ele se remexe, respira fundo e então abre seus olhos e vira-se pra mim, tentando distinguir onde exatamente ele estava.

  — Majestade? — a senhora chama e Klaus foca seus olhos azuis nela que fala de forma compassada e gentil — Desculpe-nos pela demora para chegar até aqui, visto as circunstâncias.

    O rei levantou e sentou ainda um pouco atordoado do sono. Ele coçou os olhos e depois passou a mão no cabelo desgrenhado, suspirando pesarosamente em seguida. Ficou de pé e tentou manter a postura ereta, porém, cambaleou para trás. Fiquei de pé em um pulo e consegui segurá-lo desajeitadamente.
    Os guardas, James e Lawrence, correram e seguraram Klaus por cada braço, quando ele fraquejou novamente.

  — Sem mais demoras, rapazes — Madame Luana bateu palminhas três vezes e apontou para a banheira — Coloquem-no na água, imediatamente!

    E assim o fizeram. Os guardas correram com Klaus para o compartimento. Um se posicionou atrás dele e o segurou pelo torso, e o outro, ergueu suas pernas. Mesmo que ele ainda estivesse de calças, sentaram Niklaus na banheira. A senhora olhou para onde estavam as bandejas e pegou os vidros âmbar que tinham de variados tamanhos e formas, em uma delas. Ela me entregou alguns, ao mesmo tempo que pegou outros, fez um sinal com a cabeça em direção ao homem quase adormecido na água e andou apressada até ele. Madame Luana destampou um dos frascos e jogou um óleo sob as costas de Klaus e depois, passou um pouco no seu dedo que espalhou pela testa do homem.

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⏰ Última atualização: Jul 06, 2020 ⏰

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