As batidas rápidas e irritantes construíam um ritmo. O som da sola da bota de couro batendo contra o chão de madeira velha ecoava por toda a pequena casa, fazendo com que a atmosfera do local se tornasse tensa e pesada.
Dean permanecia sentado na beira de sua cama, com os cotovelos apoiados sobre os joelhos e o queixo apoiado pelos dedos, com o pé direito freneticamente se movimentando, com o olhar fixo no nada, enquanto se esforçava para pensar em algo.
Precisava de um plano para salvar Castiel.
E não lhe importava nem um pouco o que ele pensaria disso.
Dean só precisava tirá-lo daquele lugar sufocante.
Antes que fosse tarde demais.
(...)
Mais um dia naquele maldito lugar, ou melhor, mais uma noite. Castiel já se sentia até acostumado com aqueles finos feixes de luz azulada da lua que perfuravam a escuridão daquela cela.
Ele, deitado sobre o feno, encarava o teto, como vinha fazendo durante todo o tempo que esteve ali, no entanto, havia algo diferente por ali. O clima estava pesado. Algo anormal estava acontecendo do lado de fora. Havia uma multidão dona de dezenas ou até mesmo centenas de vozes do lado de fora. Todas as pessoas pareciam falar como se algo importante estivesse prestes a acontecer. Eles pareciam esperar impacientemente.
Castiel não sabia do se que tratava. A vontade de saber o atormentava, mas ele não fez questão de se levantar do feno. Não era da conta dele. Não, com ele naquela situação.
De repente, a porta de madeira foi aberta com um empurrão brusco, revelando três figuras. A escuridão da cela foi expulsa pela grande tocha de fogo que passara a iluminar o local, acompanhada de um homem, que a carregava na frente de seu corpo, iluminando o seu próprio rosto e os de seus parceiros; e mais dois que adentraram logo após o primeiro.
Castiel rapidamente sentou-se sobre o feno, enquanto forçava a visão contra a intensa claridade em direção aos homens para tentar reconhecê-los. Ele os conhecia.
Dois soldados, e logo atrás deles, vinha Padre Enrique.
Ele ainda permanecia sentado sobre a montanha de feno, enquanto observava os homens se aproximarem. Não estava a fim de fazer movimentos bruscos; não sabia o que aqueles homens queriam dele de forma tão repentina, não sabia quais eram os seus planos para ele.
— É hora de ir fazer um pequeno passeio. – disse o padre para ele, com tom e sorriso malignos.
(...)
Minutos e mais minutos se passavam. O Winchester se esforçava para buscar algo útil no fundo de sua mente. Tentava desviar seus pensamentos de quaisquer ideias que colocassem Castiel em perigo. Tentava buscar segurança e eficácia. Todavia, só uma ideia conseguira conquistar sua mente.
Só uma. E, acredite, aquela não era uma das melhores.
Na verdade, não era possível saber antes de acontecer. Cinquenta por cento de chance de dar certo. Era tudo ou nada. Dean precisava arriscar.
Seus olhos – que até aquele momento, focavam no nada – passaram a focar na porta de entrada de sua casa. Ele começara a pensar. Pensava no calor. No fogo.
Desde dezenas de milênios o fogo "existe". Fora descoberto no período pré-histórico. O fogo permitiu que os seres humanos tivessem um controle maior sobre a natureza. O fogo passava um sentimento de superioridade aos que o obtinham.
Graças a Deus por isso ter acontecido.
(...)
Com as mãos amarradas em firmes correntes de prata, o jovem Novak era obrigado a caminhar, era puxado pelos braços pelos dois soldados, enquanto o padre os seguia logo atrás.
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Red Riding Hood (Destiel AU)
FanfictionLendas; narrativas fantasiosas transmitidas oralmente de geração em geração. As lendas combinam fatos reais e históricos com fatos irreais, que são meramente produto da imaginação humana. Ou não. Licantropia; a capacidade ou a maldição caída sobre...