Capítulo 12

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Revelações

Alguns dias se passam. Eu e Bill já passamos a conviver da mesma forma quase todo dia.

Em alguns dias ele saia pra caçar e reabastecer a comida pra ele e seus lobos. Mas eu já não sou muito fã de carne, então ele compra algumas frutas e verduras na cidade a alguns quilômetros daquí, e outras ele pega na floresta mesmo.

Em outras vezes ele ficava em casa. Limpava de vez em quando. Eu sempre fazia a comida, apesar de não ser muito bom em cozinhar, mas ficava feliz por ele sempre gostar do eu fazia pra ele comer. Nos divertía-mos quase o tempo todo. Apesar de que em algumas vezes ele faça brincadeiras embaraçosas. E a cara perversa que ele faz só piorava ainda mais. Eu sempre acabava todo vermelho.

Parece tudo tão perfeito. Porém infelizmente isso um dia vai ter que acabar.

Bill On

As coisas se tornaram mais divertidas desde que o Dipper voltou. Odeio o fato de ter que prendê-lo na cabana, mas é necessário, há muitos caçadores lá fora, e uma criatura mágica seria um alvo perfeito. Não gosto nem de imaginar algo ruim acontecendo a ele.

Já estava de noite; Dipper estava dormindo tranquilamente, e um dos lobos lhe fazia compania.
De vez em quando eu entro em seu quarto para vê-lo dormir. Ele tem um rostinho de anjo bem delicado, e isso sempre me atraiu, sua personalidade aumenta ainda mais meu desejo por ele. Não quero que ele vá embora, mas não posso mantê-lo aqui pra sempre, ele tem uma família e uma vida do outro lado do lago.

Me aproximo lentamente e não resisto em colar nossos lábios com cuidado para não despertá-lo.

Eu estou loucamente apaixonado por ele... Mas não posso tê-lo para mim...

Me retiro do quarto e vou para o meu, logo me deito e um lobo também o faz. Começo a dormir pois amanhã é dia de caçar.

Dipp On

Acordo cedo como de costume em dia de caça. Me levanto e o lobo que dormia comigo vem junto a mim, logo um lobo que dormia no corredor faz o mesmo.
Chego na cozinha e começo a preparar o café da manhã. Faço waffles pra nós dois, e corto um pedaço de carne pra cada lobo.

Ouço uma movimentação de patas no andar de cima. Sabia que Bill tinha acordado pois o lobo que dormia com ele era o único que estava lá, e ele aó levanta quando o Bill acorda.

Os lobos ficavam espalhados pela casa toda, pareciam cães de guarda garantindo a segurança de tudo.

Logo ambos chegam na cozinha.

Dipp- Bom dia!

Bill- Bom dia...

Ele fala com voz rouca de sono enquanto se sentava na cadeira. Pego seu café e sirvo.

Coloco o pote dos lobos no chão com a comida.

Bill me ensinou o comando pra chamar os lobos pra comer.

Dipp- Fiifuu...

Era só assoviar isso e eles corriam como loucos pra origem do som.

Me sento pra comer e logo veio aquele monte de lobos atacando a comida. Eu as vezes me assustava com aquilo, pois mesmo sendo um amores, aqueles dentes, força e tamanho me assustavam.

As horas passam, estava sozinho na casa novamente, mas pelo menos um dos lobos sempre ficavam comigo. Bill e outros lobos já tinham saido pra caçar.

Resolvo dar uma saída para colher algumas frutinhas. Sempre fazia isso então acho que não tem problema sair um pouco.

Fico um tempo meio afastado da casa colhendo as frutinhas. O lobo estava comigo e logo fico com medo, pois suas orelhas ficaram alertas. Meu coraçã parou quando ele abanou o rabo, pois ele só fazia isso quando o Bill estava por perto.

Bill- O que você está fazendo do lado de fora?!

Logo ele se faz presente saindo de trás dos arbustos.

Dipp- Eu.. Vim colher frutas...

Bill segura em meu braço fazendo as frutas caírem no chão, ele me puxa de volta pra cabana.

Quando chegamos, entramos ele me larga.

Dipp- Por que fez isso!?

Fiquei massageando o local que ele segurou, e forte por sinal, estava doendo.

Bill- Eu falei pra você não sair pra fora! É perigoso!

Dipp- Eu não vi problema algum! Não tinha ninguém e o lobo estava comigo!

Bill- E se não fosse eu!? O que você ia fazer!? O lobo não pode dar conta de uma arma sozinho!

Dipp- ...

Ele tem razão, eu arrisquei minha vida e a do lobo que não tem nada haver com meu problema...

Bill- A partir de hoje eu vou trancar tudo e levar a chave!

Dipp- Mas você não pode me prender aqui!

Bill- Sua segurança é o que importa até que consiga voltar pra sua casa!

Dipp- Quer saber! Quero voltar agora!

Comecei a chorar, não aguentava mais essa frustração. Ele não me ama e não adianta ficar insistindo em algo que nunca vai dar em nada. Então é melhor desistir e encarar a realidade.

Bill- Que!? Tá louco!? E os ogros!?

Dipp- Não tem ogro nenhum!

As lágrimas caiam e já não me importava com mais nada; E Bill se surpreende com o que eu digo.

Bill- Como assim...?

Dipp- Minha casa não foi atacada por ogro nenhum! Foi só uma desculpa que inventei pra você me deixar ficar aqui!

Bill- Por que mentiu? E por que voltou então?

Dipp- Porque eu queria te ver de novo! Eu me apaixonei por você e queria ficar do seu lado!

Ele faz uma cara mais surpresa que antes.

Bill- Dipper eu...

Dipp- Não quero saber! Me deixa em paz!

Passo por ele e vou até a porta, saio e começo a correr em direção uma direção aleatória, com lágrimas caindo de meus olhos embaçando minha visão.

Bill- DIPPER ESPERA!!!

Ouço mas ignoro, apenas corro para bem longe.

Quando me afasto o suficiente eu paro um pouco pra descansar. Ofegante e soluçando, enquanto as lágrimas ainda não paravam.
Já não sabia mais onde estava.

Passa-se um tempo e ouço cães latindo. Não demora muito pra eu me deparar com um bando de caçadores ao longe.

Ai merda.... Se me virem eu estou morto!

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