Capítulo 8

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Os dias foram passando e todos estavam me ajudando a cuidar de meu filho, mesmo eu não saindo do hospital, segundo os médicos iam suspender as medicações que induzia meu filho ao coma.

A cada dia ficava observando João Carlos, cuidando de Gus, quando chegava na UTI ele já havia dado banho, o trocado, aquilo enchia meu coração.

- Bom dia doutor João Carlos, como vai?

- Oi Henrique, está tudo bem, vim dar um bom dia para o Gustavo, a qualquer momento ele pode acordar, por favor assim que ele acordar peça pra alguém me chamar.

- Sim. Doutor

- Henrique por favor não me chame de Doutor, me chame por Carlos.

- Tudo bem Carlos, irei tentar.

- Bom, vou indo pois tenho alguns pacientes para avaliar.

- Pode ir qualquer alteração no quadro do meu filho eu te avisarei.

- Meu amado filho, não vejo a hora de você acordar, preciso de você querido, sem sua presença minha vida não tem sentido.

- Papai... Papai, quero água.

- Meu amor você acordou, meu filho como te amo.

Nesse momento na vida retornou para Henrique, todos aqueles dias foram um martírio pra ele, vendo seu pequeno prostrado em uma cama de hospital.
Naquele momento presenciando seu filho acordar, se permitiu chorar, pois a partir daquele momento suas vidas serão totalmente cheia de amor e cumplicidade.

- Filho fica quietinho que vou buscar o médico, pra ele te avaliar.

- Papai o que aconteceu?

- Você sofreu um acidente meu príncipe.

- E o cachorrinho, ele também foi pro hospital?

- O cachorrinho está bem, está na casa da dona Antônia.

Henrique saiu às pressas do CTI, para chamar Carlos. A sorte que o médico estava no corredor, conversando com outro colega de profissão.

- Carlos por favor venha, o Gus acordou.

- Vamos sim, que maravilha!

Os dois foram correndo, ao entrar naquele setor, Carlos ao bater os olhos naquela criaturinha que estava deitado, seu coração encheu de amor.

- Oi, pequeno está sentindo alguma coisa?

- Oi, quem é você?

- Meu nome é João Carlos eu sou seu médico.

- Humhum. Você é bonito né papai?

- Sim filho o Doutor João Carlos é bonito.

- Doutor quero ir pra casa, fala pro meu paizão me levar, não gosto de ficar aqui.

- Querido, não será possível você ir embora ainda hoje, pois tenho que fazer vários exames. Mais vc vai sair desse lugar e ira para um quarto. Mas se tudo estiver bem daqui dois dias te dou alta. Combinado.

- Combinado, eu gostei de você.

- O querido eu também gostei muito de você. Seremos grandes amigos.

- Sim... Sim ... Sim eu quero que você seja meu amigo, e aí você vai na minha casa pra brincar comigo e com meu pai.

Henrique e João Carlos, ficaram se olhando sem saber o que dizer, deixaram que seus olhares falassem por si só.

O médico autorizou a saída do menino do Centro de tratamento intensivo e mandou para um quarto. Também pediu avaliação do pediatra, neurologista e ortopedista, após todas essas avaliações e exames poderá dar alta para ou não para Gustavo.

- Henrique pede ao pessoal da enfermagem levar esse pequeno para o quarto, não há necessidade dele continuar aqui.

- Eu mesmo irei levá-lo, se não for problema.

- Claro que não há problema, mas leve para o apartamento 205, já está tudo pronto.

- Bom dia! Fiquei sabendo que o paciente mais querido desse hospital acordou.

- Bom dia papai, sim o pequeno Gustavo acordou e está bem.

- Bom dia doutor Júlio César, muito obrigado por tudo.

- Nossa você é grandão que nem meu Papai.

- Fico feliz de você me achar grandão.

- Eu também vou ficar grandão que nem você e meu pai.

- Lógico que irá ficar grande querido. Mas terá que se alimentar muito bem.

- Eu tô com fome.

- Menino esperto, mas você irá crescer aos poucos, então não tenha pressa. Foi um prazer conhecer você Gustavo.

- Filho estarei na minha sala, quando desocupar vá até lá, pois precisamos conversar.

- Sim senhor, daqui a pouco estarei lá.

- tenham um bom dia Henrique e Gustavo.

- Você também homem grandão. Respondeu Gustavo e todos riram.

O jovem médico, continuou fazendo a avaliação na criança, em seguida deixando o menino com seu pai, mas antes de dar um beijo na testa de seu pequeno paciente.

Depois que saiu do CTI, o médico rumou indo a sala de seu pai, pensando seriamente em fazer parte da vida daquela família, mas ao mesmo tempo a insegurança e o medo tomaram conta de seu ser. Chegando em frente a sala de seu pai, respirou fundo imaginando o que seu pai queria com ele.

- Papai, estou aqui. O que aconteceu dessa vez?

- Filho eu que quero saber o que está acontecendo com você?

- Como assim?

- Carlos, sou seu pai e sei que você, está se apegando demais em Henrique e no filho dele, você sabe o que eu penso em se envolver com homem mais velho, não concordarei mais a decisão e sua.

- Pai, o senhor está imaginando coisas, eu posso até estar me apegando ao Gustavo, mais não ao Henrique.

- tá certo filhote não irei falar mais nada, mas que você está encantado com o Henrique você está.

- Nada haver pai.

- Agora irei atender os meus pacientes e ainda tenho duas cirurgias hoje.

- vai lá filho, mas por favor não minta pra mim.

- Paizinho na hora que eu me apaixonar por alguém irei te falar, e você sabe que nunca me relacionei com homens, então tira isso da cabeça.

Seu pai dando por vencido somente ergueu as mãos em forma de rendição.

Enquanto O jovem cirurgião ia saindo da sala ia pensando no que seu pai falará, será que ele estava realmente apaixonado por Henrique, nunca tinha se apaixonado por ninguém, teve alguns casos com algumas mulheres, mas nada sério.

Durante todo o dia João Carlos, não tirava o enfermeiro e seu filho da cabeça, mas começou a supor que seu pai deveria estar apaixonado por Henrique, por isso que ele estava se envolvendo em sua vida, mesmo porque nunca havia feito isso.

Esse será um amor impossível, jamais poderei ser feliz ao lado deles.

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