Capítulo 18

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Fomos direto para o consultório um e antes de bater na porta, a porta se abre.

E meu Deus! que  homem é esse?

Fiquei ali sem saber o que dizer, o homem tem quase uns dois metros de altura, usava uma calça branca bem apertada que dava pra ver o sucesso no meio das pernas, barba por fazer, misericórdia.

_ Bom dia! Sou o doutor Júlio César, queiram entrar .

_ Bom dia Doutor.

_ Você é o Júlio, certo. Irei fazer a consulta agora e se for necessário vou fazer alguns exames, mas como você é menor, temos que falar com seus pais.

_ Doutor Júlio, eu sou o pai de Júlio, meu nome é Guilherme, ele não tem outros familiares além de mim.

_ Me desculpe, não sabia, pois você é muito jovem.

_ Tudo bem, devido a um sequestro, chegamos a casa de Júlio, ele estava sozinho, havia sido abandonado por sua mãe, então resolvi levar ele pra casa, ele me contou que foi baleado nas costas, desde de então não anda, também não foi possível fazer os tratamentos necessário, tem febre e dor diariamente, a mãe de Leonora, falou com ela pra marcar uma consulta e então estamos aqui.

_ Só por curiosidade, você é policial?

_ Sim. Sou Delegado da delegacia anti sequestro.

_ Nossa! tão jovem. Mas vamos ao que interessa, Júlio vou colocar você na maca, para realizar alguns testes.

Fui mais rápido e peguei meu garoto no colo, e levei até a maca o deitando, o médico gostosão foi pegando alguns equipamentos e tirou a camisa de Júlio.

_ Júlio vou te colocar de barriga para baixo, preciso ver  como está sua costa.
_ Sim senhor.

_ Júlio estou vendo que você tem um curativo nas costas, vou tirar o esparadrapo e o gazes. Está bem infeccionado, gostaria que me dissesse o que aconteceu, essa ferida não é do tiro que você levou.

_ É que... Bem...

_ Filho calma, responda o médico, não importa o que aconteceu, vou estar sempre com você, só diz a ele.

_ Doutor, quando eu fiquei assim, minha mãe não me ajudava, ninguém me ajudava a tomar banho, aí um dia eu fui pedir pra ela me ajudar, ela ficou brava e me bateu com uma barra de ferro e virou essa ferida.

_ Ok. Aguarde um momento, vou chamar a Léo, pra ela fazer um curativo e te dar uma injeção que vai ajudar no processo de cura. Enquanto ela faz o curativo, falarei com seu pai.

Fiquei ali deitado, pensando como minha vida mudou, Deus colocou uma pessoa na minha vida na hora certa, agora eu tinha uma família, pelo menos agora tenho alguém que posso contar, tenho um pai, sempre quis ter, ele falou que sou filho dele, então vou tratar ele como pai, mesmo que Guilherme seja jovem.

_ Guilherme, vou ser franco com você, antes de ser cirurgião e fui ortopedista, especialista em coluna, esse menino se tivesse sido tratado ele já tinha voltado a andar.

_ Como assim Doutor?

_ Você viu que eu fiz uns testes nos pés dele, ele tem resposta positivas, viu pedir alguns exames, como ressonância, ex e ultrassom, também alguns exames de sangue, me parece que está com um pouco de anemia. Depois que todos os exames estiverem prontos, vamos começar com fisioterapia e hidroginástica, para fortalecer.

_ Farei todo o possível para ele voltar a andar.

_ Você disse que conseguiu resgatar ele ontem. Você irá pedir a guarda dele?

_ Sim irei, hoje ainda vou ver como posso conseguir a guarda dele.

_ Mesmo você sendo delegado, acho que você poderia conversar com uns amigos meus Enzo e Oliver (Desafiando os limites), eles conseguiram a guarda de três crianças. Talvez eles possam te orientar, tá aqui o telefone deles, esse casal é incrível vai ajudar você, conseguir mais rápido, pois será necessário que tenha a guarda ou que adote ele, pois é necessário para continuar o tratamento.

_ Gratidão, por estar me ajudando, eu não sabia nem por onde começar, mesmo trabalhando na delegacia, não temos muito contato com esse tipo de situação.

_ Bom, decidi ficar responsável pelo tratamento do Júlio, embora eu esteja aposentado, meu filho que iria consultar o garoto, mas meu genro e emu filho estão de mudança e hoje eles queriam ficar junto com meu neto, para ver como está a adaptação na nova casa.

_ Entendi. Só tenho a agradecer.

_ Vamos lá, buscar meu chará.

Fomos em direção a sala de exames, Júlio já estava sentado na maca, e Leonora estava terminando de por seu chinelo. Antes de ir pedi orientação que tipo de cadeira de rodas que eu deveria comprar e aproveitei já marquei todos os exames para Julio. Saímos já era quase uma hora da tarde.

_ Júlio você gostou do médico?

_ Gostei sim pai, mais ele te olhava de um jeito estranho e o senhor também.

_ Você me chamou de pai? ouvi isso mesmo?

_ Se o senhor não quiser eu não chamo, desculpa, achei que podia chamar de pai, é que você falou que eu era seu filho.

_ Eu adorei ser chamado assim, pode me chamar.

Depois de escutar Júlio me chamando de pai, meu coração encheu de alegria, realmente é muito bom escutar essa palavra. Mas meus pensamentos estava em um médico grandão e lindo.

No hospital

Depois que meu marido morreu, nunca mais senti nada por ninguém, mas esse jovem delegado me deixou de pernas bambas, mas acho que é só tesão mesmo, jamais me relacionaria com um cara que deve ter a idade de meu filho, isso tá fora.
Sai do hospital, indo pra casa ver meu pequeno Gustavo. Chegando em casa, só deu tempo de segurar o meu neto, que veio correndo e se jogou no meu colo.

_ Vovô, é lindo o meu quarto e tem um banheiro só pra mim, e minha cama é de carro.

_ Que bom que você gostou meu amor.

_ Papai! Obrigado por ter ido dar a consulta pra mim.

_ Filho o jovem que consultei, ficarei responsável por todo o tratamento.

_ Como assim papai, o senhor tem tanto tempo que não se interessa em consulta.

Comecei a contar pra ele do garoto e do pai, tudo o que o menino tinha passado.

_ Papai que história é essa? quero conhecer ele também.

_ Não faltará oportunidade. E seu marido onde está?

_ Ele fez plantão a noite e agora está dormindo, acredito que já está pra levantar para almoçar.

_ Está certo, vou subir e tomar um banho e desço para almoçarmos.

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